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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Tornai a criar a vós mesmo segundo a Verdade

Pergunta: Dizeis em vosso livro, O Canto da Vida: “Tornei a criar a mim mesmo segundo a Verdade”. Isto é, seguramente, a proclamação de um deus, não a de um ser humano. Para mim, vós sois ainda humano, não um deus. Não podeis nem manter nem mantendes a perfeição durante as vinte e quatro horas do dia, na ação que externa pela conduta. Por favor, não me digais: “Como o podeis saber se não conviveis comigo as vinte e quatro horas do dia?” De que servem aos pesquisadores vossas afirmações e proclamações? Não serão elas meras ondas que se quebram contra a rocha da vida manifestada? Porque faze-los?    

Krishnamurti: Quando me servi das palavras “voltei a criar a mim mesmo”, por esses termos entendi dizer que percebi o que era a Realidade última, e então toda a minha atitude em face da vida mudou. Eu recriei, reorientei minha vida ao libertar-me da autoconsciência. Não pretendo ser um deus. Para mim, a meta da vida, é ser completo, portanto, supremamente humano. Existe essa coisa a que se chama Realidade última e que o homem pode realizar; e eu, homem, ser humano, a realizei. Sustento que todos os homens podem atingi-la, todos os que realmente estejam procurando, podem realiza-la.
Temos uma concepção errônea da ação e da conduta. Para mim, a ação não deve brotar do egoísmo. É a isso que eu denomino ação pura. Minha ação, minha conduta, não se encontram baseadas na eu-consciência, isto é, na exploração, na cobiça, na inveja, nos bens, na vaidade, na pompa e em tudo mais á persistir. É esta a verdadeira e única ação. Eu não posso manter a mesma energia física durante as vinte e quatro horas do dia e vós imaginais que a conduta deve ser baseada na energia. Quando nos sentimos repousados e refrescados pela energia, somos de humor agradável. Quando, porém, a ação se baseia na eu-consciência, é ela portando de fruto do egoísmo; e quando tal não acontecer, a ação não mais ligará. Sei que a minha conduta não se baseia na eu-consciência, isto é, nada peço a ninguém, a salvadores, a ideais, a amigos ou a bens. Minha conduta, isto é, minha mente, não evolui, não cresce, nem tira sua manutenção da eu-consciência. Quando a mente e o coração estão puros, límpidos, incorruptíveis, a ação é isenta de egoísmo. Eu vos peço banir de vossas mentes, todo o sentimento de autoridade no que a mim concerne, todo o sentido de atingimento ou da qualidade e um deus. Para mim, a completude existe no homem e quando a realizardes sereis o ser humano supremo e não qualquer deus místico, extraordinário, misterioso.   
   

Krishnamurti, 3 de agosto de 1931  
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill