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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O não essencial como trave de tropeço

Pergunta: Não é busca da Verdade ou o intenso desejo de libertação algumas vezes um impulso para a ação? Dizeis que todos os motivos devem ser expurgados; como poderemos encontrar a Verdade ou nos tornarmos libertos?

Krishnamurti: Para mim, não se trata de procurar o Eterno no transitório. O Eterno é o transitório, não podeis buscar uma coisa que sempre está aí. O que tendes que fazer é verificar o verdadeiro valor do transitório; pelo suspeitar do transitório, realiza-se o Eterno. Podeis estar interessados em roupas, posses, em certas atividades e ideias. Se sois meramente arrebatados por elas sem as compreender perfeitamente, o transitório vos domina e o seu verdadeiro significado vos escapa. Nem o tempo nem o motivo, nem a crença vos dão entendimento; o que vos dá o entendimento é a pesquisa zelosa, no presente, do valor essencial de vosso pensamento e sentimento. Não podeis ter o desejo de libertação se o não compreendeis e só o compreendereis se o tiverdes realizado. Podeis examinar minha experiência, mas se a tornardes vossa, ela se tornará uma trave de tropeço para vós. Torna-se um guia, um padrão e perverte o vosso juízo, o vosso esforço e a vossa vigilância. Estou procurando descrever-vos a Verdade, essa Realidade Ultérrima que nunca pode ser expressa em palavras. O que não tem opostos, quando descrito em termos de opostos, perde a sua beleza, a sua fragrância, a sua realidade.

Pela compreensão do transitório, que é o Eterno, as alegrias e tristezas efêmeras, nascimento e morte, desaparecem. O entendimento não requer incentivos, crenças. Ao contrário, eles vos impedem de compreender porque isolam a mente da vigilância no presente.

Pergunta: Dissestes que o culto a outrem é ato de uma mentalidade anormal, mas não é a devoção, inata no coração humano? Qual a natureza e função da devoção, segundo o vosso conceito?


Krishnamurti: Quando cultuais a outrem, estareis criando a ilusão de outro “Eu Sou”. O sentimento de reverência em si mesmo é natural e esquisito, não tem ideia de distinção. A devoção é natural quando não tem a complicação de outrem. Quando cultuais a outrem, há distinção e nesta há gosto e desgosto. A não naturalidade consiste em olhar a um como estando acima e a outro como estando abaixo. O culto requer o reconhecimento do inferior. Na compreensão, não há superior nem inferior, porque sois completos em vós mesmos. Tereis realizado a essência eterna, a Vida, e por isso não existirá em absoltio “outrem” em vossa consciência. 

Krishnamurti em palestra em Oak Grove, Ojai, 1931 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill