(...)Os professores Zen estiveram dizendo continuamente que este mundo é nirvana, este mundo mesmo é moksha, liberação. É só uma questão de olhos. Com olhos falsos tudo fica falsificado; com olhos reais tudo é real. Sua entidade falsa cria um mundo falso em torno de ti. E não pense que todos vós vivem em um só mundo. Não podem! Cada um vive em seu próprio mundo, e há tantos mundos como mente, porque cada mente cria seu próprio mundo, seu próprio âmbito. Inclusive se está vivendo em uma família, o marido vive em seu próprio mundo e a mulher em seu próprio mundo, e há choques todos os dias entre estes dois mundos. Nunca se encontram; chocam. O encontro é impossível.
Com a mente não pode haver nenhum encontro; só choque, conflito. Quando não há mente, pode haver um encontro. A esposa vive em seu próprio mundo, em suas próprias expectativas. Para ela, o marido não é o marido real que há no mundo, a não ser só sua própria imagem. O marido vive em seu próprio mundo, e a esposa real não é sua esposa. Ele tem uma imagem de uma esposa, e cada vez que esta esposa não está à altura de sua imagem, há luta, conflito, ira, ódio. Ele ama a sua própria imagem de uma esposa, e a esposa ama a sua própria imagem de um marido, e ambas são ilusórias; não existem em nenhuma parte. Esta esposa real existe e este marido real existe, mas não se podem encontrar porque entre estas duas pessoas reais estão a esposa irreal e o marido irreal. Sempre estão aí; não permitirão um encontro das pessoas reais.
Todo mundo está vivendo em seu próprio mundo, em seus próprios sonhos, expectativas, projeções. Há tantos mundos como mente. Esses mundos são ilusórios, maia. Quando seu centro falso desaparece, o mundo inteiro troca. Então é um mundo real. Então vê pela primeira vez as coisas como são. Então não há desdita, porque com a ilusão desaparecem as expectativas, e com a realidade não pode haver desdita. Então a gente chega a perceber: «É assim! Os fatos são os fatos!». Com ficções há problemas, e as ficções nunca lhe permitem conhecer os fatos. Estas ficções da mente são maia.
OSHO em, O LIVRO DOS SEGREDOS