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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Compreendendo a anatomia da fundamental transformação interior

Para a maioria de nós, se já temos refletido nestes assuntos, a idéia de transformação deve ser um tanto confusa; porque já vimos que as chamadas revoluções, embora tenham produzido certos efeitos externos, talvez benéficos, se tornaram, afinal, profundamente prejudiciais ao homem. É bem de ver que a transformação fundamental deve ser algo mais do que simples mudança de uma estreita esfera de pensamento para outra. Com as coisas correndo como estão, no mundo, pode-se perceber a necessidade de mudança radical de alguma espécie, não só nos níveis econômico e social, mas também profundamente, no íntimo de cada um de nós; e para os que pensam verdadeiramente, a sério nestas questões, o problema deve ser o de como produzir a transformação. A transformação operada mediante compulsão, em qualquer forma, não é, obviamente, transformação nenhuma. Se sou forçado ou influenciado a transformar-me, isso não é uma verdadeira transformação, porquanto estou apenas me ajustando a um padrão que me foi imposto de fora ou que eu próprio estabeleci. Tampouco a transformação consiste em adaptar-se a pessoa a um certo ambiente, pois isso é apenas ajustar-se a um modelo que se julga será benéfico ou um melhor método de vida.

Ora, se se percebe que o ajustamento, o conformismo, ou qualquer espécie de mudança operada pela compulsão o por determinada influência não é mudança nenhuma, como então promover a mudança? A transformação fundamental é evidentemente essencial, não só neste país mas no mundo inteiro; e como pode iniciar-se essa transformação não resultante de compulsão, conformismo ou ajustamento?

Pensamos em geral que o ajustamento, a adaptação, ou o sermos obrigados a agir num certo sentido, é um processo de transformação, e nunca tivemos dúvidas sobre se isso é realmente uma transformação revolucionária. Eu não acho que seja; porque, se observardes a vós mesmos quando vos estais adaptando, ajustando, quando vos deixais influenciar ou compelir, vereis que apenas vos encaixais num padrão de pensamento, antigo ou moderno, e que vossa essência íntima em nada mudou.

Portanto, o problema é: como podemos mudar radicalmente, essencialmente? Não sei se já tendes pensado bem nisso, pois em geral permitimos de bom grado que nos ajustem a um padrão; pensamos ser suficiente produzir uma transformação parcial no mundo, e com isso nos satisfazemos. Mas, se examinardes a questão com profundeza, tereis então de interrogar-vos como será possível transformar a totalidade de nosso ser, de nossa consciência, como se poderá operar uma revolução completa no pensar e na apreciação dos valores. Porque, evidentemente, só essa transformação revolucionária, profunda, interior, no âmago de nosso ser, pode efetivamente libertar a força criadora da realidade e criar um mundo de todo diferente. Se não houver essa fundamental transformação interior, o mero ajustamento externo, a aquisição de mais alguns conhecimentos, o estabelecimento de mais algumas reformas, etc., é realmente uma coisa muito superficial. É como vestir uma capa nova, enquanto por baixo continuam existentes as mesmas condições antigas. Assim, se a questão deveras vos interessa, como pode uma pessoa mudar inteiramente?

Permiti-me sugerir-vos escutardes o que estou dizendo sem emitir julgamento, sem dizer que é impossível. Por favor, não traduzais o que se está dizendo nos termos dos vossos próprios conhecimentos, nem o escuteis em atitude defensiva, comparando-o com o que outros vos disseram ou com o que lestes nos livros sagrados — que não são mais sagrados do que outro livro qualquer. Escutar é uma tarefa bem difícil; em geral, nunca prestamos ouvidos senão à voz de nosso próprio pensar, de modo que, na realidade, nada nos é comunicado. Escutar com julgamento, comparando o que se ouve com o que já se sabe ou leu, é uma forma de distração. Mas, se sois capaz de escutar sem comparação, com atenção natural, então o próprio ato de escutar é um ato de meditação que, indubitavelmente, gera profunda transformação. Tentai de quando em quando observar-vos, para ver se escutais realmente alguma coisa, o que vossos amigos dizem, o que diz vosso marido ou esposa, o que diz vosso patrão — e vereis que vossa mente está sempre totalmente ausente. Simulais estar escutando, mas só escutais pela metade; ou tendes medo, ou estais enfadado, ou simplesmente não desejais escutar e, portanto, não há comunicação direta. Como disse, o escutar, por si só, opera um extraordinário milagre. O próprio ato de escutar produz uma compreensão imensa, sem esforço algum de vossa parte; e, uma vez que vos achais aqui e eu vos estou falando, desejo sugerir, se permitis, que escuteis para descobrir o que estou tentando transmitir-vos.

A meu ver, uma transformação fundamental — não um "ressurgimento religioso" mas uma revolução religiosa —precisa ser efetuada, porquanto, sem ela, os nossos problemas se multiplicarão; embora tenhamos geladeiras e outras coisas mais, ir-nos-emos tornando cada vez mais superficiais e teremos tribulações maiores ainda. E para se operar essa transformação profunda, no íntimo de nosso ser, não há dúvida de que temos de investigar o problema da consciência e compreender a anatomia da transformação.   A maioria de nós procura transforma-se mediante esforço, não é verdade? Isto é, vemos que somos cruéis e dizemos: "Preciso transformar-me"; e, assim, empenhamo-nos em nos transformar, tentamos forçar-nos, pela disciplina, a não ser cruéis. Ora, examinemos o impulso que nos leva a desejar modificar-nos, porque, se não compreendemos esse impulso, se não compreendemos totalmente esse processo de consciência que diz: "Preciso modificar-me", não é possível nenhuma transformação básica, ainda que haja ajustamentos superficiais.

Por favor, não escuteis o que estou dizendo comparando-o com o que lestes acerca da consciência no Bagavagita ou noutro livro qualquer, porque o que estamos tentando fazer não é comunicar idéias, porém, antes, experimentar diretamente o que estamos escutando. A menos que experimentemos o que estamos escutando, estas palestras nenhum valor terão; serão apenas mais um conjunto de idéias, um processo de "mentalização", o qual, por mais interessante que pareça, nenhuma significação terá. Mas se, ao contrário, vós e eu estivermos realmente escutando o que se está dizendo — vós aí sentados e eu aqui a falar-vos —, se, através da descrição verbal, cada um de nós está observando o funcionamento de sua própria mente, então acho que estas palestras serão realmente úteis.

Estamos, pois, tentando descobrir como poderemos transformar-nos, não apenas superficialmente, mas no âmago de nosso ser, e isto significa que temos de investigar a questão da consciência. Quando pergunto a mim mesmo o que é a consciência, existe um interrogante separado da pergunta, não é verdade? Existe a entidade que fez a pergunta e está aguardando a resposta; e esse "processo" é o começo da consciência, não é? O interrogante diz: "Preciso saber como funciona a consciência" — e começa então a investigar; e tanto a investigação como a resposta dependem de como ele fez a pergunta.

Por outras palavras: Eu desejo saber o que é a consciência, e não se trata de uma pergunta vã ou simplesmente curiosa. Pergunto a mim mesmo o que é a consciência, porque vejo que preciso transformar-me fundamentalmente, que a totalidade de meu ser precisa passar por uma transformação completa. Ora, essa transformação revolucionária se efetua por meio de uma série de esforços por parte daquele que diz: "Preciso transformar-me"? Deve ele desenvolver a necessária qualidade de vontade, e transformar-se de acordo com essa vontade? Compreendeis?
Estou-me interrogando e espero estejais também perguntando a vós mesmos o que é esta consciência, este "eu" que diz "Preciso transformar-me". Qual a impulsão, a ação, a força do inquiridor que tenta modificar-se? Esse processo acha-se na esfera da consciência, na esfera do pensar, não é verdade? Estais seguindo? Isso não é muito complexo, porém, bem simples.

Quando desejo modificar-me, já tenho o modelo ou a idéia segundo a qual devo modificar-me. Isto é verdade, não? Ora, isso é realmente transformação ou é tão só um movimento do "conhecido" para outro "conhecido"? Compreendeis? Porque sou cruel, digo que devo ser bondoso. O "processo" de esforçar-me para ser bondoso é um movimento no sentido de uma coisa já conhecida; e isso é realmente transformação? Há transformação se me movimento para algo que conheço? Ora, por certo, só há transformação se a mente se move para o desconhecido. Quando ela persegue aquilo que já experimentou, seu movimento é meramente uma continuação do conhecido em forma modificada e, por conseguinte, não é transformação nenhuma.

Suponhamos que, sendo violento, tenho o ideal de "não-violência". O ideal já é conhecido. Imaginei o que não é ser violento e, portanto, o ideal nasceu de meu atual estado de violência, e quando me modifico no sentido desse ideal, estou-me movendo dentro da esfera do conhecido; por coseguinte, isso não é transformação. Esse é o "processo" inteiro da consciência, não? Senhores, não concordeis comigo, pois tendes de pensar nisso de maneira completa, senti-lo integralmente.

Forcejo para transformar-me em conformidade com o que chamo o ideal e que é o oposto daquilo que experimentei como "violência"; consequentemente, criei um conflito entre o que é  e o que deveria ser, e considero esse conflito necessário para se produzir a modificação. Tudo isso é "processo" da consciência, não? Quer consciente, quer inconsciente, esse "processo" é a consciência. Se vós mesmos o virdes claramente, descobrireis algo extraordinário.

Estou, pois, perguntando a mim próprio se há transformação ao esforçar-me para transformar-me. Quando me esforço para transformar-me, há transformação ou apenas o ajustamento a um padrão estabelecido por mim mesmo ou por algum agente externo? Isto é, qualquer espécie de transformação baseada na tradição ou na autoridade não é transformação nenhuma, porque então nos estamos apenas ajustando a uma idéia, e todas as idéias fazem parte do "conhecido", resultam do fundo (background) que as "projeta". Assim, qualquer mudança operada por meio do esforço em direção àquilo que chamamos "ideal" — que é o "conhecido" — não é transformação nenhuma. Quando se persegue o ideal da "não violência", por exemplo, deseja-se alcançar um certo estado por meio de compulsão, ajustamento a padrão — e isso é outra forma de violência.

A consciência é esse movimento do conhecido para o desconhecido, movimento de compulsão, de esforço. Ao dizer o comunista: "Eu tenho o correto padrão da existência", esse padrão origina-se daquilo que ele já conhece. Ele cria uma utopia consoante com seu conhecimento e interpretação da história e, se é um homem importante, leva a cabo o seu plano, enquanto nós, a massa do povo, nos submetemos. É isso o que tem acontecido, numa ou noutra forma, em todas as partes do mundo. Os Shankaras, os líderes, os instrutores têm idéias, nós as lemos e a elas nos ajustamos e pensamos que nos estamos transformando. Poderá ocorrer um ajustamento superficial, mas não há transformação nenhuma, no sentido a que me refiro, isto é, a transformação total do nosso ser, de forma que nossa maneira de pensar seja totalmente nova.

O que é novo não pode produzir-se mediante esforço, mediante movimentação do conhecido para o conhecido, ou seja, a perseguição do ideal. E, no entanto, é isso que estais fazendo em vossa vida de cada dia, não é verdade? Percebeis que sois ambicioso, ou cruel, ou invejoso, e dizeis: "Preciso transformar-me", e começais a ajustar-vos ao padrão de um ideal que vós ou outros estabeleceram, e pensais que essa é uma importantíssima transformação. Mas, se realmente o examinardes, se penetrardes todo o processo psicológico do pensar, vereis que enquanto a mente está pensando em termos de uma dualidade, tal seja a "violência" e "não violência", enquanto se empenha em ajustar-se ao oposto daquilo que ela é — o qual é meramente a projeção do conhecido e, portanto, uma continuação da mesma coisa em forma modificada — não pode haver transformação básica.

O importante, pois, é compreender, perceber ou experimentar realmente a falsidade de vosso esforço para vos transformardes. Os gurus, os mahatmans, os mestres e todos os livros religiosos vos mandam forcejar, controlar-vos, disciplinar-vos, e ao perceber que esse esforço é realmente falso significa que deveis ser capaz de olhá-lo sem a autoridade do líder, político ou religioso, inclusive eu próprio. Para "experimentardes" a verdade ou a falsidade do que vedes, não podeis interpretá-lo de acordo com outra pessoa, não importa quem seja ela. Se penetrardes essa questão a perceberdes claramente, por vós mesmo, que não pode haver transformação enquanto há ajustamento, isto é, enquanto vos estais obrigando a adaptar-vos a um padrão estabelecido por vós ou por outro — se perceberdes realmente a verdade ou a falsidade disso, vereis então que vossa mente se despojou de toda e qualquer autoridade; e não é esse o verdadeiro começo  de uma revolução fundamental?

parece-me haver necessidade — principalmente no tempo presente — de pessoas vivamente interessadas nessas coisas — mas não me refiro às que se dedicam seriamente ao Gita, ao comunismo, ou a outro padrão qualquer, porquanto elas são simplesmente "conformistas". Refiro-me às pessoas que séria e ardentemente desejam descobrir como efetuar em si mesmas uma revolução total. Apresenta-se, assim, a questão: Pode a mente libertar-se do conhecido? — pois só então há transformação fundamental.

Notai, por favor, senhores, que isto requer muita penetração, investigação. Não concordeis comigo, mas examinai, meditai, dissecai vossa mente, para descobrirdes a verdade ou a falsidade de tudo isso. Saber o que é o "conhecido" pode produzir transformação? Preciso ter conhecimentos para construir uma ponte; mas há necessidade de minha mente sabem em que vai transformar-se? Certo, se sei qual será o estado de minha mente depois de transformar-me, então já não há transformação. Esse conhecimento é prejudicial à transformação, porquanto se torna um meio de satisfação e, enquanto existir um centro em busca de satisfação, recompensa ou segurança, não há transformação nenhuma. E todos os nossos esforços baseiam-se nesse centro constituído pela idéia de recompensa, punição, êxito, ganho, não é verdade? Eis o que interessa à maioria de nós, e se ele nos ajuda a obter o que desejamos, mudaremos; mas essa mudança não é, de modo nenhum, a verdadeira transformação. Assim, a mente que deseja achar-se, fundamentalmente, profundamente, num estado de transformação, num estado de revolução, deve livrar-se do "conhecido". Ela então se torna sobremodo tranquila, e só nesse estado poderá experimentar a transformação radical indispensável.

Krishnamurti - O Homem Livre - Ed. Cultrix - pág. 29 à 34 
Nova Deli - 21 de outubro de 1956
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill