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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Quando não existe ordem dentro de nós


Pergunta: Quando dizeis que não existe pecado, que não existe o mal, não estareis lançando aos ventos essas distinções morais de bem e do mal sem as quais a civilização se tornaria um caos?

Krishnamurti: Sustento ainda que do ponto de vista da Vida, da libertação — a qual é a consecução de toda a experiência — não existe mal, nem bem, nem céu, nem inferno; porém, partindo do ponto de vista da limitação, essas coisas existem. Como me preocupo com a Vida e não com o que seja estreito e limitado, para mim, não existe o mal. Isto, porém, não significa que não exista o mal para aqueles que estão imersos na limitação.

Se examinardes uma árvore, verificareis que toda a energia dela está oculta nas raízes e que a fraqueza, a vida delicada, a flor tenra, a substância do fruto, estão em cima. O forte sustenta o fraco. Na civilização atual, prevalecem circunstâncias inversas; os fortes estão em cima e os fracos estão embaixo — compelindo a autoridade aos ignorantes. Daí, precisam estabelecer leis que tratem do bem e do mal; necessitarem de códigos de moral. Porém, o homem que quiser livre — e é meu deleite, meu propósito, libertar os homens — deve inverter as circunstâncias da civilização moderna e voltar à natureza e à Vida. Isto não significa o caos. Ao contrário, — pois não tendes agora o caos? Não estão todos no mundo sofrendo? Não estão amarrados à roda da tristeza? E pensais ser isto a ordem perfeita? Olhe para dentro de vós mesmos e verificareis que há aí conflito ocasionado pela condição desordenada de vossa mente e do vosso coração.

Quando não existe ordem dentro de nós, quando não houver propósito fixo em vossa vida, precisais ser guiados e compelidos à ação, pelas definições do bem e do mal, pelo estímulo do céu e o terror do inferno, pelas exigências das religiões. Se, porém, vos tornardes lâmpadas em vós mesmos, então não mais haverá bem nem mal; será tudo uma questão de experiência. Seguramente isto é mais simples do que o ser controlado por leis externas, por autoridades exteriores, por incentivo de recompensas e o temor da condenação. O que é mais simples, o que é mais digno, o que é que vos pode dar maior força para subir às alturas? Se encarardes a vida sob este ponto de vista, não mais pode existir bem nem mal.  


Krishnamurti em, Calander, Escócia, 15 de março 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill