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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Sobre intuição e individualidade


Pensais por meio do raciocínio alcançar a intuição. Pelo processo do raciocínio não podeis chegar à intuição. O raciocínio baseia-se principalmente no centro do eu, por consequência não liberta o pensamento, ao contrário, fortifica a consciência do eu. Ele conduz a ilusões lógicas, porque esse centro do eu é criado por meio de falsos valores do transitório. A intuição é sempre constante no homem e pode ser plenamente realizada quando o centro do eu é completamente dissolvido. Então, em lugar de fortificar o eu e por esse modo abafar a intuição, o raciocínio torna-se um instrumento da intuição. Não se atinge a intuição por meio do raciocínio mas pelo libertar a causa da limitação.

Se uma ideia achar resposta em vós, se vos satisfizer, se vos consolar, vós a aceitais e lhe chamais intuição. Tome por exemplo a ideia da reencarnação. Ouvis falar a respeito, e porque ela vos afeta, a ela vos apegais pensando que é intuição. Por esse modo ela se torna real para vós e baseais as vossas ações e vossa vida inteira sobre ela. Para mim, este apelo que dá satisfação não é intuição. Nada mais é que atração. É o prolongamento, pelo tempo, desse centro do eu, com mais oportunidades e maior expansão. Esta “intuição” é pessoal, gratificante e vós a perseguis e denominais lei da natureza ou plano divino. Por favor, não interpreteis isto para significar que eu seja a favor ou contra a reencarnação. Falo da Verdade que é isento de tempo.

Assim, por meio desta pretendida intuição, dividis a vida em dois mundos, este e o outro, em consciência universal e consciência individual, baseando o vosso raciocínio nesta suposta realidade. A intuição nada tem que ver com o que é particular e não pode ser limitada para o uso do indivíduo. No processo de libertar a eu-consciência, desenvolveis o verdadeiro raciocínio que, então, se torna instrumento de intuição. O raciocínio somente existe para expressar a intuição, não para realiza-la.
O amor não tem incentivos. Posto que implicitamente seja a resultante do motivo, a ação não possui motivo se for nascida do amor. Quando, porém, este amor está confinado pela individualidade, então é necessário um incentivo para estimular a eu-consciência a fazer um esforço em direção à Verdade, a qual se torna nada mais que a glória da individualidade.

Enquanto existir o centro do eu criais a consciência universal que nada mais é que uma divisão desse centro. A eu-consciência cria a dualidade e, assim, tendes consciência individual e cósmica, sendo ambas concepções falsas que surgem dentro da limitação da individualidade. Daí manifesta-se uma constante luta entre as duas partes do mesmo centro. A parte pessoal pergunta à parte universal porque ela cria desgraça, injustiça e sofrimento?  Daí provém uma especulação infindável quanto ao de onde, como e para onde, que jamais pode ser respondida por partir de um falso raciocínio. Somente quando o centro se dissolve, há paz e a beatitude do entendimento. A ignorância existe enquanto há individualidade e da ignorância nasce o caos. Assim, não pergunteis porque, porém libertai-vos da eu-consciência e sabereis.  

Krishnamurti, verão de 1931  
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill