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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A verdade não é produto de posse e venda

Pergunta: A Verdade é relativa ou absoluta?

Krishnamurti: Em primeiro lugar, examinemos através das palavras o significado da pergunta. Queremos alguma coisa absoluta, não é? A ânsia humana é por alguma coisa permanente, fixa, inabalável, eterna; algo que não sofra decadência, que não experimente a morte — uma ideia, uma sensação, um estado eterno, para que a mente se lhe apegue. Temos que entender essa ânsia, antes de podermos compreender a pergunta e respondê-la acertadamente. 

A mente humana deseja permanência em tudo — dos relacionamentos, das propriedades, das virtudes. Ela deseja algo que não possa ser destruído. Por isso dizemos que Deus é permanente ou que a verdade é absoluta. 

Mas o que é a verdade? Será a verdade algum extraordinário mistério, algo longínquo, inimaginável, abstrato? Ou será algo que você descobre de momento a momento, de dia em dia? Se ela puder ser acumulada, amealhada através da experiência, então não será a verdade; pois, atrás dessa aquisição, jaz o mesmo espírito de cobiça. Se ela é algo muito distante, que só pode ser encontrado através de um sistema de meditação ou da prática da negação e do sacrifício, também nesse caso não será a verdade, pois também isso é um processo de cobiça. 

A verdade deve ser descoberta e compreendida em toda ação, em todo pensamento, em todo sentimento, por mais triviais ou transitórios que sejam; ela deve ser observada a cada momento de cada dia; deve ser ouvida no que o marido ou a esposa dizem, no que diz o jardineiro, no que seus amigos dizem e no processo de seu próprio pensamento. Seu pensamento pode ser falso, pode estar condicionado, limitado; e, descobrir que seu pensamento está condicionado, limitado, essa é a verdade. Essa mesma descoberta liberta a mente da limitação. Se você descobrir que é cobiçoso — se o descobri, e não for simplesmente informado disso por outrem — essa descoberta terá a verdade, e essa verdade exercerá sua própria ação sobre a sua cobiça. 

A verdade não é algo que você possa amealhar, acumular, armazenar e depois se apoiar nela como num guia. Isso seria apenas outra forma de posse. E é muito difícil para a mente não adquirir, não armazenar. Quando você compreende o que isso significa, verá que coisa extraordinária é a verdade. A verdade é intemporal, mas no momento em que você a captura — como quando diz: "Encontrei a verdade, ela é minha" — ela já não será a verdade. 

Portanto, se a verdade é "absoluta" ou intemporal depende da mente. Quando a mente diz: "Quero o absoluto, algo que nunca degenere, que não conheça a morte", o que ela realmente deseja é algo permanente a que se apegar; por isso ela cria o permanente. Mas a mente que está consciente de tudo o que se passa no seu exterior e em seu próprio interior e vê a verdade disso — essa mente é intemporal; e só uma mente assim pode conhecer aquilo que está além dos nomes, além do permanente e do impermanente.

Krishnamurti em, O VERDADEIRO OBJETIVO DA VIDA

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill