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quinta-feira, 5 de abril de 2018

É possível quebrar o mecanismo dos hábitos?


É possível quebrar o mecanismo dos hábitos?

PERGUNTA: Como se pode pôr fim aos hábitos?

KRISHNAMURTI: Se pudermos compreender, na sua totalidade, o mecanismo do hábito, talvez tenhamos a possibilidade de pôr fim à formação dos hábitos. Pôr fim a um determinado hábito, apenas, é relativamente fácil, mas o problema não fica resolvido. Todos temos vários hábitos, dos quais estamos ou não estamos apercebidos; por consequência, devemos descobrir se nossa mente se deixou apanhar na armadilha do hábito, e a razão por que cria hábitos.

O nosso pensar não é, pela maior parte, “habitual”? Desde crianças, nos têm ensinado a pensar numa certa direção, como cristãos, comunistas, hinduístas, etc., e não ousamos desviar-nos dessa direção, porque qualquer desvio, em si, representa temor. Assim, o nosso pensar é basicamente “habitual”, condicionado; nossa mente está funcionando dentro de rotinas fixas, e naturalmente temos também hábitos superficiais, que procuramos reprimir.

Ora, se a mente cessar de todo de pensar pela rotina dos hábitos, poder-se-á então considerar o problema relativo a um hábito superficial, de maneira toda diferente. Compreendeis? Se estais agora investigando, procurando descobrir se vossa mente pensa sob a influência dos hábitos, se esse descobrimento vos interessa deveras, então qualquer hábito, como, por exemplo, o de fumar, terá significação toda diferente. Isto é, se vos interessa investigar o processo do hábito, que se acha num nível, mais profundo, sabereis atender ao hábito de fumar de um modo completamente diferente. Estando bem claro para vós, interiormente, que desejais pôr fim não só ao hábito de fumar, mas ao inteiro mecanismo de pensar pela rotina dos há­bitos, já não lutais contra o movimento automático de apanhar um cigarro, etc., pois sabeis que quanto mais combatemos um hábito, mais vitalidade lhe damos. Mas, se estais atento e bem apercebidos desse hábito, sem combatê-lo, vereis que ele desaparecerá por si, no tempo próprio; a mente não está mais ocupada com ele. Estais prestando atenção?

Interiormente, percebo com toda a clareza que desejo deixar de fumar, mas o hábito vem sendo nutrido há vários anos; devo lutar contra ele? Ora, é bem certo que toda luta contra um hábito lhe dá mais vida. Notai bem isto, por favor: Quando combato uma coisa, dou mais vitalidade a essa coisa. Se combato uma ideia, dou mais vida a essa ideia; se luto contra vós, dou-vos mais vitalidade para lutardes contra mim. Devo perceber com toda a clareza esse fato, e só posso vê-lo com clareza se estou dando atenção ao inteiro problema do hábito, e não apenas a um dado hábito. Estou então considerando o problema do hábito num nível completamente diferente.

Assim, a questão agora é esta: Porque é que a mente só pensa em termo de hábito — o hábito das relações, o hábito das ideias, o hábito das crenças, etc.? Por quê? Porque, essencialmente, ela está buscando um estado de certeza, segurança, permanência, não é verdade? A mente detesta a incerteza e necessita, portanto, dos hábitos como meio de segurança. Mas nunca está livre do hábito a mente que se sente segura e, sim, só aquela que se acha em completa insegurança — o que não significa ir acabar num asilo ou manicômio. A mente que se acha na mais completa insegurança, incerteza; que está sempre a investigar e a descobrir algo; que morre para cada experiência, cada aquisição, e por conseguinte se acha sempre num estado de “não saber” — só essa mente pode ser livre do hábito.

Krishnamurti, 20 de agosto de 1955
Realização sem esforço
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill