Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

É possível ser livre enquanto se é psicologicamente dependente?

Pergunta: O que é a sociedade?

Krishnamurti: O que é a sociedade? O que é a família? Examinemos, passo a passo, como a sociedade é criada, de que modo ela passa a existir. 

O que é a família? Quando você diz: "Esta é a minha família", o que quer dizer? Seu pai, sua mãe, seu irmão e sua irmã, a sensação de proximidade, o fato de que vocês estão vivendo juntos na mesma casa, a sensação de que seus pais irão protege-lo, a posse de certa propriedade, de jóias, de roupas — tudo isto é a base da família. Há outras famílias como a sua vivendo em outras casas, sentindo exatamente as mesmas coisas que você, tendo a sensação de "minha esposa", "meu marido", "meus filhos", "minha casa", "minhas roupas", "meu carro"; há muitas de tais famílias vivendo no mesmo pedaço de terra, e elas passam a ter a impressão de que não devem ser invadidas por outras famílias. Então, elas passam a fazer leis. As famílias poderosas guindam-se a posições elevadas, adquirem grandes propriedades, possuem mais dinheiro, mais roupas, mais carros; elas se unem e organizam leis, e dizem ao resto de nós o que fazer. Assim, gradativamente, passa a existir uma sociedade com leis, regulamentos, policiais, com um exército e uma marinha. Por fim, toda a Terra passa a ser povoada por sociedades de vários tipos. Então, as pessoas passam a ter ideias antagônicas e querem subverter os que estão estabelecidos em altas posições, os que detêm todos os meios de poder. Elas destroem essa sociedade específica e formam outra. 

A sociedade é o relacionamento entre as pessoas — o relacionamento entre uma pessoa e outra, entre uma família e outra, entre um grupo e outro, entre o indivíduo e o grupo. O relacionamento humano é a sociedade, o relacionamento entre eu e você. Se eu sou muito cobiçoso, muito astuto, se tenho grande poder e autoridade, vou empurrá-lo para fora; e você procurará fazer o mesmo comigo. Assim, fazemos leis. Mas vêm outros e anulam as nossas leis, estabelecendo outro conjunto de leis, e isto prossegue o tempo todo. Na sociedade, que é o relacionamento humano, há constante conflito. Esta é a base simples da sociedade, que se torna cada vez mais complexa à proporção que os próprios seres humanos se tornam mais e mais complexos em suas ideias, em seus desejos, em suas instituições e em suas indústrias. 

Pergunta: Podemos ser livres mesmo vivendo nesta sociedade?

Krishnamurti: Se dependo da sociedade para obter minha satisfação e meu conforto, por acaso posso ser livre? Se dependo de meu pai para ter afeto, dinheiro, para poder ter iniciativa de fazer coisas, ou se dependo, de alguma forma, de algum guru, não sou livre, não é? Então, será possível ser livre enquanto se é psicologicamente dependente? certamente, a liberdade só é possível quando tenho capacidade, iniciativa, quando me é dado pensar de forma independente, quando não tenho medo do que alguém diga, quando quero de fato encontrar a verdade e não sou ambicioso, invejoso, ciumento. Enquanto eu for invejoso, ambicioso, serei psicologicamente dependente da sociedade; e enquanto assim depender da sociedade não serei livre. Mas deixar se deixar de ser ambicioso, serei livre. (...)

Pergunta: Já que sempre estamos relacionados uns com os outros, não é certo que nunca poderemos ser absolutamente livres? 

Krishnamurti: Não compreendemos o que é relacionamento, relacionamento correto. Suponha que eu dependa de você para obter minha satisfação, para o meu conforto, para a minha sensação de segurança; como poderei ser livre? Mas se eu não dependo desse modo, ainda assim estou relacionado com você, não é mesmo? Dependo de você para obter algum tipo de conforto emocional, físico ou intelectual; portanto, não sou livre. Apego-me aos meus pais porque quero alguma espécie de segurança, o que quer dizer que meu relacionamento com eles é de dependência, e está baseado no medo. Como então posso ter algum relacionamento livre? Só há liberdade no relacionamento quando não há medo. Portanto, para ter um relacionamento correto, preciso começar libertando-me dessa dependência psicológica que gera medo. 

Krishnamurti em, O VERDADEIRO OBJETIVO DA VIDA

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill