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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

É possível experimentar a totalidade da mente?

Vocês desejam experimentar "a totalidade da mente", não? Desejam experimentar o estado em que se verifica o sentimento total da vida, o sentimento total do desapego a uma dada coisa. A experiência está sempre em relação com o conhecido, não é verdade? E se nunca experimentaram a totalidade da mente, como a conhecerão? Percebem o problema? Por favor, não concordem, apenas, porquanto isso encerra uma porção de coisas. 

(...) Ora, para sentirmos a qualidade dessa totalidade, podemos experimentá-la em termos do que já conhecemos? Ou trata-se de coisa que não pode ser experimentada em termos de reconhecimento? 

Talvez eu esteja entrando rapidamente demais na questão, e, pois, perguntemos mais uma vez a nós mesmos: O que é a mente? Examinemos, descubramos. 

A mente é a capacidade de reconhecer, de acumular conhecimentos na forma de memória; é o resultado de séculos de esforço humano, experiência, conflito, e das presentes experiências individuais em relação ao passado e ao futuro; é a capacidade de planejar, de comunicar, de sentir, de pensar, racional ou irracionalmente. Existe a mente de sentimentos mansos, quietos, serenos, e também a mente brutal, cruel, "superior", arrogante, vã; a mente em estado de auto-contradição, solicitada em diferentes sentidos. Esta é a mente de quem diz: "sou inglês", ou "americano", ou "indiano". Existe a mente inconsciente, o profundo reservatório coletivo, hereditário; e há a mente superficial, educada de acordo com uma certa técnica, um certo código de conduta, de ação, de conhecimento. Esta é a mente que busca, que deseja a permanência, a segurança; a mente que vive da esperança, mas só conhece a frustração, fracasso, desespero; a mente que pode lembrar-se, rememorar; a mente muito destra  e exata; a mente que sabe o que é amar e deseja ser amado.  

Tudo isso, por certo, constitui a totalidade, não? Essa é a mente que vocês e eu possuímos — e os animais também, embora em menor escala. E há, ainda, a mente que diz que precisa transcender tudo isso, alcançar um certo ponto, experimentar uma totalidade, um estado atemporal, imensurável. 

Tudo isso, pois, constitui a mente. Nós a conhecemos pode seguimentos quando sentimos ciúme, raiva, ódio; ou a conhecemos na auto-contradição; ou por meio de sonhos, sugestões ou intuições provenientes do passado. Tudo isso constitui a mente. É a mente que diz "Sou a alma", "Sou o Atman", o "eu superior", isto, aquilo e aquilo outro... A mente que se acha aprisionada dentro dos limites do tempo — pois tudo isso se relaciona com o tempo. A mente escrava das palavras, assim como os ingleses são escravos das palavras "Rainha", "Cristo"; e os hindus, escravos de sua própria coleção de palavras; e os chineses e os comunistas, escravos das suas, e assim por diante. 

Agora, percebendo tudo isso, como proceder? O que é, com efeito, a mente? 

Consideremos a questão de manira diferente. Vocês vêem, senhores, que se necessita de mudança; uma mudança calculada não é mudança nenhuma. A mudança que visa a um certo resultado, por meio de exercício, disciplina, controle, impiedosa dominação, é, meramente, a continuação da mesma coisa sob disfarce diferente. E a mudança progressiva, evolutiva, disso já tratamos e é assunto liquidado. A única mudança verdadeira é a mudança radical, imediata. Como pode a mente alcançar essa mudança, depois de se tornar livre de seu condicionamento, suas brutalidades, suas emoções estúpidas, seus temores, sua "culpa", suas ansiedades e, portanto, tornar-se nova? Digo que isso é possível, mas não pelo processo analítico, a investigação, o exame, etc. Digo que é possível "limpar a lousa" de um só golpe, instantaneamente. Não traduzam isso como "Graça de Deus"; não digam: "Isso pode ser possível para outro, mas não para mim" — porque, assim, não estamos enfrentando o problema, porém, evitando-o. Eis porque eu disse no começo que necessitamos de um pensar muito claro e muito preciso, de implacável investigação.  

Krishnamurti em, O PASSO DECISIVO  

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill