A angustiosa problemática (*tédio, insatisfação, solidão, vazio), só terminará quando o homem cruzar a fronteira da análise mental e ingressar no reino da intuição espiritual, onde todos os problemas se solvem no mar imenso da sapiência cósmica. E isto é redenção. Isto é suprema beatitude. Todo problema da redenção se resume no processo de ultrapassar a zona da análise intelectual, criada e mantida pelo ego luciférico, e entrar na zona da intuição espiritual, atributo do Eu crístico do homem
Como realizar essa momentosa transição?
Essa transição redentora é, em última análise, um processo misterioso, insondável, um carisma ou uma graça, e, sob esse aspecto, não está ao nosso alcance; é-nos dada por Deus.
Mas essa doação divina depende da presença de certas condições humanas.
A graça é de graça, livre, gratuíta — mas não é arbitrária.
As condições preliminares do seu advento estão ao alcance do homem — são a nossa fé, a nossa atitude propícia, o nosso ambiente convidativo. A ausência dessas condições impede a atuação da graça, a sua presença torna possível essa atuação.
Logo, está nas mãos de qualquer pessoa humana ser remida ou não, entrar no reino da beatitude ou ficar do lado de fora. É questão de cumprir ou não cumprir as condições necessárias. O resto vem por si mesmo.
[...] Como realizar essa integração?
Pela mística e pela ética.
E, como esta prepara o caminho para aquela, deve o homem começar, praticamente, pela ética. Deve levar uma vida dedicada à verdade, à justiça, ao amor, à benevolência, à solidariedade [...]
Essa permanente atitude ética é uma declaração de guerra ao ego e a todos os seus ídolos e fetiches, guerra à cobiça, à luxúria, ao orgulho, à gula, à maledicência, à desonestidade, à toda espécie de suscetibilidade que levam o homem profano a sentir-se, a cada momento, ofendido, preterido, menosprezado, etc.
[...]É condição preliminar indispensável que o candidato à redenção aprenda a controlar os seus pensamentos e desejos. O cérebro e o coração do homem comum são praça pública, profanada por todos os transeuntes e vagabundos; transformar em santuário essa praça exige árdua luta. Quem não quiser pagar o preço desta luta não pode ser remido. Mas, quem o pagar verificará, depois de algum tempo, que vale a pena, que a verdadeira vida feliz começa nesse ponto.
[...] No meio desse clima propício de pureza ética e silêncio universal consegue o candidato à redenção ingressar na zona da consciência espiritual, que é essencialmente anônima, embora os homens lhe deem muitos nomes — meditação, contemplação, etc.
[...]É condição preliminar indispensável que o candidato à redenção aprenda a controlar os seus pensamentos e desejos. O cérebro e o coração do homem comum são praça pública, profanada por todos os transeuntes e vagabundos; transformar em santuário essa praça exige árdua luta. Quem não quiser pagar o preço desta luta não pode ser remido. Mas, quem o pagar verificará, depois de algum tempo, que vale a pena, que a verdadeira vida feliz começa nesse ponto.
[...] No meio desse clima propício de pureza ética e silêncio universal consegue o candidato à redenção ingressar na zona da consciência espiritual, que é essencialmente anônima, embora os homens lhe deem muitos nomes — meditação, contemplação, etc.
Huberto Rohden
* Citação colocada pelo editor do Blog, não pertencente ao texto original