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domingo, 8 de abril de 2018

A compreensão do medo da morte


A compreensão do medo da morte

PERGUNTA: Ajudai-me a compreender esse terrível medo à morte, que persegue todo homem e toda mulher.

KRISHNAMURTI: Pode alguém livrar-se do medo mediante algum raciocínio, conclusão lógica, asserção de crenças, de qualquer natureza que sejam? Ainda que vos digam que após a morte ireis viver a próxima vida, ficareis livre do medo? Isso poderá acalmar-vos, tranquilizar-vos, temporariamente; mas aquele sentimento de desconhecimento, de incerteza, perdurará. Podemos libertar-nos do medo pela crença, pela razão? Sabeis que morrereis — é a sorte de todos nós. Logicamente, sabeis que todas as coisas se acabam; e há uma peculiar continuidade, porque continuais no vosso filho, na vossa filha, no vosso vizinho; e sois a continuidade de vosso pai ou de vossa mãe. Embora saibais logicamente que existe a morte, estais livre do temor?

Logicamente, intelectualmente, intimamente, podeis estar livre do medo? O medo só existe em relação, não é verdade? Tendes medo à morte, sendo a morte “o desconhecido”; tendes medo de que vossa mente deixe de existir. Embora saibais que ides morrer e embora acrediteis que ressuscitareis ou renascereis, ficareis livre do medo? Como se pode, então, ficar livre do temor? Há alguma maneira de se ficar livre do medo? Se eu vos disser como se pode ficar livre, ficareis livre? Podeis observar certas práticas, podeis dizer: “Sei que tudo se acaba, e o fim pode ser um novo começo; e no findar pode haver uma nova criação; ou quando eu findar surgirá o desconhecido”. Podeis persuadir-vos, podeis raciocinar, mas o medo se acabará?

O medo, por conseguinte, não é algo que possa ser eliminado pela mente, porque a própria mente é o medo. A mente é que cria o medo, a ideia da cessação, a ideia de chegar ao fim. Ela é que diz: “Tenho vivido tanto, eu não deveria findar, preciso ter mais experiência, ainda não me preenchi”. A mente é que pergunta: “Que me acontecerá amanhã?” O amanhã é criação sua. O amanhã e o findar que ocorrerá amanhã, são ideias que constituem, o processo mental. O medo, por conseguinte, é criado pela mente, e a mente não pode vencer o medo, não importa o que façamos. Se perceberdes a verdade a esse respeito — isto é, que a mente cria o medo — cessará então o “mecanismo de pensar” que está preso ao amanhã.

Senhor, enquanto a mente estiver operando com existência no tempo ou com o conhecimento do findar no tempo, tem de haver temor. O medo é o “mecanismo” da mente, e a mente não pode libertar-se do seu próprio “mecanismo”. O que ela pode fazer é só estar apercebida do “mecanismo” em que existe o temor, sem tentar dominá-lo ou fazer alguma coisa com relação a ele; observar o temor, sem agir — porque o agir é ainda criar temor. Assim sendo, é só quando a mente não cria o amanhã — o que significa o morrer de hoje, o findar do mecanismo do pensamento, agora — só então, não existe mais temor. Quando percebe esta verdade, a mente está então, ela própria, num “estado do desconhecido”, e não há mais a acumulação de todos os dias passados. É só quando morremos de dia para dia, para todas as coisas que acumulamos, que vem aquela coisa, que é o fim do temor

Krishnamurti, Quarta Conferência em Bombaim
17 de fevereiro de 1954, As ilusões da Mente

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill