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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

É possível observar sem a palavra?

A revolução interior ou psicológica implica uma transformação completa, não só da mente consciente mas também da inconsciente. Pode-se facilmente modificar o padrão externo da sua existência, ou da sua maneira de pensar. Você pode deixar de pertencer a qualquer igreja que seja, ou pode abandonar uma igreja para ingressar noutra. Pode pertencer ou não pertencer a determinado partido político ou grupo religioso. Tudo isso pode facilmente ser modificado pelas circunstâncias, por seu medo, por seu desejo de maior recompensa, etc. A mente superficial pode ser facilmente modificada, porém, muito mais difícil é efetuar uma alteração no inconsciente — e é aí que se encontra o nosso problema. E o inconsciente não pode ser alterado pelo anseio, pelo desejo, pela vontade. Temos de abeirar-nos dele negativamente.

O examinar negativamente a totalidade da consciência implica o ato de escutar; implica perceber os fatos sem interferência de opiniões, juízos, condenação. Por outras palavras, requer pensar negativo. A maioria de nós, por educação e experiência,, está acostumada a ajustar-se, a obedecer, a seguir autoridades estabelecidas — autoridades morais, éticas, ideológicas. Mas o que aqui estamos examinando exige que não haja autoridade de espécie alguma; porque, assim que o indivíduo começa a INVESTIGAR, já nenhuma autoridade existe. Cada momento é um descobrimento. E como é possível a mente descobrir quando está sujeita à autoridade. A suas anteriores experiências? Assim, pois, o pensar negativo significa devassar nossas crenças assertivas, dogmáticas, nossas experiências, ansiedades, esperanças e temores; significa ver tudo isso negativamente, isto é, sem o desejo de alterá-lo ou transcende-lo, porém, observando-o simplesmente, sem avaliação.

Observar sem avaliação significa observar sem a palavra. Não sei se você já tentou alguma vez olhar uma coisa sem a palavra, o símbolo. A relação das palavras com aquilo que elas descrevem constitui o pensamento, o qual é reação da memória; e olhar um fato, SEM palavras, é olhá-lo sem a intervenção do pensamento.

Experimente-o, uma vez. Ao sair daqui, nesta manhã, olhe para as montanhas com seus capuzes de neve, ou ESCUTE aquele rio, sem nenhum pensamento — o que não significa estar dormindo. Não significa olhar com a mente “em branco”. Ao contrário, olhar uma coisa sem a intervenção do pensamento requer que você esteja totalmente desperto. E esta é uma tarefa árdua, porquanto você está condicionado, desde a infância, para julgar, para avaliar. Estamos condicionados pelas palavras... através dessa cortina de palavras olhamos e escutamos; por isso, nunca vemos, nunca ouvimos.

Eis porque é tão importante libertarmo-nos da escravidão às palavras. Tome-se a palavra “Deus”. Temos de ficar completamente livres dessa palavra, principalmente se nos considerarmos pessoas religiosas ou espirituais; porque a palavra não é a coisa. A palavra “Deus” evidentemente não é Deus; e para se compreender o que seja essa extraordinária entidade, temos de ficar livres da palavra — o que significa ficar interiormente livre de todas as influências e associações decorrentes dessa palavra. Isso, por sua vez, não implica crer ou descrer; implica que não se deve pertencer a nenhuma religião, nenhum sistema organizado de pensamento. Só então temos a possibilidade de descobrir por nós mesmos se algo existe além das palavras, além das medidas da mente.


Jiddu Krishnamurti — O homem e seus desejos em conflito 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill