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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Qual o lugar do esforço na compreensão da Verdade?


Pergunta: Não parece terdes considerável conhecimento da educação moderna, de reforma social, ocultismo, ciência física, psicologia moderna, como também não é de crer que estejais bem informado sobre qualquer outra modalidade de conhecimento. Como, pois, estais habilitado a ensinar e auxiliar o mundo na solução dos tristes e difíceis problemas que a humanidade defronta? Porque não vos interessais por eles?

Krishnamurti: Falo da Sabedoria, que os inclui a todos. Tomai um ramo de árvore, julgando que a tendes toda. Por favor, diferenciai entre informações e sabedoria. A informação, o conhecimento dos fatos ainda que sempre crescente, é, por sua própria natureza, finita. A Sabedoria é infinita. Se atendestes ao que vos disse esta manhã, vereis que se os indivíduos buscarem viver de acordo com o que afirmo ser a verdadeira ação e não fizerem mera teoria a respeito, então neles haverá compreensão de todos os ramos da vida. Porém, pelo conhecimento de um ramo, jamais podereis compreender o perfume, a alegria da Vida.

Pergunta: Frequentemente falais da compreensão da Verdade como de um estado de ser isento de esforço e dizeis que a virtude que requer esforço não é absolutamente virtude. Qual, então, o lugar do esforço na compreensão da Verdade? Pode a Verdade ser percebida sem grande esforço?

Krishnamurti: O vosso esforço está entre os opostos, bem e mal, virtude e pecado. Desperdiçais o vosso esforço no conflito entre os dois. A virtude que requer esforço é tensão e cria resistência. Falo do estado espontâneo da mente, liberto dos opostos. Não busqueis o imensurável, mas fazei grande esforço por vos tornardes cônscios dos opostos em vós mesmos e só então podereis vos libertar deles. Não ponhais em luta os opostos, buscando por esse modo conseguir equilíbrio, que meramente fortalece um dos opostos. Se tendes ressentimento, não o sobrepujais com bondade, porém libertai a mente da ideia de diferenciação; isto é, procurai compreender a verdadeira causa do ressentimento, que é a eu-consciência. Libertai-vos da ideia de virtude, pois que a virtude é um fim, uma qualidade finita, e todas as qualidades são meras limitações. Libertos, tanto da virtude como do pecado, compreendereis naturalmente sem esforço o infinito. O que cria os opostos, é o egoísmo, a ideia de divisão e, por conseguinte, de resistência. Libertai-vos da ideia de distinção; assim, compreendereis a Verdade, na qual todo esforço vem a cessar.

Pergunta: Sou um homem honesto, desejoso de trabalhar e ganhar justo salário. Contudo, há seis meses que estou desempregado, tendo esquecido já o que seja não ter fome. Disseram-me que nada possuís, mas sois naturalmente patrocinado por amigos, pois que o vosso semblante é ainda belo e o corpo está vestido e bem alimentado. Falais da Verdade. Como podeis filosofar, enquanto milhares de pessoas passam fome? O que significa todo esse falar de Verdade? Para mim, a Verdade é alimento, trabalho, viver. Despendeis o vosso tempo falando de certo estado hipotético de consciência. De certo que o homem que se ocupa do problema dos sem emprego, que ativamente auxilia ao seu próximo, faz melhor uso do seu conhecimento. Que respondeis?

Krishnamurti: Uma civilização que tem suas raízes no egoísmo, não pode ser alterada num dia. Necessita de reeducação. Uma civilização em que os indivíduos primam pela sua atitude agressiva, deve ser fundamentalmente modificada. Deve ser edificada em trabalho, em comunidade, onde o indivíduo não encontra expressão para o seu personalismo, onde a competência individual não tem recompensa; porém, o indivíduo deve manter a integridade de sua individualidade, inteiramente, para buscar a compreensão. Tal como se acha, no momento, o homem é egoisticamente individualista, competidor em seu desejo de consecução, brutal, buscando os seus lucros egoístas, acumulando, bens, manejando o poder tirânico, tudo isto criando o último dos caos. Por outro lado, na busca da Verdade, onde ele devera colocar inteiramente a sua completa individualidade, desta forma libertando-a de toda eu-consciência, estabelece Redentores, Mestres, crenças, ideais e autoridades, tudo isto significando a cega dependência. Fortalecei a individualidade em seu próprio lugar, onde o indivíduo consegue em si mesmo a completude. Por certo que devemos nos auxiliar mutuamente, viver juntos, compreender-nos reciprocamente, trabalhar em conjunto. Tudo isto surge quase que normalmente e sem esforço, quando tiverdes uma compreensão exata da função do indivíduo.


O que desejo explicar é que cada indivíduo é completo em si mesmo. Na consecução desta plenitude há a verdadeira felicidade. Semelhante homem, pois, nunca poderá ser escravo de outro, não tem crenças, estando em paz rico em seu entendimento, vivendo completamente, no eterno presente. Assim, ele auxiliará a criar a verdadeira ordem. Estabelecendo ordem, haverá trabalho, pão e oportunidade para todos, mas sem essa verdadeira concepção do indivíduo, haverá sempre caos no mundo.

Krishnamurti, 1931      
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill