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terça-feira, 17 de setembro de 2013

A revolução está no Ser e não no vir a ser

Só pode haver revolução, quando há SER, do qual pode resultar ação verdadeira. Enquanto, porém, a mente se encontra aprisionada no perene processo de VIR A SER, não pode haver revolução, nem transformação, e não pode haver amor; apenas infelicidade, mais ódios, e maiores guerras. Que deve, pois, fazer a mente? Ela não pode passar para o outro estado. A mente que é, em sim, o processo de vir a ser, não pode passar para o outro estado e assimilá-lo; ELA NÃO PODE TORNAR-SE O SER. Não pode buscar o SER. No momento em que ela está consciente DO SER, está morto O SER; já não é O SER uma coisa vital, já não exulta, já não vive, já não age construtivamente. Que deve então fazer a mente, reconhecendo a sua IMPOSSIBILIDADE de promover uma revolução em si mesma? (...) só pode verificar-se esta revolução quando há SER e não VIR A SER. Assim, pois, todo e qualquer esforço que fizerem para revolucionar O SER, constitui justamente uma negação da revolução. Isto é, se faço um esforço para compreender aquele "estado de ser", em que há revolução radical, o ser se torna um estado morto. Assim, quando minha mente compreende essa coisa, inteiramente, ela, a mente, se torna muito tranquila; não faz, então, mais esforço para ser ou não ser;(...) A se torna tranquila, e compreende-se então, na sua totalidade, o processo do VIR A SER.

A mente não pode chamar a si O SER. O SER apenas pode manifestar-se quando a mente está de todo tranquila, quando não persegue alguma coisa, quando não busca um resultado, quando não quer tornar-se virtuosa. Porque, o "eu" é VIR A SER, o "eu" é O QUE VEM A SER; e enquanto existir o "eu" não pode haver SER. O "eu" pode colocar vestes diferentes, de cores diversas, e pensar que está se modificando, que está produzindo revolução; mas, no centro, continua presente o "eu", e ele não pode extinguir-se por meio da disciplina, de controle, de sacrifício, da observância de exemplos. O "eu" existe em virtude do próprio esforço que faz, para ser ou não ser. (...)

Toda vez que a mente faz um esforço, esse próprio esforço vai reforçar o "eu" — o "eu" que se identifica com o Estado, com o partido, com a virtude, com certo sistema de pensamento, com a religião, com qualquer coisa, enfim. Por conseguinte, não há, através desse processo, revolução nenhuma, não há transformação; há tão-somente mais desgraças, maior confusão, mais guerras, mais ódios. Quando reconheço isso, quando minha mente reconhece isso, há então tranquilidade; há aquele silêncio tão essencial AO SER; e, só então, há uma possibilidade de revolução radical.

(...) É só quando a mente já não está buscando engrandecer-se, já não está à procura de um resultado, já não está tentando produzir uma ação por meio de ideias — só então, existe a possibilidade de uma revolução que não procede da mente, que não é produto do pensamento. Tal é a revolução do SER, da verdade, do Amor. Isto não é uma coisa sentimental, uma superstição, uma miragem religiosa. Não é um mito, mas uma realidade que pode ser descoberta por cada um de nós. Esta Realidade pode encontrar-se apenas quando estamos possuídos de um sério empenho, quando sabemos escutar a algo que é verdadeiro e deixar essa Verdade operar e purificar a nossa mente de todos os seus pensamentos.

Jiddu Krishnamurti — Autoconhecimento — Base da Sabedoria



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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill