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terça-feira, 3 de abril de 2018

O que é criação, a origem, o início?

O QUE É CRIAÇÃO, A ORIGEM, O INÍCIO?

 Suponho que devemos falar. Você gostaria de participar do que está se falando? Poderia? Siga, se deseja, o que está se falando. Não só sigam, senão, juntos, compartilhem. Refiro-me a participar não só pensar nisso ou casualmente prestar-lhe atenção, mas sim, juntos entrar no que o orador vai falar sobre o presente. Uma das coisas que devem ficar muito claras é que isto não é um culto a personalidade. Certo? O orador abomina tudo isso, adorar alguém, porque tudo o que disse é contraditório, se você adora pessoalmente a um indivíduo, ou fazer de algo um deus, em um... em todas tolices que se sucedem no mundo. O importante é escutar o que se tem a dizer, compartilhando, não só escutar, mas, na realidade, participar no que se diz. Você pode estar de acordo ou em desacordo, que você tem razão em fazer, mas já que está aqui e já que o orador está aqui, estamos falando juntos. Temos falado de — duvido — falamos sobre a vida, a mesma complexidade da vida, o começo da vida, vamos ver, juntos, o que é a vida? Qual é a origem de tudo isto? A terra, a terra maravilhosa, a bela tarde e o sol de madrugada, os rios, os vales, as montanhas e a glória da terra que está sendo disseminada, estragada. Então, qual é a origem de tudo isto?

Se você diz “Deus”, então, tudo está terminado, então você pode correr muito felizmente porque resolveu o problema. Mas, se começa a questionar, a duvidar, como deveria, todos os deuses, todos os gurus, — não pertenço a essa tribo —, se você começa a questionar tudo o que o homem tem juntado através de uma longa evolução de dois milhões de anos, desde o começo dos sumérios, e assim sucessivamente, os hebreus, os antigos egípcios, pelos corredores da história, sempre se tem feito esta pergunta: Qual é o começo? Qual é a origem? Como se sucedeu tudo isto? Espero que você esteja se fazendo está pergunta. Não  escute ao orador com os olhos muito abertos ou com olhos estreitos, ou seja lá que olhos tenha, mas compartilhe isso, faça-o em pedaços. Não aceite qualquer coisa que ele diga; o orador não é seu guru, graças a Deus! Ele não é seu líder. Ele ao é seu ajudante. Certo? Então, nessa plataforma, esse é o começo desta palestra. Esta é uma palestra muito séria na qual vamos entrar e a menos que seu cérebro esteja ativo, não só se sentar ali e olhar, estar realmente ativo, temo que você não possa seguir. Isso seria inútil para o orador e para você, se sentar aqui e escutar muitas palavras. Mas, se juntos pudermos fazer uma longa viagem, uma viagem muito longa, não em termos de tempo, não em termos de crença ou conclusões ou teorias, mas como temos examinado com muito cuidado o caminho de nossas vidas: medo, incerteza, insegurança e todas as invenções que o homem tem feito, incluindo os extraordinários computadores e tudo mais, se você faz uma viagem neste — onde estamos ao final de dois milhões de anos? Para onde vamos? Não é uma teoria, não o que disse um livro miserável, por mais sagrado que seja. Para onde vamos todos? E onde tudo começou? Ambos estão relacionados entre si: para onde vamos, onde começamos. O começo pode ser o final. Você entende? Não sei se você entende o que estou falando. Não estar de acordo, mas descobrir. Pode ser que não haja começo nem fim e vamos investigar isso juntos. Está tudo bem? Você está de acordo com tudo isso? Não importa se você aprova ou não, lá vou eu.

Desde o princípio dos tempos, o homem sempre tem pensado em termos de religião. Certo? Os antigos egípcios tinham sua Isis, Osíris e todos os deuses e os antigos hebreus e assim sucessivamente até os dias de hoje. O que é religião? Você entende a pergunta? O que é religião? Porque estamos tão inclinados, ou não, dizendo: “Não acredito em nada”? Mas o homem sempre tem buscado algo mais que este mundo. Eles adoram as estrelas, o sol, a lua e suas próprias criações; tem sido um esforço tremendo, esforço, energia, gasto em templos antigos, mesquitas e as igrejas, certamente. Tem gasto uma tremenda energia nisto. Alguns deles extraordinariamente formosos, outros horríveis, em volta da esquina você os pode encontrar. E nos perguntamos: qual é o espírito do homem que busca algo mais além do mundo, da agonia atual, do trabalho, do trabalho, ir à fábrica, ao escritório e escalar a escada do sucesso, ganhar dinheiro, procurando impressionar as pessoas, tratando de mandar de cima para baixo. Certo? Você está de acordo com isso? Isso é um fato, esteja de acordo ou não. Todos buscam o poder de alguma forma. Querem estar no centro das coisas,em Déli, ou aqui, ou em outros lugares. Eles querem estar ali. Mas, nos perguntamos: o que é a religião? O que é isso em que o homem gasta enormes tesouros ou tem dado tesouros a um templo, etc., o que o faz fazer tudo isto? Estamos falando juntos? Sim? Alguém fale um pouco. Deus, você necessita de um montão de cutucões, não é verdade?

O que o fez fazer tudo isto? Qual foi a energia que ele deu a tudo isto? Foi o medo? Foi uma busca por uma recompensa do céu ou do inferno, como queira chamá-lo? Buscando por uma recompensa. Essa era a origem? Porque o homem, como você, quer uma recompensa, quer algo para trocar. Reza três ou cinco vezes ao dia e espera por uma mudança, algo que alguma entidade lhe dará, de uma geladeira a um automóvel, a uma esposa melhor, ou melhor esposo, ou espera pela graça, algo que possa esperar, se apegar. Certo? Esta tem sido a história de todas as religiões organizadas, não? Você conhece o templo próximo daqui chamado Tirupatí.  Estou seguro de que você vai ali, não importa. Fazem, creio eu, um milhão de dólares a cada três dias. Certo? Não? Então, Deus e dinheiro estão sempre juntos. Assim é como se construiu a Igreja Católica, tremendo tesouros ali, extraordinárias joias valiosas e tudo isso. Então, você também os tem aqui nos vários templos e todo o puja e a adoração e toda essa trivialidade. Tudo isso é realmente sem sentido. Então, estamos tratando de averiguar, de investigar muito, muito profundamente, o que é a religião, — obviamente não todas estas coisas para fazer dinheiro. Certo? Você acompanha o que estou dizendo, inclusive por uma hora? Mas logo você pode regressar aos seus templos, às suas orações, à sua... — como se chama em sânscrito, me esqueci por um momento, não importa.

Então, perguntamos: o que é isso que não tem nome, que é a inteligência suprema, que não tem relação com todas as nossas orações, com todos os nossos templos, mesquitas, igrejas? Certamente, tudo isso é feito pelo homem. Certo? Todos os deuses, todos os templos, mesquitas, etc., inclusive isso, isso é feito pelo homem. Não? Temos construído as igrejas, não você que está no trabalho ou em outro lugar, mas os construtores dos monumentos antigos, templos antigos, tudo isso, todos os rituais, todos os vestidos estranhos que colocam, vestidos medievais, para impressionar as pessoas. Mas se você elimina tudo isso, qualquer homem inteligente deve ignorar tudo isso, as orações, o culto, o puja, dar guirlandas à algum ídolo, não? E o sacerdote murmurando algumas palavras sânscritas, provavelmente ele mesmo não as entende, e provavelmente seja sua tradição, e desse modo ganham muito dinheiro, e assim sucessivamente. Se você pode deixar tudo isso de lado, não ser cínico, não se converter-se simplesmente em cético, mas um cérebro realmente inquisitivo, certo? Cérebro inquisitivo. Você tem um cérebro assim? Investigando o cérebro, um cérebro que está ativo, um cérebro que investiga tudo, não só lá fora, que é o que estão fazendo os cientistas ao seu modo, o mundo, o mundo exterior, mas, você tem um cérebro que está perguntando em seus próprios pensamentos, em sua própria consciência, em suas próprias dores, sofrimentos, tudo o mais. Temos um cérebro assim?

Aqui, devemos separar o cérebro da mente. Não se importa? O cérebro é o centro de todos nossos nervos, de todo nosso conhecimento, todas as nossas teorias, opiniões, preconceitos, escolas, universidades, todo esse conhecimento se reúne no crânio. Certo? Está aí. Todos os pensamentos, todos os medos, etc. É o cérebro diferente da mente? Não me olhe, estou lhe fazendo uma pergunta. Se você presta atenção, seriamente, ao que lhe pergunta o orador: Há alguma diferença entre o cérebro? Seu cérebro, o que há dentro do crânio, e todo conhecimento que você tem reunido, não só você, senão seus antepassados, etc., etc., por dois milhões de anos. Tudo está encerrado ali. Então, esse cérebro sempre será limitado. Certo? Não esteja de acordo, senhor, isto é muito serio. E é a mente diferente disto, desde a minha consciência, desde a minha atividade diária, dos meus medos, ansiedades, incertezas, tristeza, dor e todas as teorias que o homem tenha reunido sobre tudo, está ali. Certo? E o cérebro — refiro-me à mente — não tem nenhuma relação com o cérebro, mas pode se comunicar com o cérebro, mas o cérebro não pode se comunicar com isso. Estou lhe deixando algo claro? Você entende a minha pergunta? Não esteja de acordo, por favor, isso é a última coisa que se possa fazer, estar de acordo comigo.

O orador diz que o cérebro é o guardião de toda nossa consciência, de nossos pensamentos, de nossos medos, e assim sucessivamente, e mais e mais; todos os deuses, todas as teorias sobre os deuses e todas as descrenças, tudo está ali. Ninguém pode discutir isso a menos que seja um pouco estranho. Sabe a palavra “estranho”? É um pouco tantã. Está tudo aí. Mas esse cérebro que está condicionado pelo conhecimento, pela experiência, pela tradição, etc., não pode ter nenhuma comunicação com essa coisa, com essa mente que está totalmente fora da atividade do cérebro. Não sei se você aceitará isto. Não se inquiete, só pense nisso, veja-o. Mas essa mente pode se comunicar com o cérebro, mas o cérebro não pode se comunicar com isso. Porque o cérebro pode imaginar infinitas coisas, o cérebro pode imaginar o anônimo; o cérebro pode fazer qualquer coisa. Entende? E isso é demasiado imenso porque não lhe pertence, não é a sua mente, você... etc., etc.

Então, vamos investigar, juntos, tenham sempre em conta, juntos, não só a natureza da religião mas também investigar o computador. Sabe o que é o computador? Não é assim? Sim. É uma máquina. Pode se programar a si mesmo. Pode gerar seu próprio computador. O computador pai tem seu próprio computador filho, que é melhor que o pai. Compreende tudo isto? Você não tem que aceitar isto. É público, não é algo secreto, assim que tenham cuidado. Esse computador pode fazer qualquer coisa que o homem possa fazer. Pode inventar todos os seus deuses, todas suas teorias, seus rituais, ainda melhor do que você algum dia será. Então, o computador vem no mundo, não só nas fábricas, mas também vai fazer com que seus cérebros sejam algo diferente. Qual é? Você tem ouvido falar de engenharia genética? Oh, Deus! Você não escuta todas estas coisas? Eles tentam goste você ou não, para modificar completamente o seu comportamento. Isso é engenharia genética. Estão tratando de mudar a sua forma de pensar. Você entende o que quero dizer? Oh, não me olhe, senhor! Ele está rindo. Poderia se sentar em outro lado? Poderia? Porque você está me olhando o tempo todo. Sente-se ali, senhor, não é verdade?

I: São só os meus olhos.

K: Eu sei, eu sei. Isso é o suficientemente bom. Se sentaria ali, senhor? Ótimo. Obrigado.

Então, a engenharia genética e o computador. Certo? Quando os dois se encontram juntos, vão se perguntar em poucos anos, o que você é? Entende o que estou perguntando, senhor? O que você é coo ser humano? O que é você? Seus cérebros serão alterados. Sua forma de comportamento vai se modificar. Certo? Podem eliminar completamente o medo, eliminar a dor, eliminar a todos os seus deuses. O farão, senhor, não engane a si mesmo. Porque tudo termina em guerra ou na morte. Certo? Então, na realidade, isto é o que está ocorrendo no mundo. Engenharia genética por um lado, e o computador no outro e, quando se encontram, já que inevitavelmente irão se encontrar, o que é você como uma máquina humana?  Na realidade, seu cérebro agora é uma máquina. Você nasce na Índia e diz: “Sou indiano”. Você está preso nisso. Ou nasce na Rússia, o mesmo, e assim sucessivamente. Você é uma máquina, por favor, não se sinta insultado. Não estou lhe insultando, você é uma máquina, que repete, repete ou diz que é diferente, você já sabe, máquina, como um computador. Certo? Não imagine que há algo divino em você — isso seria encantador — algo santo, que é eterno. O computador lhe dirá isso também. Então, o que é que está se passando com o ser humano? O que será de você?  

E também temos de perguntar — este é um tema muito sério, não esteja de acordo ou em desacordo, só escute, você não pode provavelmente participar nisso, o que é a criação? Entende minha pergunta? Ao menos entende a minha pergunta — criação? Não é a criação de um bebê, isso é muito simples, ou a criação de algo novo ou outro. A invenção é totalmente diferente da criação. A invenção se baseia no conhecimento. Certo? Posso melhorar, os engenheiros podem melhorar o jato. A melhoria se baseia no conhecimento e a invenção também se baseia no conhecimento. Então, devemos separar a invenção da criação. Você poderia? Não, não, senhor, não esteja de acordo. Isto requer sua energia total, sua capacidade para penetrar, não só dizer sim, sim. A diferença entre criação e invenção, entende a diferença? A invenção se baseia essencialmente no conhecimento. Certo? Eu melhoro o relógio; tenho um novo aparelho, porque os velhos aparelhos que tenho usado, tenho encontrado algo novo e invento algo mais. Então, todas as invenções se baseiam no conhecimento. Certo? Na experiência. As invenções são inevitavelmente limitadas, porque se baseiam no conhecimento. Oh, santo Deus! Que alguém acorde! Então, o conhecimento é sempre limitado, as invenções sempre devem ser limitadas. No futuro podem não ter jatos, mas algo mais e isso irá de Déli à Los Angeles em duas horas. Essa é uma invenção baseada no prévio conhecimento, que foi melhorado passo a passo, mas isso não é criação. Certo? Canso-me de ver essas caras que não dizem nada!

Então, o que é a criação? Então, o que é a vida? Você entende? A vida na árvore, a vida na pequena erva, vida no cientista — a vida, não o que eles inventam, o que fazem, mas o começo da vida. Não sei se você entende. A vida, o que vive. Você pode matá-lo mas segue ali no outro. Então, estamos perguntando, não concorde nem descorde, não assente com a cabeça, mas veja o que estamos perguntando, qual é a origem da vida. Estão de acordo? Estão de acordo comigo? Sinto, vou me deter. Então, vamos investigar o absoluto, algo que realmente é maravilhoso. Não é uma recompensa; não pode levá-lo para casa e dizer: “O usarei”.

O que é a meditação para você? Poderia me dizer de modo amável, o que é a meditação para você? Alguns de vocês meditam, não é verdade? Não? Oh, Deus! O que? Alguns de vocês o fazem, não é verdade? O que é meditação? A palavra, é uma linguagem comum no dicionário, significa “refletir, pensar” e “concentrar-se”, para aprender a concentrar-se em algo, não deixar que seu cérebro divague por todo lado. Certo? É isso o que você chama meditação? É bem simples, senhor, se é honesto. O que é isso? Dando todos os dias um certo período e você vai à um local em silêncio, senta-se durante dez minutos, um quarto de hora, medita. Certo? Está de acordo com isto, senhor? Não? Então, o que é a meditação para você? Concentração? Pensar em algo muito nobre? Você não pode responder todas estas perguntas. Então, vamos perguntar primeiro o que é a meditação. Qualquer esforço consciente para meditar é parte de sua disciplina no negócio. Porque você diz: “Se medito, terei uma mente tranquila, ou entrarei em outro estado”. E assim sucessivamente e assim sucessivamente. A palavra “meditação” também significa “medir”, não é verdade, senhor? Medir, o que significa comparar. Oh, Senhor! Então, sua meditação se torna mecânica, não? Porque você está exercitando energia, concentrar-se numa imagem, numa imagem ou numa ideia, e essa concentração se divide. Certo? Vocês entendem o que quero dizer? A concentração é sempre divisão. Não? Quero concentrar-me nisso, mas o pensamento se desvia. Logo, digo: “Não devo divagar, voltarei”. Repete isso todo o dia, ou meia hora. E logo você salta e diz: “Bem, já meditei”. E esta meditação é defendida por todos os gurus, por tudo o que você sabe, discípulos laicos, etc., etc. E a ideia cristã é, “Acredito em Deus e me sacrifico por Deus”. Entende o que estou dizendo? E, portanto, oro para me salvar, para salvar minha alma, salvar a mim, etc., etc. Tudo isto é meditação? Diga-me, não sei nada sobre a meditação, ao menos, não este tipo. Você me diria? Isto é meditação? Diga-me, senhor, não se assuste. Não sou seu guru, nem seu chefe, nem... Diga-me se isto é meditação. É como uma conquista. Certo? É uma conquista. Medito durante meia hora, e sinto-me brilhante. Ou há um tipo de meditação totalmente diferente? Certo, senhor? Totalmente diferente. Eu lhe pergunto, mas como você não responderá, devo responder.

Na palavra “meditação”, que é medida, como já disse, que é a comparação da conquista, isso não é meditação. Eu digo para que não aceite nada do que diz o orador, a qualquer preço. O orador diz que não é meditação, absolutamente. Isso é só um processo de conquista. Certo? Você tem estado um dia sem poder se concentrar e toma um mês e diz: “Sim, o tenho”. É como um empregado que se converte em gerente. Certo? Então, há um tipo diferente de meditação, que não é esforço, que não é medida, que não é rotina, que não é mecânico? Por favor, prestem atenção ao que estou dizendo. Há uma meditação na qual não há sentido de comparação, ou que não há recompensa nem castigo? Compreende tudo isto? Então, há alguma meditação que não esteja baseada no pensamento, que é medida, tempo e tudo isso? Entende a minha pergunta? Como pode se explicar uma meditação que não tem medida, isso não tem conquista, isso não diz, serei isso, eu sou isso, mas me converterei nisso. “Esse” é Deus ou super anjo. Então, isso requer — se posso assinalar, não para que você o aceite ou negue, simplesmente assinalando: há uma meditação que não tem nada que ver com a vontade, com nossa energia que diz, devo meditar, que não tem nada que ver com o esforço em absoluto? O orador diz que sim. Você não tem que aceitá-lo. Ele pode estar louco. Ele pode estar dizendo besteiras. Mas, ele vê logicamente que a meditação ordinária é auto-hipnose, enganando-se, e quando você deseja se enganar, detém todo esse processo mecânico. Há algum tipo diferente de meditação? E aí, afortunadamente, o orador diz que sim. Isso não é para lhe ser dito. “Sim, estou de acordo, meditarei”. Não pode conquistá-lo através do esforço, dando toda sua energia a algo. Você não pode, não há, entende? É algo que tem que ser absolutamente silencioso. Não fala silêncio agora. Não se sente em meditação. Por favor, não o faça, senhor. Não pode fazê-lo. Primeiro de tudo, comece humildemente, muito, muito humildemente e, portanto, muito suavemente. E, portanto, não empurrar, conduzir, dizer, “Devo fazer isto”. Requer uma grande sensação não só de solidão, mas uma sensação de... não devo descrevê-lo. Não devo descrevê-lo. Porque então, se apagará nas descrições. Se o descrevo, a descrição não é o real. Certo? A descrição da lua, ou a descrição pintada do Himalaia, não é o Himalaia, certo? Portanto, deixaremos de descrever. É para que você jogue com ele ou não jogue com ele, seguir seu próprio caminho e suas próprias conquistas peculiares, através da meditação e demais, recompensa e tudo o mais. Então, uma meditação que não é absolutamente nenhum esforço, sem conquista, sem pensar, então, o cérebro está em silêncio. Você entende? Não um silêncio feito pela vontade, pela intenção, pela conclusão, e todas essas besteiras; está tranquilo! E estando em silêncio, tem espaço infinito. Você está esperando que eu explore e traga o que explorei? Deus, que tipo de pessoas são vocês? Então, seu cérebro está sempre quieto? Estou lhe perguntando. Seu cérebro: pensar, temer, seu trabalho do escritório, seu pensamento de sua família, o que façam seus filhos, suas filhas — pensando, que é tempo e pensamento. Seu cérebro está sempre quieto? Você poderia, amavelmente, me dizer?

I: (inaudível).

K: O que, senhor? Não fique nervoso, senhor. Diga o que quer dizer e se não pode dizê-lo, esqueça-o.

Seu cérebro está quieto? Não aquietado por drogas e por todo tipo de incentivos, whisky ou várias formas de se drogar. Você se droga quando crê. Você se droga e diz: “Sim, isto está perfeitamente certo, o Buda disse que, portanto, deve estar correto”. Você está se drogando o tempo todo, portanto, você não tem energia, desse tipo que se exige na penetração de algo imenso.

Então, voltamos agora para descobrir o que é a criação. Você entende? O que é a criação? Porque não tem nada a ver com a invenção. Isso se foi. Então, qual é a criação, a origem, o começo? O que é a vida? Digam-me, senhores, o que pensam disso. Digam-me. O que é a vida? Não ir ao trabalho e tudo o mais, sexo e meninos, ou não filhos, sem sexo, etc., etc., etc. O que é a vida? O que é a vida desse filamento da erva em crescimento? Você entende? O que é a vida em nós? Não todas as coisas que pensamos: poder, posição, prestígio, fama ou nenhuma fama, senão vergonha. Então, isso não é vida, isso é parte de nosso mal manejo da vida. Mas,o que é a vida? Entende minha pergunta? Você entende, senhor? Por que está me escutando? O que lhe faz escutar o homem? Qual o motivo por detrás da sua escuta? O que você deseja? Qual é o seu desejo? Por detrás do desejo há um motivo. Certo? Então, o que é o desejo? Primeiro, detenhamo-lo rapidamente. O desejo é parte da sensação, não é assim? Vejo este belo relógio ou feio relógio; é uma sensação; o ver produz uma sensação. Oh, isto é normal, senhor, não... Dessa sensação, o pensamento vem e cria uma imagem dele. Quer dizer, vejo este relógio, bastante agradável, e gostaria de tê-lo. A sensação de ver, logo penso vir e fazer uma imagem dessa sensação, nesse momento, o desejo nasce. É muito simples, certo?

Então, há um cérebro, seu cérebro, que não está preso, nublado pelo meio ambiente, pela tradição, pela sociedade e tudo o mais? Então, qual é a origem da vida? Está esperando que eu lhe responda? Está esperando que o orador responda essa pergunta? E você? Poderia dizer-me amavelmente, sim ou não? Esperarei. Se me disser, então, continuarei. Este é um tema demasiado sério para que jogues, porque estamos tratando de ingressar, investigar algo que não tem nome, não tem fim. Posso matar esse pássaro, há outro pássaro. Não posso matar a todos os pássaros; há muitos deles no mundo. Então, estamos investigando o que faz um pássaro, o que é a criação por detrás de tudo isto? Certo? Está esperando que eu o descreva, entre nisso? Sim, senhor? Você quer que eu entre nisso? Por que?

P: Para entender.

K: O que você entende?

P: (Inaudível)

K: Através de seu cérebro?

P: (Inaudível)

K: Por que você pergunta isso? Por que perguntei? Já vê, e novo, você está... sinto, senhor. Nenhuma discrição cabe, pode descrever a origem. A origem é anônima, a origem é absolutamente tranquila, não está zombando sobre fazer ruído. A criação é algo que é santíssimo, isso é o mais sagrado na vida e se você arruinou a sua vida, transforme-a! Transforme-a hoje, não amanhã. Se não está seguro, descubra o porquê e esteja seguro. Se sua forma de pensar não é correta, pense logicamente, logicamente. A menos que tudo esteja preparado, tudo isto esteja resolvido, você não pode entrar neste mundo, no mundo da criação. Terminei. Esta é a última palestra. Você quer se sentar tranquilamente por um momento? Muito bem, senhores, sentem-se em silêncio por um tempo...

Podemos nos levantar e irmos embora?  

Krishnamurti, terceira palestra em Madras (Chennai),
04 de janeiro de 1986
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill