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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Se há afeto no coração, não há ressentimento

Pergunta: Quando há sofrimento no coração pelo fato de se não poder concordar com as convicções que são caras a outrem, será melhor, por consideração, evitar o choque das divergências, nos será este choque necessário e útil afim de abrirmos o entendimento às convicções de outrem?

Krishnamurti: Não é caso de entrar em conflito com outrem, porém sim da maneira de vós próprios chegardes ao entendimento. O modo pelo qual fazeis as coisas, eis o que importa. Se não reparardes por ser eu demasiadamente pessoal, exporei as coisas a meu modo; talvez assim compreendais melhor: sei, de mim mesmo, que estou fazendo a certa coisa que sustento ser correta e, naturalmente, por isso, entro em conflito com a maioria dos meu amigos. Dar-me-á esse choque de entendimento? Não. O que me proporciona a compreensão, é se em minha pesquisa da Verdade, se em minha realização, eu sou sincero comigo mesmo. A partir do momento que para comigo seja falto de sinceridade, estarei ferindo a outrem. Portanto, o que importa não é o ferirdes a outrem, em virtude do choque que determinais, o que importa é que mantenhais vossa independência de pensar, vossa independência de agir. Pelo fato de não quererdes que outrem vos siga e por não repousardes em outrem para vosso encorajamento ou simpatia, sereis independentes; e portanto, sereis perfeitamente livres de progredir vosso próprio caminho sem determinar feridas, embora caminheis em direção diferente.

Se em vosso coração possuirdes real afeto, ainda mesmo que se dê o choque, vosso afeto se manterá. Deixai que tome um exemplo: um de meus grandes amigos gostaria que eu desenvolvesse a realização da verdade usando certas frases, isto é, por certa maneira peculiar. Ora, quando sigo meu próprio caminho — e peço-vos, compreendei, quando digo “meu caminho”, e eu não tenho “caminho” o “meu” não existe — naturalmente ele sente-se ferido e por causa deste sentimento desenvolve-se certa frieza em sua atitude. Pessoalmente, eu não repouso no meu encorajamento, pois sustento que não vos é dado repousar em outrem, seja ele quem for, para vossa força. No buscar a Verdade, necessitais ser integralmente independentes de todos e esta independência manifesta-se por meio de vossa pesquisa. Portanto, se eu possuir afeto no coração, ficaremos amigos; amigos no sentido de nos encontrarmos ocasionalmente, não há ressentimentos, portanto, não há choque, posto que meu amigo saiba que eu não me afaste uma polegada daquilo que sustento ser verdadeiro.

Se existir afeto em vosso coração, não importa o entrardes ou não em conflito tendo a tendência de entrar em conflito, porque existem no mundo muitas falsas ideias, muitas ilusões; mantendo, entretanto, de contínuo, vossa pesquisa, chegareis, realmente a um determinado entendimento nascido da sabedoria, e esse é amor.   


Krishnamurti na fogueira do acampamento, 29 de julho de 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill