Somos engenhosos macacos de terno
Parece-me de certa importância descobrir — cada um por si — o que está buscando. A palavra “buscar” tem extraordinária significação, não achais? Independente do significado lexicográfico, o ato de buscar implica que a pessoa se está movendo da periferia para o centro. E esse buscar, esse pesquisar, depende do temperamento de cada um, das pressões e tensões ambientes, das calamidades e angústias da vida, das numerosas tribulações de nossa existência. Todos esses fatores nos forçam a buscar. Se não houvesse pressão, desafio, calamidade, aflição, quantos dentre nós estariam buscando alguma coisa?
A palavra “buscar” subentende: “andar em volta, à procura, na esperança de achar algo” — não é? Esta manhã procurei no dicionário a palavra “searching” (buscar). Deriva de uma palavra latina, cujo sentido é “procurar, indagar, perguntar, inquirir, sondar”. E que buscamos nós? Poderemos sabê-lo? Ou trata-se de algo vago, fugidio, constantemente variável, conforme as circunstâncias, o temperamento, as idiossincrasias de cada um?
Falamos frequentemente de “buscar”, “procurar”. Que implicam estes termos? Implicam que uma pessoa se move, gradualmente, de fora para o centro, conforme suas próprias idiossincrasias, gostos, e conforme as pressões do ambiente. É coisa semelhante a percorrer lojas, uma a uma, a provar diferentes ternos até encontrar um que assente bem e agrade, e aceitá-lo, então.
Quando dizeis que estais buscando, o que realmente quereis dizer é que estais “provando” diferentes ideias, conceitos, fórmulas, passando de uma religião para outra, de um instrutor para outro, até afinal encontrardes algo que vos agrade, algo que se ajuste bem ao vosso particular temperamento, a vossas idiossincrasias. Se não vos agrada o que existe no Ocidente, voltais-vos para o Oriente, com sua velha e complexa filosofia, e onde se encontra um vasto “sortimento” de instrutores e gurus; e lá ficais atolado numa pequena “poça” de pensamento, imaginando que ali está a realidade eterna. Ou, se assim não faz, torna-se o indivíduo um católico mais fervoroso, ou adere aos existencialistas — meu Deus, quantas coisas desse gênero há por este mundo! Para mim, não há Oriente nem Ocidente; a mente humana não é oriental, nem ocidental. Não importa a origem, todas as teologias são infantilidades, como o são todas as filosofias. São invenções do homem, que, vendo-se fechado numa prisão que ele próprio construiu, crê em alguma coisa e em torno dessa crença cria uma teologia, ou “projeta” maravilhosa filosofia; e quanto mais engenhoso o filósofo ou teólogo, tanto mais “aceitável” se torna para o público, para o leitor, para o seguidor.
Pois bem; é também isto que estamos fazendo aqui? Vindes para cá e ficais duas ou três semanas ouvindo o orador. Se não vos satisfaz o que ele diz, nem corresponde ao vosso desejo, recorreis a outro instrutor, ou adotais outra filosofia, da qual extraís mais satisfação. Assim, salvo se permaneceis confinado num pequeno remanso de pensamento, continuais em movimento até um outro ano em que, talvez, voltais aqui; e, então, recomeçais tudo de novo.
Penso, pois, que é preciso compreender esse extraordinário fenômeno — ocorra ele no Ocidente ou no Oriente — que é o andar de uma coisa para outra, incessantemente buscando, perguntando, indagando, sondando. Isto é, acho que devemos perceber claramente, em nós mesmos, o que é que estamos buscando e por quê; e se há necessidade de alguma busca. Toda busca, por certo, implica movimento da periferia para o centro, das circunstâncias para a causa, das fronteiras até à origem mesma da existência. Isto é, movemo-nos de fora para dentro, esperando achar alguma coisa real, profunda, vital, sobremodo significativa. No decurso desse movimento, esforçamo-nos para praticar diferentes métodos, sistemas, torturamo-nos com disciplinas de todo gênero, de modo que, no fim da vida, estamos alquebrados, a mente quase paralisada.
Parece-me ser isso o que acontece com a maioria de nós. Movemo-nos da periferia para o centro, pois desejamos descobrir como sermos felizes, o que é a Verdade, se há Deus, algo de eterno; e, por conseguinte, vivemos lutando, ajustando-nos, imitando, seguindo, embrutecendo nossa mente e coração com disciplinas, até nada mais restar em nós de original, de verdadeiro, de real. Eis a nossa vida; e quanto maior a pressão, a dor, a brutalidade do viver, na periferia, tanto mais desejamos mover-nos em direção ao centro.
Ora, existe alguma maneira de atingir o centro imediatamente — sem essa luta infinita para alcançá-lo, e, daí, desse centro “florescer”? Entendeis minha pergunta? Há milhões de anos vimos lutando para passar do exterior para o interior, a fim de descobrirmos a realidade — e acabamos de ver o que esse mecanismo implica. Assim, digo de mim para mim, que tudo isso é absurdo. Porque torturar-me? Porque copiar, imitar, seguir? Existe alguma possibilidade de descobrirmos esse centro, de existirmos nele próprio e, de lá, “florescermos” — em vez de andarmos em sentido contrário? Porque, para mim, pelo menos, o “andar em sentido contrário” nada significa; e porque nenhuma significação tem, rejeito-o completamente. Não quero torturar-me, nem seguir ninguém. Recuso-me a ler um só livro de filosofia, ou aguçar a minha mente com argumentos sutis; ela já se tornou bastante aguçada pela ambição, pela ansiedade, pelo desespero, por todas as brutalidades da vida. E não desejo praticar mais um método, mais um sistema, ou seguir mais um guru, um mestre, um salvador — nada disso quero fazer.
Notai que estou pensando em voz alta, não apenas para mim próprio, mas para tornar claras certas coisas, de modo que vós e eu possamos estar em comunhão, em relação ao real, e não estejamos incessantemente a lutar, por meio de reação, para mover-nos de fora para dentro. Estou expressando em palavras o que talvez experimentais em raros momentos em que vos sentis fartos de tudo — de vossas igrejas, de vossos políticos, de vossos bancos, da insignificância de vossas relações no lar, da monotonia do escritório, de tantas coisas estúpidas desta vida que constituem um insulto à dignidade humana. Tendo passado vinte ou mais anos da vida frequentando diariamente o escritório, ou cozinhando e gerando filhos, um atrás do outro — havendo experimentado os prazeres e também os enfados, o prosaísmo, o desespero, inerentes a tudo isso, deveis às vezes ter perguntado a vós mesmo se não existe alguma possibilidade de atingir, subitamente, a fonte original, a verdadeira essência das coisas; e, daí, viver, funcionar, florescer, de modo que nunca necessitais ler um livro, estudar filosofia alguma, adorar qualquer imagem ou salvador, porque, para qualquer lado que olheis, encontrais aquele centro de onde parte toda a ação, todo o amor, tudo.
O fato bem óbvio é que — com a nossa avidez, nosso ciúme, nossa ânsia de posse, nosso medo, nosso sentimentalismo, nossos efêmeros prazeres, nossa satisfação pessoal — somos animais, animais altamente evoluídos. Se observamos um animal, vemos que ele tem conflitos como nós. Os macacos antropóides são ciumentos e têm seus desentendimentos conjugais. Como nós, eles se juntam em grupos — primeiro a família, depois a tribo, etc.; e, há pouco, alguém disse que esses macacos fariam tão boa figura na assembleia das Nações Unidas como qualquer ente humano! É evidente que nosso caráter, nossa devoção, nossa coragem, nosso medo, nossas guerras, nossa pretensa paz, nossas lutas, tudo procede desse fundo animal. Não precisais discutir comigo a este respeito. Os biologistas, os antropólogos o dizem — se desejais autoridades.
Ora, é possível um homem libertar-se desse fundo animal, não no fim, lenta e gradualmente, porém cortando-o de um só golpe, eliminando-o definitivamente, para que tenha então uma moral, uma ética, uma percepção da beleza totalmente distinta, separada do fundo animal? Por certo, para vivermos juntos no mundo, necessitamos de uma moralidade de conduta social; mas, atualmente, nossa moral, nossos conceitos de conduta — que constituem as fórmulas de nossa existência diária — são ainda procedentes do “animal”, — e não queremos admitir isso. Apraz-nos pensar — porque somos um pouco mais capazes, mais eficientes e inventivos do que os macacos — que por isso somos mais humanos; mas os macacos também se servem de instrumentos para apanhar coisas, têm inventividade e, portanto, é pequena a diferença entre eles e nós.
Existe, pois, essa extraordinária atividade dos animais e a atividade igualmente extraordinária da mente humana que deseja segurança, tanto no mundo físico como também interiormente — sendo isso ainda um resultado do instinto animal. E há, ao mesmo tempo, o desejo de descobrir alguma coisa verdadeira, original, um estado não contaminado, são. Ora, é possível atingir-se esse estado subitamente, sem ser necessário cultivá-lo, procurá-lo? Pois a beleza não pode ser cultivada, e muito menos o amor. Esse estado surge instantaneamente, assim como se nos depara, de repente, um panorama nunca visto. Repentinamente o vemos à nossa frente cheio de riqueza, de plenitude e de vida — e nós fazemos parte dele; e daí vivemos, atuamos, somos. Sem despender esforço, sem disciplina, controle, coação, procedentes do exterior, sem imitação, etc., atingimos subitamente a fonte da vida, as nascentes de toda a existência; e, bebendo dessa fonte, a mente viveu e vive eternamente. Isso é possível?
Compreendeis minha pergunta? Isto não é sentimentalismo nem misticismo — não é coisa para excitar-vos as emoções ou inspirar-vos, e tampouco para ser sentida intuitivamente. Nada disso. Enquanto conservamos o “fundo animal” — nossas invejas, ciúmes, desesperos — isso não é possível; as duas coisas são incompatíveis. Extinguir totalmente, de um só golpe, o fundo animal e recomeçar de maneira nova — é isso possível?
Vou mostrar-vos quanto é importante e necessário tornarmos isso possível. Se admitis o tempo — ontem, hoje e amanhã — estais, então, inevitavelmente, aprisionado no mecanismo degenerativo, porque estareis sempre contando com o amanhã, e haverá sempre um ontem a condicionar-vos o presente. Portanto, a mente, resultado de uma existência milenar, deve esquecer o tempo. Entendeis? Ela tem de desembaraçar-se completamente do tempo. Se assim não faz, permanece envolvida na rede do tempo, na luta para alcançar, “vir a ser”, “chegar”; deixa envolver-se nessa luta que só leva ao sofrimento, à aflição, ao declínio. Que fazer, então?
Desejo descobrir agora mesmo, e não depois, o que é verdadeiro. Quero estar lá! Não tenho paciência para esperar. Não preciso do tempo, nem da ideia de alcançar uma certa coisa no fim de minha vida ou ao cabo de dez mil vidas. Isso, para mim, é completamente infantil, sem maturidade. É pura invenção de minha mente, em sua indolência, confusão, desespero. Quero estar tão desperto que, ao abrir os olhos, a mente, o coração, a verdade lá esteja; e, daí, quero funcionar, atuar, viver, fruir as belezas da Terra.
Vou agora falar sobre algo que de modo nenhum pode ser copiado, imitado. Vou investigar, e espero me acompanheis nesta investigação. Mas, se apenas me seguirdes, vos perdereis no caminho.
Por maiores que sejam as diferenças de temperamento, todo movimento da margem para o centro é movimento positivo. É uma busca deliberada, uma reação que foge da margem para o centro, um movimento resultante do desejo de achar e que, por conseguinte, supõe disciplina, imitação, seguimento, obediência, prática de um sistema. Tudo isso constitui um mecanismo positivo — pelo menos é o que se costuma chamar “positivo”.
Atentai no que vou dizer, sem argumentardes mentalmente comigo e, à medida que formos progredindo, vereis o quanto é isto verdadeiro. Não estou tentando mesmerizar-vos ou impingir-vos alguma coisa, nem tampouco fazendo propaganda de espécie alguma — tudo isso é insensato.
Estamos, pois, conscientes desse mecanismo positivo, e percebemos o seu inteiro significado. Vemo-lo imediatamente, e não de maneira descuidada, desatenta, com a ideia: “Refletirei nisto amanhã”. Não há pensamento relativo ao amanhã, não há ideia de tempo intermediário. Percebemo-lo prontamente e, portanto, cessa de todo o movimento positivo. Nada se fez; não houve nenhum ato de volição, nenhuma causa, nenhuma busca deliberada e chegada a um resultado. Compreendemos a infantilidade desse movimento positivo, com seus sacerdotes — sentimos sua total futilidade. Os sacerdotes, as igrejas, as teologias — tudo se desvanece, pois vemos que esse movimento positivo da periferia para o centro nunca alcançará o centro. É o movimento exterior a querer tornar-se interior, e que, por conseguinte, permanecerá exterior. Percebemos este fato distintamente, com extraordinária clareza; e começamos, desse modo, a compreender a beleza do movimento negativo — o movimento mental negativo, que não é o oposto de positivo, porém se torna existente quando compreendemos o significado do movimento positivo. Nossa mente, pois, já não está presa ao movimento positivo e se acha, assim, num estado de negação. Isto é, percebendo — não fragmentariamente, porém completamente — o significado do movimento positivo, ela já não está em movimento, já não está agindo; consequentemente, encontra-se num estado que se pode denominar “negativo”. Entendeis? Vou expressá-lo de outra maneira.
Pessoalmente, nunca li livro nenhum sobre esta matéria. Não desejo fazê-lo, porquanto não me interessa, já que em mim mesmo vejo toda a humanidade — não no sentido místico metafórico ou simbólico, porém realmente. Eu sou vós e o mundo. Em mim está todo o tesouro do mundo, e para descobri-lo só tenho de compreender e transcender a mim mesmo. Se não me compreendo, não tenho razão de ser, não tenho nenhuma substância; sou apenas uma entidade confusa e, quanto mais busco, quanto mais estudo e sigo determinado instrutor, tanto mais me confundo.
Dependo de instrutores, de meu temperamento, de meus desejos e, por conseguinte, aumenta-se-me a confusão.
Vejo, pois, quanto é importante compreender a mim próprio, totalmente, sem esforço — isto é, sem fazer desta compreensão um problema. Para me compreender, minha mente não deve fazer nenhum movimento positivo para corrigir, ou para não corrigir o que vê. Como já acentuei, tanto a mente consciente como a inconsciente são triviais, e preciso compreender essa trivialidade; preciso compreendê-la imediatamente, de modo que o inconsciente não se ponha a fazer “manobras”, a “projetar” visões, imagens, desejos secretos, quando não lhe estou prestando atenção — o que, por sua vez, se torna um problema.
Está tudo claro?
Vejo que para compreender-me necessito de uma mente livre de influência, de motivo, uma mente imóvel, com total ausência de ação positiva. E quando, com essa clareza mental, olho a mim mesmo, basta esse olhar para dissolver a trivialidade, que sou eu.
Não estou inventando nenhuma filosofia. E, pelo amor de Deus, não interpreteis isso como alguma extravagância oriental. Não se trata de nenhuma idiossincrasia deste orador, que por acaso nasceu numa terra onde o sol é abrasador e torna a pele morena. Por causa desse calor e da indolência que ocasiona, e dada a geral pobreza, lá existem homens que se voltam para dentro e, como resultado disso, escrevem filosofias, inventam religiões, deuses, etc. Deixemo-los com suas coisas. Não é disso que estou falando; falo de uma coisa que não é oriental nem ocidental, pessoal nem impessoal — mas que é verdadeira: um estado em que nos vemos repetidamente, no qual já não somos impelidos pelo desejo de satisfação, já não necessitamos de experiências, nem as buscamos.
A esse estado ninguém pode conduzir-nos; nós é que temos de alcançá-lo, e para tanto requer-se energia. Por energia entendo a aplicação de toda a nossa atenção, sem intervir qualquer distração.
Na realidade, a distração não existe; o que chamamos “distração” nada mais é que falta de atenção. Não? Folgo de ver alguém em desacordo.
Existe mesmo tal coisa — distração? Quando estou passeando tranquilamente, eu olho as coisas que me cercam e nada do que observo é distração. Só há distração quando quero focalizar a atenção num só pensamento, com exclusão de tudo o mais. Então, minha mente vagueia para um lado e para outro, para diferentes tópicos; e, se quaisquer desses tópicos me interessam e desviam do caminho que estou seguindo, se me afastam do centro, que é meu “eu”, chamo-os distrações. Mas, se não existe esse centro, esse “eu”, se não estou percorrendo um caminho determinado, não há distração.
É muito importante compreender isso. Se com a maior clareza o compreenderdes, vereis que todo esforço de concentração, com o conflito que acarreta, desaparecerá completamente; e não haverá então distração nenhuma. No olhar o céu, no ver um lindo rosto de criança, no ouvir o ímpeto da corrente e o estridor de um avião, no observar as pessoas, os políticos, os sacerdotes, no auscultar a própria mente e coração; no estar consciente de vossas exigências e desesperos, em nada disso — do olhardes o céu ao olhardes a vós mesmo — há distração, porque cada um desses elementos faz parte de um todo. Esse todo só pode ser percebido quando há atenção completa, e nega-se a atenção total ao admitir-se a noção de distração. Oh, vede isso, por favor!
Havendo plena atenção, não considerais coisa alguma como distração. Vosso sexo, vosso ciúme, vossa ansiedade, vosso medo, vosso amor, vossa paixão — nada que olhais é distração. Tudo está na chama da atenção e, por conseguinte, nada é fragmentário. O político, o sacerdote, o ritual — tudo faz parte do todo. É no movimento positivo da mente que existe a distração, a fragmentação; mas, quando a mente nenhum movimento tem e, por conseguinte, é negativa — se posso usar esta palavra — a vida não se fragmenta. Então a nuvem no céu, a poeira da estrada, a flor à beira do caminho e os sussurros de vossos pensamentos, tudo faz parte do todo. Mas, só se pode compreender essa totalidade quando cessa o movimento positivo da mente.
Assim, pode uma pessoa ver, por si própria, que para se alcançar esse centro, essa fonte de todas as coisas, que é o Supremo, o movimento mental deve cessar — mas não torturando a mente com disciplinas, ou fazendo uma pergunta tão difícil ou fantástica — à maneira de certas seitas — que a mente emudeça com o choque. Isso é inteiramente infantil. De começo, cumpre perceber a verdade relativa a cada movimento do pensamento e sentimento; e isso só é possível quando a mente é inteiramente “negativa”, toda silêncio, quietude. Podemos fazê-lo imediatamente. É como sair de uma rota: a rota da ação positiva que o homem vem percorrendo habitualmente há milhares e milhares de anos. Podeis sair dessa rota nem nenhuma expectativa, sem nada exigir ou buscar. Mas, isso só podeis fazer ao perceberdes, em sua inteireza, o movimento do homem — não apenas o movimento de um certo homem em particular; isto é, ao perceberdes em vós mesmo o movimento do todo. Ao verdes isso, inteiramente, e de relance, — eis o que apenas tendes de fazer, — então, já estais caminhando em liberdade; e dessa liberdade vem uma ação que não paralisa a mente.
Krishnamurti, Saanen, 23 de julho de 1964,
A mente sem medo