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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Por que somos desatentos?


Pergunta: Não ter senso de condenação, justificação ou comparação, significa achar-se num estado de consciência superior. Eu não me acho nesse estado e, assim, como poderei alcança-lo?

KRISHNAMURTI: Vede, senhores, a própria pergunta “como poderei alcança-lo?” é de natureza invejosa. (Risos). Não riais, senhores, prestai atenção, por favor. Vós desejais ganhar alguma coisa, e por isso tendes métodos, disciplinas, religiões, igrejas, toda esta superestrutura edificada sobre a inveja, a comparação, a justificação, a condenação. Nossa civilização está baseada nesta divisão de hierárquica entre os que têm mais e os que têm menos, os que sabem e o que não sabem, os que são ignorantes e os que estão cheios de sapiência e, por isso, a maneira de encararmos o problema está completamente errada. O interrogante diz: “Não ter sensod e condenação, justificação ou comparação, é achar-se num estado superior de consciência”. É exato? Ou acontece simplesmente que não estamos cônscios de estar condenando, comparando? Por que afirmamos logo que aquele estado é um superior de consciência e, em seguida, em consequência dessa afirmativa, criamos o problema de “como” alcançar tal estado e saber “quem” nos ajudará alcança-lo? A coisa não é muito mais simples?

Isto é, não estamos cônscios de nós mesmos, em absoluto, não percebemos que estamos condenando, comparando. Se pudermos observar-nos todos os dias, sem condenarmos, nem justificarmos coisa alguma, se pudermos estar simplesmente cônscios de que nunca pensamos sem julgar, comparar, avaliar, então, esse próprio percebimento será suficiente. Estamos sempre a dizer: “este livro não é tão como o outro”, ou “Este homem é melhor do que aquele”, etc.; está sempre em vigor este constante processo de comparação, e pensamos que pela comparação compreendemos alguma coisa. Mas, compreendemos? Ou só vem a compreensão quando não estamos comparando, mas prestando atenção? Há comparação ao observardes uma coisa com toda a atenção? Quando estais totalmente atento, não tendes tempo para comparar, tendes? No momento em que comparais, vossa atenção fugiu para outra coisa. Quando dizeis “O pôr do sol, hoje, não está tão bonito como esteve ontem” — não estais realmente olhando o pôr do sol, pois a vossa mente fugiu para a lembrança de ontem. Mas, se puderdes observar o pôr do sol de maneira completa, total, com toda a vossa atenção, então, decerto, não existirá mais comparação.  

O problema, pois, não é de como alcançar alguma coisa, mas sim: Por que não somos atentos? Não somos atentos porque, evidentemente, não temos interesse. Não digais: “mas como posso ter interesse?” Esta pergunta não cabe aqui, pois não estamos tratando disso agora. Por que deveis ter interesse? Se não tendes interesse em escutar o que se está dizendo, por que vos incomodardes? Mas vós estais incomodado, porque vossa vida é cheia de inveja, de sofrimentos e por isso desejais uma resposta, um significado. Se desejais um significado, então prestai toda atenção. A dificuldade está em que não temos interesse sério em coisa alguma — “sério”, no correto sentido da palavra. Quando dais atenção completa a uma coisa, não estais procurando obter nada dessa coisa, estais? Nesse momento de atenção total, não existe inveja, não existe nenhuma entidade que esteja procurando mudar, modificar-se tornar-se algo, não existe “eu”. No momento da atenção, o “eu” está ausente, e é este momento de atenção que é bom, que é amor.

Krishnamurti – A realização sem esforço – Ojai, Califórnia, USA – 13 de agosto de 1955
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill