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domingo, 21 de agosto de 2016

O descontentamento traz o entendimento da vida

Pergunta: Em toda a educação as crianças são adestradas na direção de um certo padrão que lhes é imposto pelos pais e professores. Por acaso temos o direito de lhes impor um padrão qualquer? Se assim for, onde estão as linhas dele? São a limpeza, as boas maneiras, a gentileza, etc., coisas puramente artificiais ou elas acrescentam na verdade a felicidade do indivíduo? Muitas pessoas no passado recomendaram a honestidade, a castidade, a obediência e outras pretensas virtudes.  Por acaso a observância destas coisas as conduziu à felicidade, à Verdade, ou ao seu inverso? Como podemos assegurar-nos de que um padrão qualquer seja na realidade verdadeiro? Gostamos da limpeza e da delicadeza e por isso as impomos — haverá, porém, alguma razão subjacente para isto, exceto a de nos convir?

Krishnamurti: A maioria das pessoas possuem um certo princípio que desejam ver estabelecido como um padrão para outrem, seus filhos inclusive. Para mim, todos os princípios e crenças são relativos e não se pode fixa-los como um padrão. Portanto, não se trata de estabelecer um ideal para que vossas crianças o imitem, ou força-las a adotar um padrão de conduta. Pela vossa própria conduta, pela vossa própria atitude em face da vida, podeis criar verdadeiro descontentamento; não somente descontentamento com coisas superficiais, porém o descontentamento que traz o entendimento da vida. Inteligência é a escolha do essencial. Para discernir com justiça é preciso que não tenhais preconceitos, nem consciência de classe, nem sentimento de superioridade e inferioridade, nem sentimento de nacionalidade, nem escravidão a qualquer sistema de pensar, todos os quais, inevitavelmente, matam a ação criativa.

Pergunta: Haveis dito que a uniquidade é o único guia até que tenhamos atingido a meta. Podeis, por favor, explicar mais plenamente o que entendeis por uniquidade?

Krishnamurti: A uniquidade pertence ao particular, ao ego, à eu-consciência, à individualidade. Aquilo que é todo-inclusivo, auto-existente, completo, não pode ser único. A uniquidade não é um processo ou uma técnica conducente à Realidade, porém sim o modo pelo qual interpretais cada experiência até a mais plena capacidade de vossa inteligência.      


Krishnamurti, reunião de verão em Ommen, 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill