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domingo, 8 de abril de 2018

A questão da radical transformação

A questão da radical transformação

ESTA tarde, desejo falar sobre o problema da transformação. Já pensastes a seu respeito? Se já o fizestes, deveis ter notado quão difícil é operar uma mudança em nós mesmos. Percebemos em certos momentos a necessidade de transformação, de um certo ajustamento à vida, uma revolução radical em nós mesmos, independente de qualquer padrão de pensamento, ou compulsão. Quem observa as numerosas complicações da existência, sente o desejo imenso de efetuar uma revolução em si próprio. Já deveis — pelo menos os mais ponderados dentre vós — ter refletido a esse respeito, isto é, sobre como efetuar essa transformação, como irá ela influir em nossas relações mútuas ou com a sociedade, e se essa revolução terá algum efeito sobre a sociedade. Este problema, bem examinado, é sumamente complexo e envolve muitas outras questões, que se agitam não apenas no nível superficial do nosso pensar, mas também profundamente, no nível inconsciente.

Preliminarmente, porém, desejo recomendar-vos que, ao iniciar eu o estudo do problema, me escuteis com atenção e sem resistência; se assim fizerdes, então, talvez possais encontrar-vos naquele estado de total revolução interior. Afinal, é com este fim em vista que vos falo, e não para convencer-vos sobre uma determinada forma de modificação ou dizer-vos que deveis transformar-vos em conformidade com um certo padrão; nisso não há nenhuma possibilidade de transformação e, sim, meramente, ajustamento, adaptação a determinado padrão de ação — e isto não ó revolução, não é transformação. Se escutardes, sem resistência de espécie alguma, estou certo de que vos vereis num estado de revolução, dentro de vós mesmos, não operada por qualquer compulsão de minha parte, mas de maneira completamente natural. Permiti-me, pois, sugerir que me escuteis sem resistência. Em geral, nós não escutamos verdadeiramente, pois costumamos escutar com uma intenção, um “motivo”, um propósito, o que denota esforço. Pelo esforço, não se pode compreender coisa alguma.

Vede bem a importância disso. Para se compreender uma coisa, é necessário escutá-la sem esforço, sem compulsão, sem resistência, inclinação, opinião ou juízo. Isto é muito difícil, se não sabemos escutar. O problema não é de como efetuar a transformação, pois, se se sabe escutar corretamente, sem resistência sob qualquer forma, a transformação se realizará independentemente de qualquer ato consciente. Não creio se possa realizar uma modificação radical mediante ação consciente ou qualquer espécie de incitamento ou compulsão.

Passarei agora a explicar como essa transformação se realiza, independente de “motivação”. Mas, para se compreender tal explicação, torna-se necessária uma atitude muito atenta, no escutar, livre de qualquer barreira, restrição, resistência. No momento em que se ouve a palavra “revolta”, “transformação”, ou “revolução”, essa palavra tem um significado preciso — o significado do dicionário, o significado comunista, socialista, ou, se a pessoa é religiosa, o significado adequado ao seu especial padrão de pensamento.

Esses padrões de pensamento estão constantemente a interferir naquilo que se está escutando. A dificuldade, por conseguinte, não vai ser a compreensão do problema, mas, sim, a maneira de estudar o problema, a maneira de escutar o problema. É muito importante compreender isso antes de se começar a apreciar qualquer problema.

Para produzir-se a compreensão, não há necessidade de resistência ao que se ouve, mas, sim, de seguir-se a corrente de pensamento a que se está dando atenção. Ninguém pode segui-la, se ficar meramente resistindo, traduzindo, levantando contra ela as barreiras de suas próprias ideias. Se formos capazes de escutar sem resistência, estaremos então pensando juntos, e juntos encontraremos a mente num estado de transformação, alcançado sem qualquer persuasão, raciocínio ou conclusão lógica.

Para a maioria dos que estamos apercebidos dos acontecimentos mundiais e das coisas que estão sucedendo neste país, é clara, parece-me, a necessidade de revolução; uma mudança de atitude, de pensamento, uma revolução do senso dos valores é essencial. É bem óbvia a necessidade de uma transformação, para haver paz, para haver o suficiente a alimentar toda a humanidade, para promover o entendimento entre os homens. A possibilidade do desenvolvimento completo do homem depende, necessariamente, de uma transformação vital, total. Mas, como efetuar essa transformação, e que implica essa transformação? Há transformação quando a mente, o pensamento, só procura acomodar-se ao padrão de determinada cultura — a hindu, a cristã, a budista — ou ao padrão de pensamento e ação do comunista? Pode esse ajustamento, em qualquer nível que seja, da nossa existência, operar a transformação? Se nos acomodamos a um padrão que nos foi imposto ou que nós mesmos criamos, é óbvio que já não há transformação; porque o padrão, o fim, é um resultado do nosso condicionamento. Se eu, como hinduísta, comunista ou cristão, me modifico de acordo com o plano segundo o qual fui criado, de acordo com uma ideia, uma determinada maneira de pensar, isso, por certo, não é transformação, já que está, apenas, obedecendo a uma reação condicionada. E quando me modifico pelo padrão de um temor, de uma defesa, de uma tradição, isto, evidentemente, não significa transformação; não é a revolução, não é a revolta radical procedente do que é.

Assim sendo, quando investigo o problema da transformação, não devo investigar como a minha mente está funcionando? Não devo conhecer o mecanismo total do meu pensamento? Porque, se existe algum temor e esse temor me faz modificar-me, não há transformação; o temor projeta um padrão e eu me modifico de acordo com esse padrão; tem-se, por conseguinte, um mero ajustamento a determinado padrão “projetado” pelo temor. Se desejo promover a transformação, não devo examinar as múltiplas camadas do meu ser, consciente e bem assim inconsciente? Não devo pesquisar as reações superficiais dos meus pensamentos e “motivos”, e as correntes profundas de onde promanam todos os pensamentos e ações? Se desejo transformar-me, posso ter um padrão pelo qual me transformarei? Embora eu esteja a repetir coisa já dita, prestai atenção ao que estou dizendo; sena, perdereis o que está para vir.

Reconheço a necessidade de transformação, em mim mesmo e na sociedade. A sociedade são as minhas relações com outros, e nessas relações, a que chamo “a sociedade”, faz-se necessária uma transformação, uma demolição total, uma completa revolução do pensamento. Já que percebo a importância dessa transformação, pergunto: como pode ser feita? Depende a sua realização de especulações intelectuais, de conhecimentos da história e de sua interpretação, do conhecimento das várias questões sociais e métodos de reforma? Todo esse saber é capaz de produzir a revolução, a transformação total de mim mesmo, do meu pensar, de minha atitude, minhas atividades e pensamentos? Assim sendo, não é necessário — se tenho verdadeiro interesse — que eu investigue esta questão da transformação? Não devo investigar os móveis que me impelem à transformação, a minha ânsia de transformação? A ânsia de transformação pode produzir a transformação radical? Essa ânsia pode ser uma simples reação ao meu condicionamento, meu fundo, a impressões várias, de ordem social, econômica ou cultural. Pode-se promover a transformação sob compulsão de qualquer espécie?

Deixai-me expressá-lo da seguinte maneira: Conhecemos a transformação em relação com o tempo, e o tempo compreende a compulsão a que nos sujeitam as várias formas de sociedade, cultura, relações, temores, o desejo de ganhar alguma coisa ou de evitar punição. Tudo isso está na esfera do tempo, não é verdade? São funções, resultados, atividades de uma mente oriunda do tempo. Considerando bem, a mente é resultado do tempo — do tempo cronológico, de séculos de tradição, séculos de educação, compulsão, temor. A mente, por conseguinte, é coisa do tempo. Pode a mente, resultado do tempo, operar uma revolução total e sem relação com o tempo? Se nos modificamos dentro da esfera do tempo, isto é, se me modifico porque minha sociedade o exige, por perceber a necessidade de fazê-lo sob alguma forma de compulsão, ou porque isso me proporcionará alguma vantagem, ou porque tenho medo — e tudo isso, sem dúvida, é resultado dos cálculos da mente que pensa em “termos” de tempo, de hoje e amanhã — não pode haver revolução total. Isto é bem evidente, não achais? Quando a mente pensa em termos referentes ao tempo, para a transformação, há transformação? Ou só há uma continuidade, ajustamento a determi­nado padrão e, por consequência, nenhuma transformação?

O problema, pois, é este: Há transformação, há revolução não dependente do tempo? Não é esta a única revolução verdadeira — a revolução que não é produto da mente, produto do pensamento? Afinal de contas, o pensamento é a reação da memória, sendo a memória experiência, conhecimento, acumulação de inumeráveis reações e experiências; tudo isso constitui a mente, o fundo com que a mente reage; e essa reação é pensamento. O pensamento, portanto, é coisa do tempo. Enquanto eu me estiver transformando dentro do tempo — isto é, de acordo com um padrão qualquer: comunista, socialista, capitalista, católico, hinduísta, budista, etc. — a transformação estará sempre dentro da esfera do tempo. Quando a transformação obedece a um padrão, por mais amplo que seja, ela está sempre compreendida no tempo e, portanto, não há realmente transformação, revolução. Prestai atenção a isto, para o compreenderdes bem. Não o rejeiteis, dizendo “É puro disparate, que não nos leva a parte alguma” — mas escutai-o, ainda que não estejais habituados com esta ideia. Talvez a estejais ouvindo pela primeira vez. Não a rejeiteis porque, se quiserdes investigá-la profundamente, vereis como é extraordinário o seu conteúdo.

A transformação se realiza quando não existe medo, quando não existe “experimentador e experiência”; é só então que se verifica a revolução que está fora do tempo. Tal revolução, porém, não é possível, quando estou tentando transformar o “eu”, quando estou tentando transformar “o que é” noutra coisa diferente. Sou o resultado de compulsões e persuasões de toda ordem, sociais e espirituais, resultado de todo o condicionamento do impulso de aquisição; nisso está baseado o meu pensar. Desejando livrar-me desse condicionamento, desse impulso de aquisição, digo, de mim para mim: “Não devo ter o espírito de aquisição”. Devo exercitar-me no “não querer”. — Mas tal atividade está ainda na esfera do tempo, é ainda uma atividade da mente. Percebei bem isso; não digais “Que devo fazer para alcançar o “estado sem impulso aquisitivo”?” — Isto não é importante. Não é importante que se seja “não-aquisitivo”. O importante é compreender que a mente que quer fugir de um estado para outro está sempre funcionando dentro da esfera do tempo e, por esse motivo, não há revolução, não há transformação. Se fordes realmente capazes de compreender isso, estará então plantada a semente daquela revolução radical, a qual entrará em ação; não se precisa fazer coisa alguma.

Se há obstáculo à ação daquela semente, isso se deve à nossa resistência, ao nosso exclusivo interesse nos resultados imediatos. Assim que percebo a necessidade da transformação, logo quero saber “como” me transformarei, qual o método que devo seguir; só isso me interessa. O método implica continuidade da atividade da mente e só é capaz de produzir ação conforme com um padrão e, portanto, ação temporal, produtiva de sofrimento.

Pode haver ação não dependente do tempo, não dependente da mente, não condicionada pelo pensamento, que é puramente experiência do conhecimento? Tudo isso está relacionado com o tempo. Uma tal atividade, por conseguinte, jamais produzirá revolução, uma revolução total em nosso desenvolvimento de entes humanos. O problema, pois, é este: Há possibilidade de revolução, de transformação, fora do tempo? Há possibilidade de transformação, sem interferência da mente? Percebo a importância da transformação. Todas as coisas se transformam, todas as relações se transformam, cada dia é um dia novo. Se sou capaz de compreender o novo dia, se estou morto, completamente, para o “ontem”, que já é “coisa velha”, morto para todas as coisas que aprendi, que adquiri, que experimentei e compreendi, há então revolução em cada momento que vem, e há transformação. Mas o morrer para ontem não é atividade da mente. A mente não pode morrer por força de uma determinação, de evolução, de um ato da vontade. Se a mente reconhecer a verdade de que não pode produzir transformação alguma por ação da vontade, ou por meio de uma determinada conclusão ou compulsão, — e o que se produz por essa maneira é apenas uma continuidade, um resultado “modificado” e não uma revolução radical; se a mente estiver silenciosa, por uns poucos segundos apenas, para apreender a verdade dessa asserção, vereis, então, acontecer uma coisa extraordinária, independente de vós mesmos e da vossa mente. Ocorre então, interiormente, uma transformação, sem nenhuma interferência da mente, que é pensamento condicionado. É um extraordinário estado mental, esse em que não existe “experimentador” e não existe “experiência”. Daí resulta uma revolução total. Esta revolução total é a única coisa que pode trazer a paz ao mundo. Todos os ajustamentos de caráter nacional, todas as reformas econômicas, de um grupo que domina outro grupo e liquida todos os demais grupos, tudo isso há de falhar, porque só pode trazer maiores sofrimentos e mais guerras. O que trará a paz para o mundo, a compreensão, o amor, não é a razão — pois esta se baseia em reação condicionada — mas só a mente que se compreende de maneira total e é capaz de achar-se naquele estado eternamente, “atemporalmente” novo. Isto não é uma impossibilidade, não é uma coisa idealística, fantástica ou mística. Se buscardes realmente esta coisa, encontrá-la-eis, experimentá-la-eis diretamente; isso, porém, exige muita, muita meditação, investigação persistente, compreensão.

O importante, pois, é a compreensão da mente, e não o método de operar a transformação de si mesmo e, consequentemente, a transformação do mundo. O próprio processo da compreensão do problema produz uma transformação, independente de vós mesmos. Eis porque é importante ouvirdes estas palestras sem vos deixardes persuadir pelo que digo, mas percebendo a verdade contida no que estou dizendo. A verdade é que traz a revolução, e não a mente sagaz, a mente que calcula. Porque a verdade não pertence ao tempo, a verdade não pertence à Índia, à Europa, à Rússia, à América; não pertence a nenhum grupo, nenhuma religião, nenhum mentor, nenhum discípulo. Onde há um mentor, onde há um seguidor, onde há uma nacionalidade, lá não está a Verdade. A Verdade só pode surgir, quando a mente compreendeu e se acha tranquila; só então pode manifestar-se aquela Realidade.

Krishnamurti, Primeira Conferência em Bombaim
7 de fevereiro de 1954, As ilusões da Mente



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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill