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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A Verdade não conhece nem a separação nem a unidade

Pergunta: Ouvi-vos dizer que uma experiência devidamente compreendida é tudo quanto se necessita para o estabelecimento da liberdade de consciência. Poderíeis, por favor, explicar isto mais largamente. Não será necessário em primeiro lugar passar por uma imensa variedade de experiências que somente parcialmente são compreendidas; ou existe uma estrada mais direta do que esta?

Krishnamurti: Digo que por meio do significado pleno de uma experiência, podeis compreender a expressão integral da Vida. Uma experiência de amor, de amor intenso por outrem, se for adequadamente compreendida, plenamente vivida, vos proporcionará a realização da Verdade. No amor existem a luxúria, a inveja, a posse e o completo apercebimento do “tu” e do “eu”; nele existem a solidão, a dor e a alegria. Quando estais enamorados de alguém tudo isto se manifesta. Para compreender o significado pleno de uma tal experiência, necessitais de possuir grande concentração — não o vos afastardes do conflito, pois que nada mais é do que uma evasão.

A maioria das pessoas não cuida em dar sua plena inteligência à compreensão de uma experiência única e pensam, assim, que por multiplicar as experiências chegarão ao entendimento. Tomai a morte como exemplo. Nela existe o pleno significado da Vida; existem a solidão, o desespero, a esperança, o temor, a perda, a angústia, a luta entre a solidão e o amor, a busca de consolação, que conduz a muitos enganos. Há o desejo de vos unirdes com aquele ser a quem amais, o desejo de verificar seu estado após a morte. Se examinardes isto, se sobre tal refletirdes, haveis de verificar que todas essas emoções emanam da consciência da separação, do “tu” e do “eu”. A morte não pode ser compreendida por transferir o problema para um outro plano de luta, por dizer “unir-nos-emos sobre um outro plano”. A Verdade não conhece nem a separação nem a unidadeela é. Vós emprestais qualidades à Verdade, atribuis-lhe a unidade, pois que em vossa mente, em vossa consciência, existe o “tu” e o “eu”. Removei essa particularidade e não haverá morte, e a realização disto é a imortalidade. Então não mais existe solidão. O propósito de todas as experiências, no fim de tudo, é eliminar a consciência da separação, do “tu” e do “eu”, com todas as suas qualidades implícitas de inveja, cobiça, paixões, desejo de posse e assim por diante. O valor da experiência é o de dissipar essa ilusão da separatividade, a qual é a causa da tristeza, a causa da morte.

Para o homem que realiza a Verdade, a Vida, existe a imortalidade, não a continuidade infinita de si próprio, que nada mais é que ilusão, porém a continuidade da Verdade, a da Vida, que é eterna. Quanto mais nos apegarmos ao particularizado, ao “eu”, ao “meu” e ao “teu”, porém somente esse amor que não conhece distinções, que não conhece particularidades — no qual, portanto, não existe sujeito nem objeto.      


Krishnamurti em, Calander, Escócia, 15 de março 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill