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sábado, 7 de abril de 2018

O mecanismo da crença na reencarnação

O mecanismo da crença 
na reencarnação

PERGUNTA: A ideia da morte só me é suportável, se posso crer numa vida futura. Mas dizeis que a crença é um obstáculo à compreensão. Peço-vos ajudar-me a perceber a verdade, nesta questão.

KRISHNAMURTI: A crença numa vida futura, é o resultado de nosso desejo de conforto, consolação. Se há ou não há uma vida futura, isto só se pode descobrir quando a mente não busca conforto numa crença. Se me vejo aflito pela morte de meu filho e desejo vencer esta aflição, creio na reencarnação, na vida eterna, etc.; e então a crença se me torna uma necessidade. É óbvio que a mente, nesse caso, nunca descobrirá o que é a morte, visto que só lhe interessa adquirir uma esperança, uma consolação, uma garantia.

Agora, se há ou não há continuidade, após a morte, este é um problema completamente diverso. Vê-se que o corpo se acaba; pelo uso constante, o organismo físico se consome. Que subsiste então? — A experiência acumulada, o conhecimento, o nome, as memórias, a identificação do pensamento como "eu". Mas isto não vos satisfaz; dizeis que deve haver outra maneira de continuação — a alma permanente, o Atman. Se há esse Atman que continua a existir, ele é criação do pensamento, e o pensamento que criou o Atman faz parte do tempo; esse Atman, portanto, não é espiritual. Se profundardes bem esta matéria, vereis que só existe pensamento, identificado como "eu" — minha casa, minha mulher, meus filhos, minha virtude, meu insucesso, meu sucesso, etc. — e quereis que isso continue. Dizeis: "Quero terminar meu livro antes de morrer", ou "Desejo aperfeiçoar as qualidades que me tenho esforçado para desenvolver, e para que terá servido esforçar-me tanto, em todos estes anos, para realizar uma coisa, se, no final de tudo, o que se me oferece é o aniquilamento?". A mente, pois, que é produto do conhecido, deseja continuar no futuro; e porque existe esta incerteza que chamamos a morte, sentimos medo e desejamos garantias.

Ora, a meu ver, o problema tem de ser considerado de outra maneira, ou seja, descobrindo cada um por si mesmo, se é possível, enquanto vivo, "experimentar" o estado que chamamos "a morte". Isto não significa suicidar-se, porém, sim, experimentar realmente aquele estado extraordinário, aquele momento sagrado de estar morto para todas as coisas de ontem. Em verdade, a morte é o desconhecido, e não há racionalização, nem crença ou descrença, que possa produzir essa extraordinária experiência. Para alcançar essa interior plenitude de vida, que também inclui a morte, a mente deve livrar-se do conhecido. O conhecido tem de deixar de existir, para que o desconhecido possa existir.

Krishnamurti, Terceira Conferência em Madanapale
26 de fevereiro de 1956, Da Solidão à Plenitude Humana

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill