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domingo, 21 de agosto de 2016

A tristeza tem que existir enquanto há eu-consciência

Sustento que a Verdade, a Vida Eterna, está oculta em todo o ser humano, porém está coberta pela eu-consciência. Nesta completude não pode haver dualidade; a dualidade surge somente na eu-consciência. A ação puta tem sua origem na completude; porém o bem e o mal, os opostos, vêm à existência por causa da ilusão da eu-consciência.

Na realização da Verdade não há tempo; o tempo brota da eu-consciência. A ideia de progresso surge da eu-consciência, progresso no sentido de ação no tempo. Não podeis realizar a Verdade por meio da perfeição no tempo. A Verdade não evolui, não está limitada pelo tempo. A ilusão pode progredir, porém a Vida não. Por glorificada e perfeita que seja essa ilusão, ela jamais entenderá a Verdade. A completude é eterna, e, já se vê, não é a indefinida continuidade do tempo. Ela está sempre renovando a si própria e sustenta-se por si mesma. Para além desta completude não existe coisa alguma, ela é absoluta, posto que não seja uma finalidade. Vivendo no tempo, que é o incessante vir a ser, atribuis progresso à Verdade; porém, a Verdade só pode ser realizada quando estiverdes libertos do vir a ser.

A completude é harmonia da mente e do coração. A mente precisa estar completamente descarregada de ideias, da vontade e da imaginação, pois que estas coisas pertencem à eu-consciência. O centro do eu está sempre criando sua própria desarmonia e, enquanto este centro existir, não podeis atingir essa harmonia da qual vos falo. Para dissolver o centro do eu tendes que vos tornar plenamente responsáveis pelas vossas ações; assim, somente, por meio da chama da eu-consciência, podeis realizar a Verdade, a harmonia da Vida. O amor é sua própria eternidade e enquanto outrem, o objeto existir, há a tristeza da solidão.

Imaginais que pelo acumular experiência, vem o entendimento. Pensais que a multiplicação das experiências no tempo vos proporcionará a plenitude do entendimento. Para mim, o que ocorre é justamente o contrário. O que vos proporciona entendimento, a realização da completude, é a compreensão do pleno significado da ação como experiência no presente.

Essa flor do entendimento, que está para além do tempo e para além de todas as limitações, acha-se encrustada no pensamento e na emoção. Somente a podeis realizar por intermédio de vosso pensamento e da vossa emoção e não fugindo de tais coisas.  Limitados pela eu-consciência, separais a Verdade de vossas ações diárias; pensais que esta Realidade deve ser encontrada em outro plano da existência, fora de vós. Não podeis separar o perfume, da flor. É por meio da intensidade da eu-consciência — sendo a eu-consciência individualidade, ego — pelo vos tornardes plenamente responsáveis, que realizais a completude.

Enquanto a ação brotar da irresponsabilidade, jamais pode existir esse intenso fogo da eu-consciência através da qual, somente se acha a completude. Para despedaçar essa limitação da irresponsabilidade, não há necessidade de examinar o passado. Não tem valor algum examinar o que aconteceu ontem, porém, tornai-vos sim, plenamente conscientes das vossas ações no presente. Na libertação da consciência reside a verdadeira espontaneidade.

A maioria das pessoas são irresponsáveis porque são arrastadas pelas suas sensações; são escravas de suas emoções e vivem meramente nesse círculo de escravidão. Não sendo eu-conscientes e, portanto, sendo irresponsáveis, suas ações não as libertam. A ação, assim, conduz à ignorância.
Tornando-vos conscientes, auto-recolhidos, responsáveis, estais derrubando as limitações que vos aprisionam no círculo da ignorância. Não vos é possível disfarçar a vossa tristeza ou deixar-vos arrastar pela alegria, pois que ambas as emoções são passageiras. Por meio da eu-consciência descobris as secretas origens do desejo. A tristeza tem que existir enquanto houver eu-consciência e, se a disfarçardes pelo conforto, pela irresponsabilidade, apenas estareis atando-vos a vós próprios na ignorância.     


Krishnamurti, reunião de verão em Ommen, 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill