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segunda-feira, 17 de março de 2014

Sobre o Aspecto Interior dos Afazeres Cotidianos

A maioria de nós prefere escapar dos problemas prementes a solucioná-los. Temos vários meios pelos quais podemos fugir deles: através das drogas e de inúmeras formas de diversões, através da religião organizada — uma forma benigna de entretenimento intelectual. E se não escapamos, procuramos orientação e apoio, pois necessitamos mais dessas muletas morais do que das materiais. Entretanto, feliz ou infelizmente, existe um setor na vida de cada um no qual nos sentimos completamente sós; nesse plano, temos que travar nossas próprias batalhas, encarar nossas mais íntimas ansiedades e imaturidade para que assim possamos amadurecer. Se não o fazemos, quem pode nos ajudar? Afinal de contas, isso é que constitui a vida, ou não? Um processo de contínuo aprendizado, algo inteiramente diferente da ideia de que “uma vez informados, aprendemos alguma coisa”. Se lhe disserem como dirigir sua vida, como solucionar um determinado problema psicológico, a vida sempre frustrará o seu pequeno e cuidado esquema, apresentando-lhe novos problemas sobre os quais ninguém lhe disse nada. Assim, precisará sempre de mais auxílio, de mais apoio exterior e, portanto, jamais será capaz de se erguer sozinho.

Certamente, não vamos promover este processo. Nossas declarações não devem ser sorvidas como verdade absoluta, mas se destinam a forçar o leitor a refletir sobre o assunto. O fato de simplesmente aceitá-las ou rejeitá-las não tem qualquer valor; elas deixam o problema basicamente sem ser resolvido. Mas, para aprofundar nosso conhecimento, talvez seja útil discutir, investigar juntos, ressaltar certos fatos interessantes (não opiniões) descobertos por nós mesmos — sem qualquer pressão, sem qualquer desejo de fazer com que os outros aceitem um determinado ponto de vista. Os fatos (caso sejam fatos) falarão por si mesmos; na realidade, somente os fatos podem fazê-lo. Portanto, um dos primeiros requisitos será ser capaz de diferenciar entre o fato e a mera opinião. É bem possível que o meu pretenso “fato” possa ser uma opinião, e quanto mais cedo eu compreender isso, melhor. E o meu fato, sendo um fato, bem poderá ser uma opinião para vocês. Para sermos acessíveis aos fatos, para sermos exatos em nossas observações e distinguirmos claramente o falso como falso, é necessária uma certa sensibilidade e uma grande dose de amor — um amor ardente para sentir e viver pela Verdade, por amor a essa Verdade. Esperemos que esta pesquisa em conjunto, relativa a muitas questões apaixonantes, possa despertar essa sensibilidade e provocar um espírito entusiasta de investigação, tanto no leitor quanto no escritor.

Tenho a impressão de que aquilo que muitas pessoas dadas à meditação desejam no mundo é um aprofundamento de seus conhecimentos nos assuntos fundamentais; elas estão começando a compreender que ignorá-los é uma das principais causas de sua frustração. Além disto, a verdade começa a aparecer lentamente no sentido de que, para essa compreensão básica, não precisamos recorrer a livros, mestres ou revelações de origem religiosa - nenhum dos quais merece crédito, pois todos são passíveis de várias interpretações. Tampouco devemos deixar que nos impinjam uma crença, que, na realidade, é uma forma de conforto, mas que nada tem a ver com o que é.

O que tentaremos fazer neste estudo é discutir os problemas humanos de interesse geral, a partir de um ponto de vista mais “intrínseco” do que é habitual. Esta afirmação precisa ser mais esclarecida. Um problema, quer seja individual ou social, nunca pode ser solucionado quando isolado. Por exemplo: o problema da guerra não pode ser devidamente compreendido sem o conhecimento da subdivisão da humanidade em nacionalidades, religiões e raças. O problema do amor nunca pode ser compreendido sem abordar toda a questão do relacionamento. Por baixo dos aspectos superficiais de um problema jaz um tremendo tumulto na Consciência que, por assim dizer, representa o útero do qual nasceram nossos pensamentos e ações. Assim sendo, qualquer assunto só pode ser compreendido quando todo o quadro é aprendido — não apenas o seu aspecto superficial, mas também os ocultos; e esta totalidade inclui, naturalmente, o relacionamento ou conexão do problema com o homem, o criador do problema. Independentemente do que os psicanalistas nos dizem, nenhuma parte da psique pode ser totalmente compreendida sem considerar conjuntamente o campo da psique.

Para examinar esta vasta área, o nosso habitual e fragmentário enfoque analítico de nada serve. Descobrir alguma coisa em sua totalidade, num lampejo, sem que se proceda a um exaustivo sumário de uma multidão de pequenos fragmentos de informações, é o início da meditação.

Robert Powell - A Mente Livre
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill