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sábado, 20 de agosto de 2016

O desejo afasta a percepção do real

Pergunta: Continuamente falais da Verdade, chegando, portanto, a encarar naturalmente a sua realização como sendo a meta última do homem. Dizeis que não podemos perceber a Verdade e que, portanto, não podemos tê-la como a nossa meta. Em direção ao que, então, lutamos nós? Digo lutar, no vosso sentido, não no sentido de luta e desejo de atingimento.  

Krishnamurti: Frequentemente tenho falado da Verdade tendo em vista transmitir a ideia de uma infindável renovação, sem começo, nem fim. Nisto não pode haver uma meta, uma finalidade, algo para ser atingido, buscado, tornando-se nada mais que um motivo e tornando a vossa busca incompleta. Uma mente finita não pode perceber aquilo que é infinito. Portanto, a vossa tentativa de verifica-lo, para alcança-lo, é fútil, porque mais não pode ser que o perseguir de uma ideia e aquilo que como tal conceberdes, não é a Verdade. Não tenteis imaginar o que seja, porém tornai-vos tão apercebidos no presente, por meio da vigilância, que a mente fique livre da limitação efetiva; pois a ação sem motivo é verdadeira percepção. Sereis capazes de perceber com justeza se a mente e o coração estiverem despojados de todo o desejo. O verdadeiro lutar, é estar agudamente vigilante, o penetrar as muitas camadas do desejo.

Desejais ser estimulado por uma meta. Possuir uma meta, um motivo, nada mais é que aquisição, ao passo que a verdadeira ação é o despojar-se de todos os desejos. Vós vos tendes deitado ao trabalho de adquirir virtude, haveis imaginado que necessitais ser bons, que tendes de dar, que precisais partilhar — e o que aconteceu? Haveis subido altitude após altitude, haveis progredido mentalmente, e qual o resultado de todas as vossas conquistas, de vossos progressos, de vosso atingimento? Poeira e confusão, perturbação ocasionada pelo desejo, completa desgraça. A ação deve ser um contínuo desnudar, não uma série de atingimentos, pois que aquilo que atingirdes, torna-se a vossa limitação. A mente que é infinitamente plástica, que cede, é indestrutível. Ao passo que esta espantosa ideia de expandir a consciência até que ela inclua tudo, nada mais é do que a glorificação do egoísmo, o qual jamais pode entender a Verdade. Esta Vida eterna não é um fim, porém sim um contínuo renovar e podeis percebe-lo só quando a mente e o coração estiverem completamente desprovidos da ideia do “eu” e sua glorificação, que nada mais é que um sutil engano do desejo.


Krishnamurti, Acampamento de Ojai,  7 de junho de 1932
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill