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domingo, 21 de setembro de 2014

Vivemos a base de imagens criadas pela mente

PERGUNTA: Para que termine a formação de imagens, também deve cessar o pensamento? Um não implica necessariamente o outro? O final da formação das imagens é realmente a base sobre a qual se pode descobrir o que são o amor e a verdade? Ou esse final é a essência mesma da verdade e do amor?

KRISHNAMURTI: Vivemos a base de imagens criadas pela mente, pelo pensamento. Continuamente ajuntamos e eliminamos imagens. Você tem sua própria imagem a respeito de si mesmo; se você é um escritor, tem uma imagem de si mesmo como escritor, se é marido ou esposa, cada qual tem criado uma imagem de si mesmo ou de si mesma. Isto começa desde a infância, por causa da comparação, da sugestão, quando lhe dizem que você não é tão bom como o outro menino, ou que deve fazer tal coisa, ou que não deve fazê-la; assim, gradualmente, este processo se acumula. E, em nossas relações, pessoais ou de outro tipo, sempre há uma imagem. E esta imagem impede completamente que haja uma relação verdadeira com o outro.

Bem, agora, o interlocutor

PERGUNTA: Isto pode terminar alguma vez, ou é algo com o que temos que viver perpetuamente? E também pergunta: No termino mesmo dessa imagem, chega ao seu fim o pensamento? Ambas as coisas estão, a imagem e o pensamento, relacionadas entre si? Quando cessa o mecanismo pelo qual se forma a imagem, é isso a essência mesma do amor e da verdade?

Alguma vez terminaram de verdade com uma imagem, fazendo-o espontaneamente, facilmente, sem nenhuma compulsão, sem nenhum motivo? Não dizendo: “Devo terminar com a imagem que tenho de mim mesmo, assim não serei lastimado”. Tome uma imagem e examine-a; ao examiná-la descobre todo o movimento da formação de imagens. Nessa imagem começa a descobrir que existe temor, ansiedade, uma sensação de isolamento; e se sente temor, diz: “É muito melhor ficar com algo que conheço e não em algo que não conheço”. Porém, se a examina a fundo e com total seriedade, investiga quem é o fazedor da imagem, não de uma imagem, em particular, senão, de toda formação de imagens. É ele o pensamento? É essa a resposta, a reação natural para proteger-se a si mesmo física e psicologicamente? Pode-se entender que haja uma resposta natural para a proteção física: como ter alimento, roupas, um lugar onde viver, como evitar ser atropelado por um ônibus, etc. Essa é uma resposta natural, sadia, inteligente. Nela não há imagem; porém, psicologicamente, internamente temos criado esta imagem que é a conseqüência de uma série de incidentes, acidentes, ofensas, injúrias.

É esta formação psicológica de imagens o movimento do pensar? Sabemos que o pensamento não intervem, quem sabe para nada, na reação física auto-protetora. Porém, a formação psicológica das imagens é o resultado da constante falta de atenção, falta que é a essência mesma do pensamento. O pensamento é, em si mesmo, desatento. A atenção não tem um centro, não tem um ponto a partir do qual ir a outro ponto, como ocorre na concentração. Quando há atenção completa, não há movimento do pensar. Somente na mente que não está atenta surge o pensamento.

O pensamento é matéria; o pensamento é o resultado da memória; a memória é o resultado da experiência, a qual deve ser sempre limitada, parcial. A memória, o conhecimento, nunca podem ser completos, sempre parciais; portanto, neles não há atenção.

Assim pois, quando há atenção não há a formação de imagens, não há conflito; isso é um fato, veja-o. Se quando você me insulta ou me bajula, estou completamente atento, então, o insulto ou essa bajulação nada significam. Porém, no instante em que não presto atenção, o pensamento, que em si mesmo é desatento, toma a direção e cria a imagem.

O interlocutor também PERGUNTA: o final da formação de imagens, é a essência da verdade e do amor? De nenhum modo. O amor é desejo? O amor é prazer? Quase toda nossa vida tende ao prazer em diferentes formas, e quando tem lugar esse movimento de prazer, de sexo, etc., a isso chamamos amor. Pode haver amor quando há conflito, quando a mente está debilitada por problemas, o problema de Deus, o problema da meditação, dos problemas entre o homem e a mulher? Quando a mente vive submergida em problemas, como o está a maioria de nossas mentes, pode haver amor?

Pode haver amor quando há um grande sofrimento, seja fisiológico ou psicológico? É a verdade uma questão de conclusões, de opiniões, um assunto de filósofos, de teólogos, dessas pessoas que crêem tão profundamente em dogmas e rituais, que são toda criação do homem? Pode uma mente tão condicionada saber o que é a verdade? A verdade pode manifestar-se tão somente quando a mente está completamente livre de toda esta mistura. Os filósofos e outros nunca olham suas próprias vidas, se perdem em algum mundo metafísico ou psicológico a respeito do qual se colocar a escrever e publicar, e chegam a ser famosos. A verdade é algo que exige uma extraordinária claridade da mente, requer uma mente absolutamente livre de problemas físicos ou psicológicos, uma mente que não conheça o conflito. Ainda assim a recordação do conflito tem que terminar. Com a carga das recordações não podemos dar com a verdade. É impossível. A verdade somente pode manifestar-se para uma mente livre, assombrosamente livre de tudo o que tenha sido feito pelo homem.

Para mim, essas não são palavras, compreende? Se não fosse algo real, não falaria disso porque seria desonesto para comigo mesmo. Se não se tratasse de um fato, eu seria então um terrível hipócrita. Isto requer uma integridade tremenda.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
Ojai, Califórnia, 13 de maio de 1980
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill