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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Não existe ser supremo externo à Realidade que está no homem

Pergunta: Ao falar a pessoas do exterior, que desconhecem a lei da reencarnação, e que não têm noção da gradatividade das vidas sucessivas, é difícil tornar clara a ideia da libertação e o longo processo para a perfeição no homem. Existe um abismo em sua compreensão, e a libertação parece-lhes impossível de atingir. Para que essas pessoas possam averiguar a ação lógica da evolução, poderíeis nos explicar como esclarecer sua falta de compreensão.

Krishnamurti: Em primeiro lugar, eu vos sugeriria que vos assegurásseis bem quando à vossa própria compreensão. Tentai vós mesmos compreendê-la. Esforçai-vos por prosseguir cuidadosamente neste sentido e verificareis que simples isto é. Julgais que o tempo nos virá proporcionar entendimento; que no fim de uma série de experiências chegareis a compreender. Isto é, pensais que tendes tempo para crescer em compreensão. Ora, o tempo não vos pode proporcionar a compreensão; o que dá compreensão é o entendimento de uma experiência realizada no presente, e não o prolongar essa experiência pelo tempo. Quando a morte entra na minha família, se eu não possuir a compreensão da tristeza, do isolamento e do conflito entre afetos, no presente, se com ele não me debater no presente, se não travar a luta entre o isolamento e o afeto no presente, o adiar do meu esforço para o futuro não criará em mim o entendimento. No entanto é isso que todos vós fazeis. Dizeis: “Se meu irmão morrer eu me unirei a ele em outro plano, em qualquer outra parte”. Isto vos proporciona uma satisfação momentânea, e vos dá conforto. Se, porém, realmente estiverdes prisioneiro da tristeza, este adiamento da compreensão da tristeza, esta unidade, como a denominais, não vos fará compreender. O que vos proporciona entendimento é o vosso próprio desejo, o vosso próprio êxtase, a vossa própria luta, vossa própria força para derrubar as barreiras do tempo e, para isto necessitais de tempo, não no sentido de continuidade, porém de tempo para tornar-se consciente.

Se, por exemplo, fazeis qualquer coisa, em vez de buscardes motivos para a ação, quereis passar imediatamente adiante, praticar outro ato, evitais pensar no presente. Buscais a compreensão através do tempo, e o tempo, é uma série de vidas, uma série de experiências. Vós, como egos, como personalidades, como indivíduos, desejais vos apegar à vossa identidade na vida próxima, porque imaginais que a próxima vida vos dará novas oportunidades de compreensão. Ao manter essa ideia, acontece que não estais vivendo no presente, ajustando-vos ao presente, tornando-vos vitais no presente, mas simplesmente adiando o esforço, por ignorância ou preguiça.

Eu não pretendo que aceiteis o que digo, tal como haveis aceito a reencarnação. O que acreditar ou não na reencarnação, é coisa de pouquíssima importância. O que é importante é se vós que estais me escutando, — vos não o vosso próximo — se vós que prestais atenção ao que vos estou dizendo no momento presente, se vós estais ou não vivendo nesse agora que é toda a Vida. A mente inventa o tempo dando-lhe a forma de progresso, como orientação em direção à Verdade; enquanto que, para mim, não existe progresso no sentido de orientação para a Verdade, para a completude. Não pode haver progresso em direção àquilo que sempre está presente. A ideia de orientação, de dar passos em direção a algo, coisa que mais não é senão outra forma de aquisição, de obtenção, é falsa. Se encarardes a vida, não sob o ponto de vista da continuidade do ego que mais não é que ilusão, porém sob o ponto de vista da Verdade, haveis de verificar que podeis plenamente compreender toda a experiência no presente; e uma encarnação será o bastante para alcançar todo o significado da Vida. Portanto, vivei o todo no presente. Se a vossa mente estiver continuamente preocupada com adiamentos, esta repulsa do conflito sem fazer esforço no presente, fará que jamais compreendais. Se, porém, vossa mente estiver realmente buscando, inquirindo a Verdade, se for adaptável, plástica, enérgica, verificareis que o tempo é uma ilusão, que o todo da existência se acha contido num único minuto de compreensão, e a esta compreensão não se chega por meio do tempo, e sim pela vitalidade de vosso próprio desejo no sentido de compreender a experiência no presente. Este conhecimento, que é o começo da sabedoria, deve ser baseado na percepção de que a Verdade não é coisa externa ao homem; e que a partir do momento que a si próprio ele tenha liberto da estupidez, do seu amor pelas posses, de seu egoísmo, nesse momento realizará ele o seu preenchimento no presente. O conhecimento de que a Verdade está no presente, não no futuro, que não existe ser supremo externo à Realidade que está no homem; e que esta Realidade não conhece tempo, não conhece divisão, não conhece unidade, não conhece separação — este conhecimento será o começo da sabedoria.           


Krishnamurti em, 31 de julho de 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill