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terça-feira, 23 de setembro de 2014

O que acreditamos ser amor é só sensação de posse

Enquanto não começarmos a investigar esse processo a que chamamos mente, enquanto não nos familiarizarmos com nosso modo de pensar e o compreendermos, não poderemos descobrir o que é o amor. Não pode haver amor enquanto nossas mentes desejarem certas coisas do amor ou exigirem que ele atue de determinada forma. Quando imaginamos o que deve ser o amor e lhe damos certos motivos, criamos gradativamente um padrão de ação com relação ao amor; mas isso não é amor, é meramente nossa ideia do que deve ser amor. 

Digamos, por exemplo, que eu tenha minha esposa ou marido, como vocês tem um sari ou um casaco. Se alguém lhes tomar o casaco, vocês ficarão ansiosos, irritados, encolerizados. Por quê? Porque consideram esse casaco propriedade sua; vocês o possuem, e através de sua posse vocês se sentem enriquecidos, não é? Mediante a posse de muitas roupas vocês se sentem enriquecidos, não só fisicamente, mas também interiormente; e quando alguém lhes leva o casaco, vocês ficam irritados porque interiormente estão sendo privados daquela sensação de riqueza, daquela sensação de posse. 

Ora, a sensação de posse cria uma barreira com relação ao amor, não é mesmo? Se eu tenho alguém, se o possuo, será isso amor? Eu o possuo como quem possui um carro, um casaco, um sari, porque na posse de alguém, essa dependência emocional a outrem, é o que chamamos amor; mas se examinarem isto, verificarão que, por trás da palavra "amor", a mente está tendo satisfação na propriedade. Afinal, quando possuímos muitos saris bonitos, ou um belo carro, ou uma grande casa, a sensação de que isto tudo são coisas nossas nos dá interiormente grande satisfação. 

Por isso, ao desejar, a mente cria um padrão e fica presa nesse padrão; e então fica cansada, entorpecida, estúpida, alheada. A mente é o centro dessa sensação de posse, a sensação de "eu" e de "meu": "Eu possuo alguma coisa", "sou um grande homem", "sou um desprezível", "sou insultado", "sou lisonjeado", "sou esperto", "sou muito bonita", "quero ser alguém", "sou filho ou filha de alguém". Essa sensação de "eu"e de "meu" é o próprio centro da mente, é a própria mente. Quanto mais a mente tiver essa sensação de ser alguém, de ser grande ou muito esperta, ou muito estúpida, e assim por diante, tanto mais construirá paredes em torno de si mesma e se encerrará, entorpecendo-se. Então ela sofre, pois nesse encerramento inevitavelmente há dor. E, porque sofre, a mente diz: "O que devo fazer?" Mas em lugar de derrubar as paredes que a sufocam por meio da consciência, da reflexão cuidadosa, do exame detido e profundo da compreensão de todo o processo por meio do qual elas são edificadas, a mente luta para encontrar alguma coisa externa com que encerrar-se novamente. Assim, a mente se torna aos poucos uma barreira para o amor; e sem compreender o que é a mente, o que seja entender os processos de nosso próprio pensar, a fonte interna da ação, não poderemos descobrir o que é amor. 

(...) Não é a mente também um instrumento de comparação?(...) Enquanto a mente estiver comparando não haverá amor; e ela está sempre comparando, ponderando, julgando, não é mesmo? está sempre buscando encontrar fraquezas; logo, não há amor. Quando pai e mãe amam os filhos, eles não comparam um filho com outro. Mas vocês se comparam com alguém melhor, mais nobre, mais rico; estão sempre preocupados consigo mesmos em relação a alguma outra pessoa e, assim, criam em si próprios uma ausência de amor. Desse modo, a mente se torna cada vez mais comparadora, mais e mais possessiva, mais e mais dependente, estabelecendo assim um padrão em que se vê presa. Porque é incapaz de contemplar seja o que for como uma novidade, como uma coisa realmente nova, ela destrói o próprio perfume da vida, que é o amor.

Krishnamurti em, O VERDADEIRO OBJETIVO DA VIDA

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill