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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O êxtase da completude não vem pela crença


Quando vedes um poente refletir-se nas águas ou uma árvore tranquila no cimo de uma montanha, ou quando ledes um lindo poema, experimentais um sentimento de êxtase e esse êxtase é o esquecimento completo, pelo momento, de todas as vossas lutas e aborrecimentos, de vossas vaidades e desavenças. Vosso desejo seria manter essa quietude na qual não existe esforço, nem ideia de contenda — pois que nesse êxtase está a completude. Não vos é possível, porém, sustentar permanentemente esse êxtase por meio de um estímulo, seja ele externo ou interno. Por meio da beleza transitória, podeis gozar de um êxtase que é um débil lampejo da realidade última, porém somente por meio da sabedoria podereis permanentemente manter a realização da completude. Podereis ter um entendimento rápido, ocasional, da felicidade, porém a certeza da tranquilidade essa vem somente com a completa liberdade, tanto no que diz respeito ao estímulo exterior como ao interior. A permanência dessa visão extática reside na realização dessa completude que é Verdade, Vida, Libertação. Durante este acampamento vir-me-ei da palavra “completude” para transmitir esta ideia; se, porém, não houver em vós a avidez por lhe compreender o significado, as palavras tornar-se-ão uma barreira e, por essa razão, esforço-me para mudar continuamente as palavras de que faço uso.

A completude não se baseia na crença e sim no conhecimento. Podeis possuir, permanentemente, a realização dessa completude; nela podeis viver a todos os instantes e dela nasce a ação verdadeira. Este conhecimento, para mim, não se encontra baseado no autoengano; eu não me engano a mim mesmo. Eu já realizei esta completude e ela não é a resultante de certa ilusão oculta e nem tão pouco é baseada sobre uma crença. Não tenho crenças nem “princípios”, sejam de que espécie forem. Nem também se chega à realização desta completude por meio da esperança ou da prece. A completude é o libertar-se de todos os “ideais”, de todos os anseios, de todas as ilusões, de todas as auto-decepções. Aquilo que para mim é a Realidade, somente pode ser realizado pelos próprios indivíduos, em suas vidas quotidianas. Pretendo falar desta Realidade e de como pode ser ela realizada; e quero vos ajudar a perceber a permanência dessa eternidade. Não podeis, porém, realiza-la por meio de sistemas; portanto, se vossa mente estiver inclinada a sistematização, não compreendereis a Vida, pois que a Vida não se deixa limitar por sistemas.

Se seguirdes um sistema, não haverá ajuste, estareis meramente imitando, adaptando-vos a algo estipulado por outrem. Antes de poderdes compreender e realizar a completude, tem que dar-se a cessação da ideia de imitação, de seguir um sistema, um método, um caminho.

Esta completude não é uma visão, não é uma realidade externa, porém uma realização interior, à qual se chega vivendo com plenitude de responsabilidade. Nesta completude não há tempo, pois o tempo não é mais do que uma ilusão da eu-consciência, que divide a vida em opostos, em espaço e tempo, nascimento e morte. A realização desta completude é a Realidade última e esta Realidade está sempre se renovando a si mesma, é um vir a ser independente de tempo. Não é uma finalidade, posto que seja absoluta. Nem tão pouco é a resultante da especulação metafísica. Estou tentando descrever-vos por meio da palavra algo que está para além das palavras, estou tentando medir o imensurável. Posto que não possais plenamente alcança-lo, esta completude está em vosso coração e em vossa mente, não como um ideal ao qual tenhais que vos adaptar, e que seria a morte, porém antes como uma Realidade Viva.  Quando torceis a vossa vida para adaptá-la a um ideal ela perverte-se e não podeis realizar a Verdade. Eu nada mais faço que esforçar-me para vos descrever esta completude, de modo a poderdes colher o perfume, o significado da Verdade.

Este êxtase da completude pode ser realizado por parte de cada um, sejam quais forem as circunstâncias em que se ache, desde que se mantenha ativo, cheio de propósito e apercebido de si próprio; desde que possua uma mente capaz de ajuste contínuo, plástica, constantemente pesquisadora e um coração continuamente vivendo nesse amor, que é a sua própria infinitude.

Uma pessoa onde quer que esteja, seja quais forem as suas condições, se estiver sempre buscando a Verdade, e se houver liberto a si próprio de sistemas que nada mais são do que imitações e, portanto, corrupções, se houver liberto a si próprio do medo, chegará a encontrar essa completude. Não pode haver autoridade para a realização dessa completude, não vos é permitido ter um instrutor, um guru ou um salvador. O homem que sempre estiver buscando essa completude expelirá todo o desejo de se retirar, de se afastar do mundo, onde há os conflitos para imitar, para obedecer ou obter autoridade sobre os outros. Por meio deste corajoso estado de plasticidade mental manifesta-se nele um completo desprendimento; não ocasionado pelo temor ou indiferença, porém, em virtude da pesquisa pela Verdade. Deste desprendimento resulta completa incapacidade para ter morada permanente a capacidade para examinar as coisas sem apego à eu-consciência, e este desprendimento é discernimento na ação. O discernimento na ação é conduta. A ação pode conduzir o indivíduo à liberdade, de modo a realizar ele esse pleno êxtase da completude; ou pode conduzir a essa inação que nada mais é que cercar-se o indivíduo de futuras limitações. A ação que conduz à inação baseia-se no egoísmo; a ação que liberta baseia-se na pesquisa, que destrói o medo.

O homem que possui a mente e coração assim, está sempre procurando viver em ajuste, continuamente a si mesmo renovando; torna-se plenamente responsável, isto é, plenamente consciente e, por intermédio dessa chama da plena autoconsciência, realiza ele e Realidade Última. O caminho para a completude encontra-se na autoconsciência plena. Deve ter lugar aí a cessação total do eu, a libertação do egoísmo, pois que o ego é a base da autoconsciência; e enquanto o ego, a personalidade, a individualidade — para mim esses três termos referem-se a mesma coisa — existir, não haverá possibilidade de realização desse êxtase de que falo. Enquanto fordes inconscientes, isto é irresponsáveis, não pode ter lugar a realização da completude. Esta completude se manifesta somente por intermédio da responsabilidade, que é plena autoconsciência, e por meio da chama dessa autoconsciência é como se encontra a completude. Portanto, tendes que vos tornar plenamente conscientes de todas as vossas ações, pensamento e sentimentos, e não destruí-los, força-los na direção de um ideal ou sufoca-los em virtude de uma autoridade qualquer. Não pode haver autoridades no reino da autoconsciência plena. E ninguém vos pode dizer se sois consciente ou inconsciente, a não ser vós mesmos. Vós próprios é que tendes de vos tornar responsáveis e nessa plena responsabilidade própria reside o êxtase da completude. Quando essa chama da autoconsciência chegar à realização, ter-vos-eis tornado plenamente responsáveis perante vós mesmos e então começará a total dissipação, o desaparecimento da personalidade, do ego, da individualidade; é este o começo do êxtase que é a completude. Eu sustento que por meio da completa cessação da ego-consciência, que é o centro das virtudes, das qualidades, das contendas, das divisões, encontra-se a completude; e essa Realidade Última pode ser alcançada por quem quer se se encontre verdadeiramente em busca contínua.

Se tiverdes o desejo de buscar, chegareis a encontrar essa Verdade. Essa completude, essa Verdade que é êxtase, somente pode ser realizada quando se der a absoluta cessação de todo o egoísmo, seja ele sutil ou grosseiro. O egoísmo existe enquanto houver eu-consciência, isto é, preocupação com o eu.

Examinaremos agora aquilo em que credes. Temo que não vos seja isto muito agradável, dado que por tantos anos tendes vindo aqui escutar-me para verificar se as vossas crenças são reais e não para encontrar a Verdade.  Durante estes três últimos anos tenho vindo dizer justamente a mesma coisa que vos estou dizendo agora, porém, repito-o ainda, aqui vindo com todas essas ideias e eu quero dizer-vos que, se desejardes encontrar a Verdade, não podeis acomodar ambas as coisas. O que eu digo é diametralmente oposto às vossas crenças; não podeis, por meio de acomodações, fazer esforços para confundir o que eu digo com as vossas crenças pois que tal acomodação somente é possível entre duas coisas da mesma natureza. Não me estou incluindo como autoridade. Digo que se buscardes a verdade — e é para isto que aqui estais, não deveis fazer esforços acomodatícios. Averiguai se o que eu digo é verdadeiro e, se for falso, abandonai-o, então; não tenteis, porém, torcer o que eu digo para acomodá-lo às vossas crenças. Esta transigência, este falso ajuste conduz à confusão maior, a maiores tristezas e desilusões e a maioria das pessoas que aqui estão são desiludidas — pelo menos assim espero. Não me coloco como autoridade, porém, sei de mim mesmo, o de que falo e perante vós coloco certas ideias sobre conduta baseadas na Realidade; podeis examiná-las fazendo uma critica inteligente e depois aceita-las, ou rejeitá-las, porém não façais acomodações.

A maioria dentre vós, aqui tendes vindo, ano após ano movidos por vários motivos. Tendes vindo aqui ou para vos divertir, ou para encontrar amigos, ou para buscar acomodar, ou ainda para averiguar se o que eu digo é Verdade — isto dá-se com alguns dentre vós, pelo menos; outros vêm em busca de sensações, e outros ainda propelidos pelo hábito e as autoridades do passado. Tendeis vir sobrecarregados de um fardo de falsidades e somente podereis descobrir se são falsidades, tentando apurar aquilo em que acreditais.  

Acreditais em um Ser Supremo, aparte do homem e do mundo. Depois, separais a vós próprios, como indivíduos desse mundo; pensais que por vos tornardes um instrumento perfeito podeis auxiliar o mundo. Haveis separado o que há de mais elevado, de vós próprios e do mundo.

Dizeis que a Verdade reside fora de todo este caos, deste conflito, desta luta, destas pessoas contendoras e odientas. Eu digo, ao contrário, que somente por este processo é que a Verdade pode ser encontrada, que quando disto fordes senhores, isto é, quando fordes por completo donos de vós mesmos, integralmente responsáveis, é que encontrareis a Verdade. Em vossa própria conduta, em vossas próprias ações reside esta eterna Realidade que não é uma verdade externa, porém que vive em todas as coisas. Quando criais uma realidade exterior, necessitais para isso, do tempo. Dizeis: “necessito de uma série de encarnações, de adquirir cada vez mais qualidades e virtudes; depois, por meio da expansão de minha consciência, chegarei à Realidade mais alta”. Estabeleceis uma autoridade, um salvador, um instrutor, um guru, e ides imitar, em lugar de vos ajustardes à vida. Desta imitação provém a corrupção que existe no mundo no tempo preciso. O homem baniu a Realidade do mundo e po-la da parte de fora, sendo que o princípio integral de sua existência se acha assim, baseados sobre o egoísmo, isto é, em sua permanência como ego.

Os ideais chegaram a se tornar uma forma mais sutil de egoísmo. Enquanto vos apegardes a esta ilusão da continuidade do ego, necessitais de um ideal para sustentar a este ego e pelo fato de ser o vosso ego uma coisa falsa, esse ideal torna-se também falso. Através deste desejo de continuação do ego, haveis estabelecido uma autoridade, salvadores, e por este meio haveis criado cultos, preces, seitas religiosas e credos. Vossa ideia da felicidade acha-se baseada sobre a vossa própria continuação através da eternidade. Vós, como indivíduos, pretendeis conservar o vosso ego eternamente. Naturalmente, quando vos apegais a este ego, manifesta-se o medo, o apego vem à existência, manifesta-se esse amo que estabelece diferenças entre uns e outros. Tendes inúmeras formas de culto, todas batalhando umas com as outras, cada igreja lutando com outras por causa de congregações, e cada qual erigindo-se em autoridade; em virtude destas coisas há exploração. Sois vós mesmos explorados e os exploradores, criais o explorador pelo vosso próprio desejo e permitis a vós mesmos o serdes explorados para chegar à consumação de vossos desejos pessoais. Ao tornar a Realidade uma coisa exterior, criais os exploradores, e pela vossa irresponsabilidade é que os criais, e os criais pela vossa falta de ajustamento, por essa maneira determinando a existência do caos no mundo. Por quererdes conservar o vosso ego, vossa individualidade através do tempo, todo o vosso sistema de pensamento, de conduta, a civilização do mundo se encontra assente sobre este desejo; por isso existe o caos, o conflito, a luta e o ódio.

É nisto que acreditais sob todas as suas formas, sejam elas rudes ou sutis. Pretendeis que o vosso ego continue pelo tempo a fora, em virtude de uma série de nascimentos que denominais reencarnações, de modo a chegardes à Verdade. Pelo fato de não poderdes vencer no presente, é que tendes metafisica, filosofias, ideais. Ora, o que eu digo é diametralmente oposto a todas essas ideias. Por favor, compreendei isto.

Vossas crenças, vossos anseios pela continuação de vós próprios, vossas ideias sobre evolução, progresso, com seus caminhos inúmeros, vossa ideia sobre o karma — todas essas coisas são diametralmente opostas aquilo que eu digo. Explicarei, em minhas palestras, o que entendo por evolução e progresso, não essa ideia de progresso que mais não é que uma forma refinada de egoísmo. Por meio da continuação do ego, por apurado, por perfeito que este seja, não podereis chegar a compreender, não podeis realizar. Se quiserdes deixar irem-se todas essas coisas, por completo, se vos quiserdes libertar em absoluto do passado, fazer frente à solidão completa, ficar sem um lar, isto é, absolutamente desapegados, então eu vos poderei ajudar, ou antes vós vos ajudareis a vós próprios. Se, porém, ainda estiverdes apegados às vossas inúmeras crenças, todas elas baseadas na ânsia pela continuidade do ego, no egoísmo, então, aqui só encontrareis desilusão. Não tenteis transigir acomodando essas crenças àquilo que eu digo. Por favor atentai na seriedade disto. Apenas estareis desperdiçando tempo, inutilmente dissipando energia, quando tentais transigir entre ambas as coisas. Tendes vossos salvadores e vossos mestres. Eu digo que não pode haver salvador nem mestre, porém que, por meio de vosso próprio esforço, por meio de vossa própria luta, por meio de vossa adaptabilidade, de vosso apercebimento, de vossa vigilância, isto é, por vos tornardes plenamente responsáveis, é como encontrareis essa Realidade Última e não por meio de outrem.

Vou falar-vos acerca dessa Realidade e não a respeito de mestres e salvadores. Se não vos encontrais interessados por isto, então, nada mais há que dizer; porém, se por isto vos interessardes, tendes que por completo vos separar do passado, e isto requer persistência, determinação e constância.

O que eu digo é diametralmente oposto àquilo que sustentais. Se quiserdes verificar o que eu digo, tendes que possuir mente plástica, ardente, pesquisadora e, pela vossa própria pesquisa, é como expelireis o temor. Não advém resultado algum de cegamente lutar contra o medo. Buscai a Verdade e o medo cessará e, da coragem decorrente, provirá a plasticidade, a harmonia da mente e do coração e a plena realização desse êxtase da completude de que falo. Esta completude é que é a Realidade Última, e nessa Realidade não há nascimento nem morte, ela está sempre renovando a si própria; e o homem que sabe disto é livre de viver nessa eternidade no presente.


Krishnamurti em Ommen, Acampamento da estrela, 29 de agosto de 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill