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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sobre o descobrimento da Verdade

O descobrimento do que é verdadeiro não se efetua por meio de esforço consciente. Se compreendermos isso verdadeiramente, chegaremos ao estado em que a mente reconhecerá a sua incapacidade de atender aos nossos problemas. Então talvez nos seja oferecida a possibilidade de descobrirmos uma nova fonte de ação, uma fonte diferente, cujo descobrimento nos habilitará a encontrar uma nova maneira de pensar, de sentir, de viver, de existir.

(...)A Verdade é aquilo que nunca se contaminou, que não se pode conceber, premeditar, ler nos livros, que não pode nos ser dada por outrem. A única solução para os nossos problemas é o descobrimento do que é a Verdade. Esta é a única revolução capaz de nos influir radicalmente na existência, na nossa vida de cada dia, em nossas relações diárias.

(...) Esse descobrimento do que é a Verdade não se verifica por meio do esforço consciente. Acho muito importante compreender-se que não podemos IR à Verdade. E A VERDADE SÓ PODE VIR-NOS IMPERCEPTIVELMENTE, QUANDO NÃO A ESPERAMOS. Qualquer forma de expectativa, de esperança é uma forma de "projeção" — projeção do "eu", sendo o "eu"o coletivo. (...) Esse estado só é realizável quando compreendermos o processo de nossa mente, e não quando procuramos imaginar o que ele seja, ou especular-lhe a respeito. Tão-somente ao compreendermos o processo do nosso pensar e vermos o quanto nossas mentes estão condicionadas, só então há uma possibilidade de descobrir o que é a Verdade, a qual, só ela, pode libertar-nos dos nossos problemas.

(...) O descobrimento da Verdade, porém, é um processo muito árduo. Requer pensamento amadurecido — e não fáceis soluções, conclusões, ou juízos, segundo a fórmula esquerdista ou direitista, ou tirados do que aprenderam nos seus livros ou da experiência de vocês. Requer estudo muito sério.

(...) Vocês não podem achar o que é a Verdade com uma mente frívola. Uma mente superficial, maldizente, estúpida, ambiciosa — jamais descobrirá o que é a Verdade. Uma mente frívola não pode criar senão uma coisa frívola; não pode criar senão um Deus frívolo. Nosso problema, por conseguinte, não é o de achar ou descobrir o que é Deus, mas o de percebermos como somos frívolos.

(...) O importante é descobrir-se e compreender-se O QUE É, e não, transformá-lo noutra coisa. Afinal, uma mente estúpida, mesmo quando procura tornar-se muito sagaz, muito penetrante e inteligente, contínua estúpida do mesmo modo, porque sua essência mesma é a estupidez.

(...) Só a Verdade pode libertar-nos. A compreensão apenas pode vir quando não estamos seguindo alguém, quando não existe autoridade alguma — seja a autoridade da tradição, seja a autoridade dos livros, do GURU, da nossa própria experiência. Nossa experiência é resultado do nosso condicionamento, e tal experiência não pode ajudar-nos a descobrir a Verdade.

Nessas condições, os que se sente seriamente interessados, os que desejam de verdade descobrir a Verdade relativa aos seus problemas, devem, naturalmente, colocar de lado tudo quanto é autoridade. Isto é dificílimo, porque quase todos nós estamos cheios de temor.(...) Enquanto estivermos encostados em alguém, nunca chegaremos a compreender o "processo" do nosso pensar; negaremos, assim, a nós mesmos, o descobrimento da Verdade.

(...) A Verdade — a única religião — só pode ser achada, ou, melhor, pode manifestar-se somente quando nossa mente se acha de todo tranquila, sem sentir necessidades, em "projetar", sem desejar "fazer" ou "não fazer". Isso não implica retirada para longe do mundo; não há possibilidade de retirada, não há possibilidade de isolamento. Estar em relação é — Vida. E nas nossas relações podemos descobrir o que é Verdade, o que é Amor.

(...) A Verdade tem de vir a vocês. A Verdade não pode ser chamada. E ela só pode vir quando estão abertos, quando não possuem nenhum desejo. Só quando vazia, de todo vazia, a taça de vocês, só quando sabem que estão mortos, só então se apresenta aquele estado em que vocês têm a taça sempre cheia. Só há, então, Amor, o amor infinito.

(...) Mas, no que diz respeito à maioria de nós, nosso conhecimento, nossas experiências, autoridades, compulsões, as várias atividades de nossa vida diária estão nos impedindo de experimentar diretamente algo que é verdadeiro. Por mais que me ouçam, suas mentes estão sendo estorvadas de tal maneira pela autoridade, pelo saber, pela experiência, que são incapazes de ver as coisas diretamente. Assim, pois, apenas vem a compreensão quando a mente está realmente tranquila, quando não é coagida, compelida, quando na sua tranquilidade e serenidade, a mente está receptiva. Se compreensão não é acumulação, não se pode juntar compreensão; não se pode armazenar compreensão. A compreensão vem em clarões, numa série de clarões ou num só clarão de longa duração — o que indica que a mente deve achar-se sobremodo tranquila, ESCUTANDO, sem fazer escolha alguma. Mas uma mente condicionada, uma mente disciplinada, aprisionada, limitada por conclusões — essa mente não pode compreender, não pode experimentar diretamente a Verdade. E é esse experimentar da Verdade, de momento a momento, que produz a libertação criadora.

(...) Essa atividade criadora é Amor. Sem Amor não há revolução, e o Amor não é uma ação consciente. O Amor é algo além dos limites do pensamento. Só se pode compreender, sentir, experimentar o Amor, quando a mente se acha de todo tranquila; e só então existe a possibilidade de efetuar-se uma revolução fundamental no mundo.

Jiddu Krishnamurti — Autoconhecimento — Base da Sabedoria
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill