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domingo, 21 de agosto de 2016

O amor real não conhece pessoas nem coisas

Pergunta: A minha pergunta “como eu posso amar a todos igualmente?” haveis respondido “não é amor que deveis sentir, porém algo de mais elevado”. Por favor, explicai.

Krishnamurti: Penso que o inquiridor deve ter compreendido mal o que eu disse. Enquanto houver a ideia dos “muitos eus” em vossa consciência, em vosso apercebimento, admitis a separação e quereis estar unidos a certas coisas — animais, árvores, seres humanos e deuses. Quando não mais sois limitados pela eu-consciência, que cria a separação, há o amor que é completo em si mesmo. Quando pensais em amor, pensais em outros para quem esse amor se dirige? Se assim for, ainda há divisão, incompletude. O amor não conhece pessoas nem coisas, nem sujeito, nem objeto; está liberto da eu-consciência. Não se trata de amar a todos, porém sim, de realizar a completude do amor que não conhece distinção.

Não ocupeis vossa mente com o desejo de amar a todos. Isto conduz à hipocrisia, ao desagrado, ao autoengano. Se estiverdes vivendo com intenso apercebimento, através dessa própria intensidade virá o desapego, o qual não é indiferença, porém, sim, amor.

Pergunta: Esforçando-me por me desapegar, penso que estou me tornando indiferente, o que verifico ser perfeitamente contrário daquilo que tendes em vista. Ao vos perguntar como posso ser afetuoso e realmente interessado pelos outros e ao mesmo tempo permanecer desapegado, talvez esteja perguntando algo que devera me esforçar por descobrir por mim mesmo? Se assim é, compreendo que não respondais à minha pergunta.

Krishnamurti: Quereis saber como permanecer desapegados e, ao mesmo tempo, estar realmente interessados pelos outros. Porque haveis de vos interessar pelos outros? Deixai os outros em paz. Penso que tempo virá em que não mais necessitarei de pregar-vos e em que vós não mais pregareis a outrem. Necessitais ser naturais. Naturalidade não quer dizer intromissão para com outras pessoas. Temais uma flor como exemplo: ela é. Uma flor é tranquila, repousada, indiferente à vossa admiração. Do mesmo modo não é o caso de ser afetuoso ou estar realmente interessado pelos outros. Isto conduz à indiferença. Vós vos preocupais de como afetais aos outros. Quereis que eles vos admirem, que vos animem, que digam que sois generosos, que sois amáveis. Eu vos falo de qualquer coisa totalmente diferente na qual o outro não existe. A ideia de outro é criada pela eu-consciência. Para perceber aquilo que está isento de ilusões, necessitais compreender esta ilusão de separatividade, necessitais sofrer — não porque seja necessário, porém porque vós o quereis. A indiferença existe enquanto estiverdes apegados, é o outro lado da moeda. Quando houver verdadeiro desapego, isto é, completude, não há mais indiferença. Quando estiverdes apegados, sereis escravos da reação e daí provém a fadiga, a calorosa indiferença. O amor não conhece a outrem e, em seu êxtase, não há separação.


Krishnamurti, reunião de verão em Ommen, 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill