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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Libertando-se do círculo do egoísmo

Pergunta: Vós não pareceis exercer qualquer das ocupações reconhecidas como profissões, tal como são compreendidas pela ordem social de hoje em dia. Se vossa atitude devesse servir de exemplo neste sentido para os vossos seguidores, e se a grande maioria da comunidade intelectual no mundo adotasse vossos princípios e abandonasse suas ocupações sociais, onde estaria o desenvolvimento da raça humana?

Krishnamurti: Primeiro que mais nada, eu não estou firmando um exemplo para que o sigais. Eu vos estou ajudando a seguir vosso próprio entendimento. Eu trabalho, porém não o faço por meu interesse, portanto não projeto uma sombra no caminho de outrem. Toda a minha concepção do viver não está baseada na ideia de Krishnamurti, no egoísmo. Precisais trabalhar, está subentendido isto, seja escrevendo à máquina, seja cavando ou fazendo qualquer outra coisa; necessitais trabalhar e não viver a expensas de outrem. Porém, em vosso trabalho, colocais em primeiro lugar o interesse individual e, portanto, torna-se o trabalho uma terrível obsessão, envolvendo vossos interesses egoístas. Todos tem que trabalhar, porém compete-vos averiguar se estais ou não explorando os outros, seja espiritual, seja econômica, seja politicamente. Vós sois responsáveis por estas coisas, e ninguém mais. Vós e não outrem, são exploradores. Averiguai se o sistema é errado e rompei com ele. Eu não vos peço que destruais, porém digo-vos que vos torneis conscientes e, então, fareis as coisas naturalmente. No processo de vos tornardes conscientes destruireis os sistemas que corrompem e exploram o homem espiritualmente, economicamente e por outras formas. Não combatais simplesmente os sistemas, porém tornai-vos conscientes, responsáveis, e haveis de verificar que produzis uma mudança social, a qual, na verdade ajudará o homem.

Pergunta: Sois de opinião que a ocupação com uma profissão, isto é, que o trabalho, seja manual ou intelectual, constitue um obstáculo para aquisição da Verdade? Se assim não é, então porque não exerceis vós uma dessas profissões na vida social de hoje? Se o trabalho constitue um obstáculo, não sois de opinião que o conhecimento da Verdade tal como o definis conduziria definidamente à estagnação do progresso humano?

Krishnamurti: Realizais por meio do trabalho, porque ele vos obriga a vos tornardes conscientes. Todos tem que ter ocupação e a ocupação reta deve ser baseada na verdadeira função do indivíduo na sociedade. Já expliquei isto em outra parte e não voltarei a tratar do assunto. Quando houverdes compreendido isto, o trabalho não impedirá o homem de realizar a Verdade. Se estiverdes buscando compreensão da Vida, vossa profissão será o próprio meio para a realização da Verdade. É somente em vossas atividades diárias que podeis libertar-vos de vosso círculo de egoísmo.


Krishnamurti, reunião de verão em Ommen 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill