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segunda-feira, 6 de junho de 2016

A limitação do pensamento

O pensamento é um fragmentar da plenitude da mente. O todo contém a parte, mas a parte nunca pode ser aquilo que é completo. O pensamento é a parte mais ativa da nossa vida. O próprio sentir é acompanhado pelo pensamento; na sua essência formam um todo, embora tenhamos tendência a separá-los. E, tendo-os separado, damos então grande relevo à emoção, ao sentimento, às atitudes românticas e à devoção, mas o pensamento, como o fio de um colar, tece-se através deles todos, oculto, cheio de vitalidade, controlando e moldando. Está sempre presente, embora gostemos de pensar que as nossas emoções profundas são essencialmente diferentes dele. É uma ilusão, um engano que é tido em grande estima, mas que leva à insinceridade. 

Como dissemos, o pensamento é a realidade da nossa vida quotidiana. Todos os chamados livros sagrados são produto do pensamento. Podem ser venerados como tendo origem numa revelação, mas são essencialmente pensamento. O pensamento é o criador da turbina e dos grandes templos da terra, dos foguetões, e também da inimizade entre os homens. É responsável pelas guerras, pela linguagem que usamos e pelas imagens criadas pela mão do homem ou pela sua mente. O pensamento domina o relacionamento. Descreve o que é o “amor”, o céu das religiões e o sofrimento da miséria. O homem presta-lhe culto, admira-lhe as subtilezas, as astúcias, a violência, as crueldades de que é capaz em nome de uma causa. O pensamento tem trazido grandes progressos à tecnologia, e com ela uma grande capacidade de destruição. É esta a história do pensamento, repetida através dos séculos.

Por que é que a humanidade dá uma tão extraordinária importância ao pensamento? Será porque ele é a única coisa que “temos”, embora seja pelos sentidos que se torna ativo? Será porque o pensamento tem sido capaz de dominar a natureza, de dominar o meio ambiente, e porque tem trazido alguma segurança física? Será porque é o instrumento mais eficaz de que o homem dispõe para atuar, viver e obter satisfação? Será porque o pensamento cria os deuses, os salvadores, a “superconsciência”, fazendo esquecer a ansiedade, o medo, o sofrimento, a inveja, o mal que se faz? Será porque junta as pessoas em nações, em grupos, em seitas? Será porque promete esperança a uma vida sombria? Será porque dá uma possibilidade de fugir ao tédio da existência quotidiana? Será porque, em face do desconhecimento do futuro, oferece a segurança do passado, uma pretensa superioridade, e uma insistência na experiência já vivida? Será porque no conhecimento há estabilidade, há possibilidade de iludir o medo, na certeza do conhecido? Será porque o pensamento se considera invulnerável e toma posição contra o desconhecido? Será porque o amor não pode ser explicado, nem medido, ao passo que o pensamento é limitado e resiste ao movimento imutável do amor? 

Nunca investigamos a verdadeira natureza do pensamento. Aceitamo-lo como algo inevitável, algo que nunca se pode dispensar, como os olhos e as pernas. Nuncas sondamos a verdadeira profundidade do pensamento: e porque nunca o pomos em causa, ele assume o predomínio. Torna-se o tirano da nossa vida, e os tiranos raramente são contestados. 

Portanto, como educadores, vamos expô-lo à luz viva da observação. Esta luz não só dissipa instantaneamente a ilusão, como também revela, com a sua claridade, os mais pequenos detalhes do que está a ser observado. Como dissemos, não é a partir de um ponto fixo, de uma crença, de um pré-juízo ou de uma conclusão, que se observa. A opinião é algo bastante medíocre, tal como a experiência acumulada. O homem que invoca constantemente a sua experiência é “perigoso”, porque está confinado na prisão do seu próprio conhecimento. 

Podereis então observar com extrema lucidez todo o movimento do pensamento? Esta luz da observação é liberdade: não se pode captá-la nem pô-la ao serviço da conveniência ou vantagem pessoais. Observar o pensamento é observar todo o vosso ser, e esse mesmo ser é dominado pelo pensamento. Tal como o pensamento é finito, limitado, assim é o eu.

Krishnamurti em, Cartas às escolas
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill