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segunda-feira, 3 de março de 2014

A realidade atemporal, imensurável, sem nenhuma ilusão

"Quando se quer descobrir a realidade, toda influência, toda imitação, observância de algum princípio ou exemplo, obediência a um guru ou outro qualquer — nada disso tem valor."
...Desde o começo dos tempos, pelos séculos a fora, o homem sempre buscou uma certa coisa que deve achar-se além da monótona rotina da vida de cada dia, uma coisa que o pensamento jamais atingiu e que não é produto do tempo. A essa coisa se tem chamado "Deus", se têm dado inúmeros e diferentes nomes, mas parece que pouquíssimos a alcançaram. Entretanto, todas as vezes que ela foi encontrada, alguns indivíduos muito sagazes trataram de organizá-la e, desse modo, a destruíram". [...] Assim, tem o homem a possibilidade de descobrir algo, de encontrar aquela realidade atemporal, imensurável, sem nenhuma ilusão — não como "experiência", ou uma fórmula, ideia ou conceito, porém como uma realidade? Porque, se não descobrirmos essa coisa, a vida será vã, sem significação. O homem pode ser competente, possuir muitos bens, viver regaladamente, tornar-se famoso, mas, se não encontrar essa coisa suprema, sua vida será SUPERFICIAL, VAZIA, INSIGNIFICANTE. E, percebendo esse estado, essa falta de significação, começa o homem a inventar deuses com o nome de pátria, de partido, e os deuses das igrejas, dos templos, etc. Assim, temos possibilidade de alcançar essa coisa suprema que não se encontra em nenhuma igreja, nenhum templo, nenhuma mesquita? Para descobri-la, para alcançá-la, necessita-se, em primeiro lugar, de ordem, de absoluta ordem interior, e essa ordem, que é virtude, é negada quando não se rejeita TOTALMENTE a moralidade social. Nessa total rejeição da moral social, há moralidade.

[...] Tendo lançado a base, não como ideia, não como conceito, não como abstração, porém na vida real de cada dia, podemos começar a investigar se existe "alguma coisa mais", uma coisa indestrutível; e, para descobri-la, ou, melhor, para encontrá-la, precisamos compreender a meditação.

[...] Meditação é o silêncio da mente; mas, nesse silêncio, nessa intensidade, nesse estado de total alertamento, a mente já não é a sede do pensamento, porque o pensamento é tempo, o pensamento é memória, o pensamento é conhecimento. E, quando se acha de todo quieta e sobremodo sensível, a mente pode começar uma viagem eterna, sem limites. Isso é meditação, e não aquela estúpida repetição de palavras que se está praticando.[...] A hipnose, quer praticada por vós mesmos, quer por outrem, só pode projetar o próprio condicionamento, as próprias ansiedades e temores; não tem absolutamente nenhum valor.

[...] Temos de descobrir por nós mesmos, independente dos teóricos, dos teólogos e dos sacerdotes, o que é a relação com a realidade. Essa realidade pode ser chamada "Deus"; o nome é, em verdade, de ínfima importância, porque a palavra, o símbolo, nunca é a coisa real, e ficar enredado em símbolos e palavras parece-me uma coisa totalmente irracional. [...] Assim, a o fazermos a pergunta sobre a verdadeira relação do homem com a realidade, devemos estar livres da palavra com todas as suas associações, com todos os seus preconceitos e condições. Se não descobrirmos essa relação, a vida terá muito pouca significação; então, inevitavelmente, nossa aflição, nossa confusão, se tornarão maiores, e a vida cada vez mais intolerável, mais superficial e insignificativa. Precisamos ser sobremodo sérios para descobrirmos se tal realidade existe ou não, e qual a relação do homem com ela. [...] Antes de tudo o mais, é possível — não misticamente, nem romântica ou emocionalmente, porém realmente — descobrir ou encontrar esse estado extraordinário?  

Krishnamurti — Onde está a bem-aventurança  

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill