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quinta-feira, 19 de abril de 2018

É possível o cérebro tornar-se silencioso?

É possível o cérebro tornar-se silencioso?

[...] PERGUNTA: A deterioração mental que se está processando em cada um de nós não resulta de distração?

KRISHNAMURTI: Ora, senhor, por que razão somos distraídos? E porque não devemos ser distraídos? Enquanto vos falo, é distração escutar aquela corrente, escutar os pássaros, ver as folhas reluzindo ao sol? Isso, por certo, só se torna distração, se desejais afastar tudo mais para o lado, a fim de vos concentrardes no que estou dizendo. Distração denota conflito, não achais? Desejais prestar atenção ao que estou dizendo, mas a mente se desvia para o pássaro, o rio, o trem, a folha. Resistis a essas fugas da mente, desejais detê-las, obrigar a mente a voltar e, daí, por conseguinte, resulta distração, conflito. Mas, se, ao contrário, puderdes escutar ao mesmo tempo a corrente e o que se está dizendo, não há distração, não há contradição. Porque estais atento, não estais lutando contra a distração. No momento em que se luta contra a distração, há conflito e, por conseguinte, deterioração.

Assim, para a mente que está atenta não há distração. Experimentai o que estou dizendo. Escutai a corrente, ficai apercebido do pássaro que canta, notai aquela folha — se a estais vendo como eu a vejo, daqui — reluzindo ao sol, vede todas estas pessoas aqui presentes, vestidas de diferentes cores, olhando em direções várias, escutando em diferentes posturas, e não vos irriteis com a importunação destas moscas. Vereis então que não haverá distração alguma, e a mente estará, por conseguinte, sobremaneira vigilante. Mas a mente que está sempre a lutar contra a distração, porque deseja concentrar-se numa dada coisa, acha-se em conflito e, por conseguinte, num estado de deterioração.

PERGUNTA: É possível o cérebro ficar quieto, alguma vez?

KRISHNAMURTI: Este é com efeito um problema tremendo, uma vez que o cérebro é produto do tempo; ele vem à existência pela associação, por meio de reações nervosas, e acumulou durante séculos um cabedal de memória ou conhecimento instintivo, mediante o qual reage. Isto é um fato, e não uma explicação pessoal de cunho especulativo. O cérebro humano desenvolveu-se, do macaco ao homem primitivo e deste ao homem civilizado. Aprendeu, acumulou vastíssima experiência. Sabe quando há perigo, busca o prazer e procura evitar a dor. Tem inumeráveis desejos, ambições, impulsos, exigências, todos a solicitá-lo em diferentes direções.

Ora bem, em vista de tudo isso, a questão é se é possível ao cérebro — que acumulou tão extraordinária soma de experiência, na forma de memória, e que, neurologicamente é sensível, está sempre à escuta, observando, sentindo, interpretando — se é possível ao cérebro, em tais condições, ficar completamente quieto. Pode ele manter-se ativo, sensível, e ao mesmo tempo completamente tranquilo? Digo que pode, não teoricamente, porém de fato; e é só então que a mente, o cérebro, é capaz de meditação. O ato da meditação é uma coisa maravilhosa — mas não tratarei disto nesta manhã.

O interrogante, pois, deseja saber se é possível ao cérebro tornar-se quieto — esse cérebro tão altamente desenvolvido, com seu enorme cabedal de memória, mediante o qual está constantemente reagindo. Sendo produto de associação, experiência, de memória, resultado do tempo, pode, em algum tempo, o cérebro ficar quieto? A maioria das pessoas se acha em conflito, dividida por inumeráveis desejos: desejo de preencher-se, pintando, escrevendo, fazendo isto ou aquilo. Desejam tornar-se conhecidas, tornar-se alguém, neste mundo monstruoso e estúpido. E, nessas condições, pode o cérebro — que tanto é o consciente como o inconsciente — ficar totalmente silencioso? Se pode, de que maneira poderá saltar de um estado para o outro? Iremos examinando esse problema enquanto formos prosseguindo.

Krishnamurti, Saanen, 7 de julho de 1963,
Experimente um novo caminho

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill