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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Investigando o processo e a origem do pensar


A menos que a mente descubra a fonte do pensamento, ver-se-á sempre de novo enredada num sistema de vida que levará finalmente ao conflito, uma vida que é violência. Aquela fonte precisa ser descoberta. Enquanto existir observador e coisa observada, haverá contradição, distância, intervalo de tempo, separação entre ambos, e o pensamento tem de existir.

(...) Enquanto houver observador e coisa observada, e, entre ambos, intervalo de tempo, distância, espaço — essa separação dará origem ao pensamento. Só quando o observador é o objeto observado, e não há observador nenhum, não há pensar.

Objetivamente, vejo, no começo da primavera, uma árvore em que ainda não despontam as folhas novas, formando com seus galhos nus, delicado desenho contra o fundo azul do firmamento. Vejo-a: Eu, o observador, e aquela árvore — observador e coisa observada. A árvore não sou eu. É algo existente no exterior. Nela penso quanto é delicada, bela, escura — uma forma negra contra o céu limpo. O observador tem certas “memórias” a respeito daquela árvore, sua espécie, seu nome, a lembrança dos fatos acumulados em relação a ela. O observador é a memória, a entidade que sabe; com esse saber, sua memória, experiência, conhecimentos, olha a árvore. O observador está então pensando. Enquanto existe observador e coisa observada, no pensamento, na ação, é isso o que acontece.

Consideremos outro exemplo: as relações entre os cônjuges. É relativamente fácil olhar uma árvore, mas o caso se torna muito mais complexo quando esposa e marido olham um para o outro. Há sempre o “observador” e o “objeto observado”. O observador, que convive com aquela outra pessoa, recorda-se dos prazeres, sensuais e outros, do companheirismo, das ofensas das lisonjas, dos confortos — de tudo o que constitui o fundo dessa relação. Cada um tem uma imagem do outro. Dessa imagem, dessa memória, dessas experiências, desses prazeres, nasce o pensamento. A relação é entre as duas imagens. Isso também está perfeitamente claro e, portanto, pode-se ver que, enquanto há observador e objeto observado, o pensamento inevitavelmente funciona. se encontra a fonte da ação-pensamento. Enquanto há divisão, separação, o pensamento necessariamente começa a funcionar; isso não significa que o pensamento se identifica com o objeto a fim de pensar; pelo contrário, só está a identificar-se com o objeto a fim de pacificar o pensar; mas existe sempre “processo” de pensar naquele estado de relação.

Está, assim, descoberta a origem do pensar. Mas, quando o pensador, o experimentador, o observador é o objeto observado, a experiência, o pensamento, não há, nesse estado, nenhum pensar. E é nessa maneira de vida que se encontra a paz. Se uma pessoa é séria, não fragmentariamente, intermitentemente, quando lhe convém, quando isso lhe proporciona conforto ou prazer; se deseja seriamente encontrar uma maneira de vida em que haja paz, em que não exista contradição e, portanto, não exista conflito nem esforço, terá de investigar o processo do pensar e a origem do pensar. Isso não significa que não se deva fazer uso do pensamento. Naturalmente, temos de fazer uso dele; mas, o pensamento — quando dele nos servimos sem compreender como se origina e como termina — cria mais conflito, mais confusão, como ocorre atualmente. Mas, naquela claridade que vem quando o observador é o objeto observado, o pensamento perdeu a imensa importância que tinha para nós. A paz não é um fim em si, um ideal que temos de lutar para alcançar, uma coisa que precisamos obter, para vivermos tranquilos. Ela vem, naturalmente, sem esforço e sem luta de nossa parte, quando o pensamento compreendeu a si próprio. Isso não significa que o pensamento põe, então, fim ao pensar — pois isso seria falta de maturidade, infantilidade. Mas, ao ser compreendido o inteiro processo do pensar, alcança-se um estado que se pode chamar “pacífico”, mas esta palavra não é o fato. É somente a base de que necessitamos. Estamos apenas lançando as bases, pois, sem bases adequadas, o pensamento, a mente, não pode, de modo nenhum, funcionar numa dimensão completamente diferente.

Jiddu Krishnamurti — Encontro com o eterno

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill