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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O "estado de ser" que é felicidade suprema

Existe um pensante, como entidade separada do pensamento? Ora, não há entidade separada; só há pensamento, e foi o pensamento que criou a entidade separada chamada pensante. O pensamento é reação da memória, tanto da consciente como da inconsciente, da oculta como da patente; a memória é experiência, e a experiência é reação a estímulo e, depois, o processo de dar nome, o qual empresta mais desenvolvimento à memória. A memória reage como pensamento, nas relações, e todo esse processo de pensamento, esse ciclo de memória, estímulo, reação, experiência e dar nome, que vai aumentar a memória, é o que chamamos consciência. É só isso o que sou, e é só isso o que sei. Vejo, pois, que a minha ente funciona dentro da esfera do conhecido; e poderá ela funcionar fora dessa esfera? Percebo agora o processo integral do meu pensar, o que me leva a fazer a pergunta: Poderá a mente transcender o pensamento, que é resultado do conhecido? Não pode, evidentemente; porque, quando o pensamento procura passar além, o que ele segue é sua própria "projeção". O pensamento não pode experimentar o conhecido, só pode experimentar o que ele próprio "projetou", que é o conhecido. O pensamento é a mente, que é resultado do tempo, resultado do passado;e eu desejo saber se a mente é capaz de passar além de si mesma. Não pode, é claro, porque o "além" é desconhecido, não pertence ao tempo. Assim, a mente precisa findar — o que significa que deve estar quieta, meditativa. Meditação não é o tornar-se alguma coisa, mas a compreensão do processo total das relações, que é autoconhecimento. É só quando a mente está tranquila, não tendo sido obrigada a ficar tranquila, que existe a possibilidade de experimentar o desconhecido.

Pode, pois, a mente, que é o resultado da experiência, que é memória — pode a mente experimentar o desconhecido? Compreendem o problema? Pode a mente, que é memória, produto do tempo, experimentar o atemporal? A função da mente é lembrar; e a verdade será objeto de experiência e lembrança?(...) A questão é: a mente é o resultado do tempo, o tempo é memória, e a memória diz: "experimentei" ou "não experimentei". Será a verdade, o desconhecido, o imensurável, objeto de experiência, ou seja, algo para ser lembrado? Se vos lembrais de uma coisa, essa coisa já é o conhecido, não é? Será possível experimentar uma coisa que não existe em relação com o tempo — o que significa experimentar, vendo a verdade, momento por momento? Se me lembro da verdade, essa coisa não é mais a verdade; porque a memória é coisa do tempo, da continuidade, e a verdade não é do tempo, a verdade não é continuidade. A verdade do Buda não é a verdade que hoje descubro. A verdade só se apresenta na mente de todo silenciosa. A verdade não é coisa que possa ser procurada, experimentada, conservada, e adorada. Só é possível "experimentar" o atemporal, quando a mente está liberta de todo condicionamento. Assim, o autoconhecimento é a compreensão do condicionamento.

O que importa é compreender o processo total da mente. Trataremos disso mais tarde; cumpre-nos, agora, perceber que a verdade não é uma coisa suscetível de ser lembrada. O que é lembrado é do tempo, é coisa do passado, e a verdade nunca é do passado, nem do futuro; a verdade só pode estar no presente, naquele estado em que não existe o tempo. O tempo é o processo da mente, a mente é pensamento, o pensamento é reação da memória. A memória é a experiência do estímulo e da reação, e porque a reação é inadequada; cria-se o problema das relações. Assim, a compreensão do processo total do "eu" reside na compreensão das relações, na vida cotidiana, e essa compreensão liberta a mente do tempo, e ela, por conseguinte, é capaz de experimentar a realidade de momento em momento, o que não constitui um processo de lembrança — não mais podemos chamar "experiência" a esse estado, que é inteiramente diverso. Esse "estado de ser" é felicidade suprema, não é algo que aprendemos em livros e repetimos como discos de gramofone. Nesse estado, um homem é feliz, não repete, para ele a vida não tem problemas. É só a mente que cria problemas.

Jiddu Krishnamurti — 12 de fevereiro de 1950 — O que estamos buscando?

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill