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sábado, 4 de junho de 2016

O maravilhoso mistério chamado Vida

QUASE TODOS NÓS ESTAMOS APEGADOS a uma certa parte insignificante da vida, e pensamos que, através dessa parte, descobriremos o todo. Sem sairmos de nosso quarto, achamos que podemos explorar toda a extensão e toda a amplidão do rio e perceber a riqueza dos verdes prados que o margeiam. Vivendo em estreito aposento, pintamos uma pequena tela e pensamos ter "tomado a vida pela mão” e compreendido o significado da morte. Mas, tal não aconteceu. Para que aconteça, temos de sair para o ar livre. Mas é-nos extremamente difícil sair para o ar livre, deixar nosso pequeno aposento de estreita janela, para vermos as coisas como são, sem julgar, sem condenar, sem dizer "Disto eu gosto e daquilo não gosto” — porque a maioria de nós pensa que através da parte será possível compreender o todo. Examinando um raio, esperamos compreender a roda, não é verdade? São precisos muitos raios, e mais o cubo e o aro, para termos a coisa chamada "roda”; e precisamos ver a roda toda para podermos compreendê-la. Do mesmo modo, precisamos perceber o inteiro processo do viver, se realmente desejamos compreender a vida.

Espero estejais seguindo o que estou dizendo, porque a educação deve ajudar-vos a compreender o todo da vida, e não apenas preparar-vos para obter um emprego e seguir a rotina habitual — casamento, filhos, segurança, e vossos pequenos deuses. Mas, para suscitar a educação correta necessita-se de muita inteligência, discernimento, e por essa razão é tão importante que o próprio educador seja educado para compreender o processo total da vida, e não cuide meramente de ensinar-vos de acordo com determinada fórmula, velha ou nova.

A vida é um maravilhoso mistério — não o mistério de que falam certos livros ou certas pessoas, porém um mistério que cada um de nós tem de desvendar por si próprio. Eis porque tanto importa compreenderdes o que é pequeno, limitado, mesquinho, e passardes além.

Se não começais a compreender a vida desde jovens, crescereis muito feios, interiormente; sereis estúpidos e vazios, ainda que, exteriormente, tenhais dinheiro, andeis em carros de luxo e pareçais muito importante. Por isso é tão relevante que saiais de vosso quarto para ver a amplidão do firmamento. Mas, isso não podeis fazer se não tendes amor — não "amor físico’’ ou "amor divino’’, porém amor, puro e simples: amar os pássaros, as árvores, as flores, vossos mestres, vossos pais e, além do país, toda a humanidade.

Não será uma verdadeira tragédia se não descobrirdes, por vós mesmo, o que é amar? Se não conhecerdes o amor agora, nunca mais o conhecereis, porque, quando ficardes mais velhos, o que se chama "amor” será uma coisa muito feia — uma propriedade, uma espécie de mercadoria que se compra e vende. Mas, se começardes agora a ter amor no coração, se amardes a árvore que plantais, o cão vadio que afagais, então, quando crescerdes, não permanecereis no pequeno aposento de estreita janela, mas saireis para amar a totalidade da vida.


O amor é realidade; não é emoção, efusão de lágrimas; não é um sentimento. O amor, em si, é sem sentimentalismo. Este é um ponto muito sério e importante: que deveis amar enquanto estais jovens. Vossos pais e mestres talvez desconheçam o amor, e foi por esta razão que criaram um mundo terrível, uma sociedade perpetuamente em guerra contra si mesma e com outras sociedades. Suas religiões, suas filosofias e ideologias são todas falsas, porque sem amor. Eles só percebem uma parte; estão a olhar pela estreita janela, que poderá apresentar uma vista aprazível e extensa, mas que não é toda a amplidão da vida. Sem esse sentimento de intenso amor, não podeis ter a percepção do todo; por conseguinte, sereis sempre um ente digno de comiseração e, ao chegardes ao fim da vida, não tereis senão cinzas, um amontoado de palavras ocas.

Krishnamurti em, A cultura e o problema humano
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill