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quinta-feira, 13 de março de 2014

A existência inteira é como uma nuvem branca

Pouco antes de Buda morrer, alguém lhe perguntou: Quando um Buda morre, para onde vai - ele sobrevive ou simplesmente desaparece no nada? Esta pergunta não é nova; é uma das mais antigas; muitas e muitas vezes repetida. Dizem que Buda respondeu: É exatamente como uma nuvem branca desaparecendo.

Justamente nesta manhã havia nuvens brancas no céu. Agora, elas não estão mais lá. Para onde foram? De onde vieram? Como surgiram, e como se dissolveram novamente?

A nuvem branca é um mistério - o vir, o ir, o próprio ser dela.

Esta é a primeira razão pela qual chamo o meu caminho de "O Caminho das Nuvens Brancas". Mas existem outras razões e é bom ponderar, meditar sobre elas.

Uma nuvem branca existe sem nenhuma raiz - é um femeno desenraizado, sem qualquer retenção, ou retido no nada. Mas ainda assim existente.

A existência inteira é como uma nuvem branca - sem qualquer raiz, sem qualquer causalidade, sem qualquer causa última - ela existe. Existe como um mistério.

Uma nuvem branca não tem, na realidade, nenhum caminho próprio. Vagueia. Não tem onde chegar, não tem objetivo. Não tem destino a ser cumprido. Não tem fim. Vo não pode deixar uma nuvem branca frustrada, porque onde quer que ela chegue, é a meta.

Se você tem uma meta, está destinado a ficar frustrado. Quanto mais a mente é orientada para uma meta, mais angústia, ansiedade e frustração possui - porque quando vo tem uma meta começa a se mover com um objetivo fixo.

E a existência inteira existe sem qualquer destino. O todo não está indo para lugar algum; não possui nenhuma meta, nenhuma finalidade.

Se você tem uma finalidade, está indo contra o todo - lembre-se disto - vo ficará frustrado. É impossível vencer o todo. Sua existência é tão frágil - vo não pode lutar, não pode conquistar. É impossível conceber um indivíduo sozinho conquistando o todo. Se o todo não tem finalidade e vo tem, vo acaba sendo derrotado.

Uma nuvem branca deixa-se levar para onde quer que o vento a dirija - não resiste, não luta. Uma nuvem branca não é um conquistador, e mesmo assim flutua acima de tudo. Vo não pode conquistá-la, não pode vencê-la. Ela não tem nenhuma mente para ser conquistada - eis porque não se pode derrotá-la .
Quando você está fixado numa meta, propósito, destino ou significado, quando adquire essa loucura de chegar a algum lugar, os problemas começam a surgir. E vo acaba sendo derrotado - isto é certo. Sua derrota está na própria natureza da existência.

Uma nuvem branca não tem para onde ir. Movimenta-se, vai para todos os lugares. Todas as dimenes lhe pertencem, todas as dirões lhe pertencem. Não rejeita nada. Tudo é, existe, numa total aceitação.

Por isto, chamo o meu caminho de "O Caminho das Nuvens Brancas". As nuvens brancas não têm caminho próprio - vagueiam. Caminho significa chegar a algum lugar. "O Caminho das Nuvens Brancas" é um caminho sem caminho, uma trilha sem trilha. Movimentando-se, mas sem uma mente fixa - movimentando-se sem a mente.

Mm? - isto tem de ser compreendido, porque objetivo é sinônimo de mente. Eis porque você não pode conceber uma vida sem objetivo; a mente não pode existir sem objetivo.

E as pessoas são tão absurdas - elas ainda vêm a mim e perguntam: qual a finalidade da meditação? A meditação não pode ter nenhuma finalidade, porque a meditação é basicamente um estado de não-mente - no qual vo está, mas não vai a lugar algum; no qual simplesmente estar, ser, é a meta.

A meta está aqui e agora. Quando a meta está em algum outro lugar, a mente inicia sua jornada. A mente começa a pensar, inicia um processo. Se o futuro existe, então a mente pode fluir, pode ter seu curso, tem espaço para mover-se. Com o objetivo vem o futuro, e com o futuro vem o tempo.

Uma nuvem branca flutua no céu, a temporal - porque então futuro nem mente para ela. Ela está aqui e agora. Cada momento é uma eternidade total.

Mas a mente não pode existir sem finalidade, assim, ela continua criando propósitos. Se os propósitos chamados de mundanos são perdidos, ela cria propósitos religiosos, propósitos extraterrenos. Se o dinheiro tornou-se inútil, então meditar passa a ser muito útil. Se o chamado mundo das competições, da política, tornou-se sem sentido, então um mundo de religião, de realização, com uma nova competição, torna-se significativo. A mente sempre almeja algum significado, algum propósito.

E para mim, apenas uma mente sem propósitos é religiosa. Mas então a mente já não é mais uma mente. Pense em si mesmo como uma nuvem branca, sem nenhuma mente.

No Ti, os monges meditam, mm? - sentados nas colinas, solitários, absolutamente s, meditam sobre as nuvens brancas perambulando pelo céu, contemplam-nas continuamente, e pouco a pouco são incorporados, tornam-se nuvens brancas - ficam empoleirados nas colinas como uma nuvem branca. Sem mente, apenas existindo. Sem resistência, sem luta, sem nada para ser alcançado nem para ser perdido. Apenas sentindo o prazer do existir, celebrando o momento - o gozo, o êxtase do existir.

Por isto, chamo o meu caminho de "O Caminho das Nuvens Brancas". Gostaria que vocês também se tornassem nuvens brancas, vagueando pelo céu. Eu digo vagueando, não caminhando, não dirigindo-se para um ponto - apenas vagueando para onde quer que o vento os leve.

Esteja onde estiver, esse lugar é a meta. A meta não é algo que termina em algum ponto, um fim de linha. A meta é o próprio momento.

Aqui, para mim, você é um siddha, um ser iluminado. Aqui, vo já se realizou. Aqui já é tão perfeito quanto pode ser, é como um Buda, um Mahavir, ou um Krishna. Não tem mais nada para alcançar. Neste exato momento, tudo está presente - apenas vo não percebe.

E vo não percebe porque sua mente está no futuro. Não está aqui. Vo não está consciente do que está lhe acontecendo neste exato momento.

E tem sido sempre assim. Por miles e miles de vidas tem sido assim. Vo tem sido um Buda o tempo todo. Nem por um único momento isto foi perdido. Isto não pode ser perdido - porque é assim que a natureza, as coisas são. É impossível perder isso!

Mas você não percebe e não pode perceber porque sua meta está em algum outro lugar, em algo que tem de ser conseguido. Assim, cria uma barreira e perde o que já é.

Uma vez que esse estado é revelado, uma vez que é compreendido, uma vez que você se torna consciente dele, o maior mistério do ser é revelado - todo o mundo é perfeito.

Mm? - isto é o que queremos dizer quando falamos que todo mundo é Brahma - que todo mundo é a alma, a alma suprema, o Divino. Isto é o queremos dizer quando falamos Tattwamasi - você já é. Não precisa se tornar, porque se tivesse que se tornar, então não seria. E se vo já não fosse, como poderia vir a ser? A semente torna-se árvore porque a semente já é isso. Uma pedra não pode transformar-se numa árvore. A semente torna-se árvore porque a semente já é isso!

Assim, a questão não é de transformação, a questão é apenas de revelação. A semente revela-se neste momento como uma semente; no momento seguinte, como uma árvore. Portanto, esta é apenas uma questão de revelação. E se vo puder penetrar nisto profundamente, verá que a semente já é a árvore neste exato momento.

O S H O 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill