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terça-feira, 3 de abril de 2018

A transformação requer paciente atenção


A transformação requer paciente atenção

Poderíamos considerar hoje a significação da autoridade, na vida, e a relação existente entre a autoridade e o temor. Durante as duas reuniões anteriores, estivemos examinando a questão da liberdade individual e considerando se é possível ser-se individual, no sentido de ser livre de temor, e aventei que só pode haver individualidade quando não há temor. É uma das coisas mais difíceis o ser livre de temor, pois o temor assume formas múltiplas. Quando a mente está de todo absorta numa determinada ideia, essa absorção pode representar uma fuga; e o homem que disciplina a mente em conformidade com um padrão de pensamento pode, contudo, achar-se sob o jugo do temor. Quando nos ajustamos a determinado padrão de moralidade — e isso implica autoridade, compulsão —- estamos livres de temor? O seguir a autoridade, sob qualquer forma, sem plena compreensão do significado da autoridade, é estar sob a opressão do temor. Examinemos, pois, esta questão da autoridade; mas, antes de o fazermos, desejo sugerir-vos ouçais de maneira adequada. Escutar adequadamente não significa tirar conclusões. Quando saltais a uma conclusão, já não estais abertos para averiguar, descobrir. Não podeis ser guiados para descobrir: o descobrimento tem de ser espontâneo. Se me estais escutando com o desejo de ser guiados, nunca fareis descobrimentos, isto é bastante claro, não achais? Se ficais esperando que vos mostrem o caminho, jamais descobrireis coisa alguma por vós mesmos; só descobrireis o que o guia quiser que descubrais. Por conseguinte, deveis estar atentos, não apenas ao que estou dizendo, à descrição que faço, mas, principalmente, ao que se passa em vossa mente, o que significa estar vigilante. Embora me utilize de certas palavras e frases como meios de comunicação, o que realmente descrevo é o que cada um de nós está pensando, consciente ou inconscientemente. Se vos limitais a ouvir o que digo, não estais dando atenção a vós mesmos; estais apenas acompanhando uma descrição. Se, porém, através dessa descrição, começardes a estar apercebidos das atividades da mente, com todas as suas tendências e idiossincrasias, haverá então uma possibilidade de descobrimento, a possibilidade de vos tornardes inteiramente percebidos do que vos está sucedendo realmente dentro do ser; e isso, assim me parece, é importantíssimo.

Não estou dizendo uma coisa difícil de compreender; mas, se vos limitardes a ouvir-me as palavras, perdereis a parte mais essencial deste nosso exame. Estou descrevendo o que de fato se está passando, consciente ou inconscientemente, dentro de nós mesmos; e o que se está passando é uma coisa muito complexa, que requer grande soma de paciente atenção, um perceber sem julgamento, um a observação sem escolha. Se formos capazes de ouvir com essa atitude mental, acredito, começaremos então a compreender todo o significado da autoridade. Positivamente, enquanto a mente está sujeita à autoridade, ela não é, em absoluto, individual; e, para descobrir-se o que é real, o que é Deus, o que é a Verdade, para se descobrir o inefável, não se requer sejamos completamente individuais? Ser individual significa estar em completa liberdade de todo temor, de toda compulsão, e do desejo de encontrar uma forma correta de viver. É isto o que todos desejamos, é este o reclamo dos nossos corações: encontrar uma correta maneira de ação, de conduta, um método correto para se viver feliz, em paz. E esse mesmo reclamo não cria autoridade, a autoridade de um livro, de uma pessoa, de uma ideia? Desejamos nos ensinem o que devemos fazer, como devemos viver, de que maneira devemos dominar os nossos inúmeros problemas; e, com esse desejo na mente e no coração, seguimos aqueles que se propõem a dar-nos o que buscamos, aqueles que pensamos haverão de conduzir-nos à realidade, à felicidade, a Deus. Elegemos, assim, uma entidade, um instrutor que é produto de nossa própria “projeção”, e lhe vestimos a fantasia do nosso desejo. O impulso a confiarmos as nossas vidas à guia de instrutores, de livros, representa essencialmente o nosso desejo de estar em segurança, não é verdade? É isto o que desejamos: estar em segurança neste mundo e também no outro.

Ora bem, o desejo de segurança põe em funcionamento o mecanismo da compulsão, da subordinação a um padrão, a uma ideia ou a uma pessoa que representa a ideia; e assim passamos a vida, não é verdade ? Não devemos, portanto, ficar completamente livres desse desejo de segurança, que cria a autoridade? A autoridade é um problema sobremodo complexo. Existe autoridade em diferentes níveis: a autoridade do governo, a autoridade social, religiosa, e a autoridade da nossa própria experiência. Desde a infância somos forçados à submissão. Nossa educação, nosso preparo social e religioso, todo o nosso ambiente estimula-nos a subordinar-nos, ou a resistir, ou a seguir, — sendo esse o mecanismo ordinário do nosso pensamento; e enquanto vós e eu nos acharmos em tal estado, podemos ser indivíduos livres? Se não o somos, é claro, nunca chegaremos a descobrir o que é real; e o “ser livre” exige muita compreensão deste problema da autoridade. Não podeis simplesmente rejeitar toda autoridade externa e seguir o que desejardes seguir, pois o próprio ato de seguirdes o que desejais cria outra autoridade. Podeis rejeitar a autoridade externa, mas resta a autoridade interior da experiência, e essa experiência está baseada no vosso condicionamento. É muito fácil rejeitar a autoridade externa; continuamos, porém, a ser ainda o resultado dessa autoridade, da tradição, da sociedade, da cultura, da civilização em que vivemos. Rejeitar o “exterior” e seguir o “interior” não significa estar livre da autoridade. Esta, por certo, é um processo unitário. Não há linha divisória entre autoridade exterior e autoridade interior: há só autoridade. E pode a mente que está seguindo uma autoridade, sob qualquer forma, descobrir o que é verdadeiro?

Ouvi com atenção o que digo, sem saltar a conclusões. A compulsão, a resistência, a disciplina, o seguir a autoridade, resultam do temor; e pode um espírito, embargado pelo temor, ser livre? Só quando o espírito é livre, pode haver individualidade; mas o produzir essa liberdade espiritual é sobremodo difícil; “difícil”, no sentido de que o simples desejo, o mero esforço, não a produzirá. O desejo e o esforço são reações ao nosso condicionamento; e reação não é liberdade. Pode, então, a mente libertar-se de toda resistência, de todo desejo de encontrar uma solução para os nossos problemas?

Não sei se me estou fazendo claro. Este é, com efeito, um assunto muito difícil de tratar, porquanto, quando começamos a apreciá-lo, vem-nos imediatamente esta reflexão: “Se não tenho uma autoridade, um modo de conduta, como poderei guiar-me amanhã? Se não posso servir-me do meu conhecimento do passado para descobrir o que é verdadeiro, que devo fazer”?

Ora, não é possível vivermos de momento a momento, compreendendo cada incidente, cada experiência, cada relação, no instante em que surge? Não pode a verdade das coisas ser percebida momento por momento? Preciso de uma carga de conhecimentos, preciso da autoridade da experiência, para descobrir o que é verdadeiro? Para compreender, não deve a mente estar de todo livre do passado? Não deve desistir de traduzir a experiência imediata de acordo com seu conhecimento anterior, erigido em autoridade? Mas é isso o que estamos fazendo, não é? Quando temos um problema, de que maneira o atendemos? Traduzimos o problema de acordo com o nosso fundo de condicionamento, com a nossa experiência anterior; avaliamo-lo de acordo com os padrões que estabelecemos, ou que a sociedade estabeleceu; e, ao traduzirmos um problema, não estamos livres para compreender a verdade nele contida. Pode a verdade relativa a qualquer problema humano ser compreendida através da autoridade da experiência ou do saber? Inteligência não é liberdade de compreensão, momento por momento?

A vida é muito complexa, e a mente mais complexa ainda e dotada de extraordinárias capacidades; e para compreender qualquer problema humano, não deve a mente considerá-lo de maneira nova, como coisa nova, e não partindo de um centro que armazenou, que acumulou? Isso é que é compreensão criadora, não achais? O centro que acumula é o “eu”, o “ego”, e, portanto, toda ação procedente desse centro poderá, apenas, aumentar o problema. A Realidade, Deus, ou como quiserdes chamá-lo, deve ser algo totalmente novo, nunca dantes experimentado, completamente original; e pode uma mente que é resíduo do tempo, do passado, da autoridade, da compulsão, da resistência — pode uma mente em tais condições compreender, perceber a significação do que é verdadeiro? Entretanto, toda igreja, toda organização religiosa, toda seita está sempre a falar de Deus; e os que creem em Deus têm visões que fortalecem a sua crença. Ora, o que podemos reconhecer é sempre coisa já conhecida e, portanto, não pode ser o verdadeiro. O que é verdadeiro nunca foi anteriormente conhecido e, por conseguinte, a mente deve compreendê-lo de maneira nova, como coisa nova; e uma das nossas principais dificuldades está em como despojar a mente de todas as compulsões, todos os temores, todas as resistências, todas as autoridades, a fim de que seja livre para observar, para “escutar” e compreender. O amanhã jamais é o mesmo dia; a próxima reação nunca é coisa que existiu antes; e é por traduzirmos cada reação, cada manhã, cada momento subsequente de acordo com o “velho”, que estão sempre surgindo mais e mais complicações em nossa existência. Não há nunca um momento em que contemplamos a vida, as árvores, os pássaros, cada incidente, de maneira original, livre e plenamente.

Não há dúvida, pois, de que a questão não é de como libertar-nos de problemas, ou de como encontrarmos soluções para eles, ou de como sermos livres da autoridade; não se trata, antes, de podermos olhar todos os problemas extraordinariamente complexos e sutis, da vida, com uma mente pura, original, não corrompida? Isso só se pode fazer quando estamos livres do temor, porquanto o temor gera a autoridade: a autoridade de uma pessoa, a autoridade de uma igreja, de uma crença, de um dogma; e, ainda que estejamos livres de dogmas e crenças, se somos escravos da opinião dos nossos semelhantes, ainda estamos, evidentemente, agrilhoados pelo temor.

É, pois, o temor que gera a autoridade; e pode a mente ser livre de temor, do temor da insegurança em todas as nossas relações, o medo de não saber, o medo de não ser? Em nosso desejo de segurança, em nosso temor ao desconhecido, criamos céu e inferno, criamos deuses e visões; é de nossa mente que nascem todas essas coisas. Porque, intrinsecamente, profundamente, existe em nós o medo de estarmos completamente sós, a nossa mente astuciosa começa a acumular propriedades, conhecimentos, experiências; e, uma vez que estamos na sujeição desse “processo", “projetamos” aquilo que deve ser a Realidade ou Deus; e isso é mera especulação; portanto, sem nenhum significado. Criamos inumeráveis formas de crença, atrás das quais a mente se abriga.

Pois bem. Pode a mente ser livre de todo esse “processo” e viver simplesmente, dia por dia, compreendendo a vida tal como se apresenta momento por momento? Afinal, o atemporal, a eternidade inefável é isto: quando a própria mente é o desconhecido. Por ora, a mente é o conhecido, resultado do tempo, de ontem, do saber, de experiências e crenças acumuladas, e, nesse estado, a mente jamais chegará a conhecer o desconhecido. Isto não é uma forma vaga de misticismo. Por certo, se desejo conhecer uma coisa nunca dantes experimentada, que não faz parte do tempo, que não pode ajustar-se ao molde da autoridade, é necessário minha mente esteja de todo livre do passado, o que significa que deve estar liberta de temor. Ante isso, nossa reação imediata é a seguinte: “Como posso ficar livre do temor? Sei que tenho medo, mas como ficar livre dele?” Não é esta a nossa reação instintiva? Ouvi com atenção a pergunta, e encontrareis a resposta. Pode a mente, que criou o temor, libertar-se dele? No seu desejo de segurança, a mente se abriga na crença, engendrando assim o temor e tornando-se, ela própria, incapaz de fazer frente ao desconhecido; e pode a entidade que dá nascimento ao temor ser livre de temor? Sem dúvida, o seu próprio desejo de ser livre de temor é resultado do temor; por conseguinte, todo o esforço da mente para livrar-se do temor faz parte, ainda, do temor. A mente pode apenas estar apercebida do temor e manter-se completamente passiva em presença dele. Nesse percebimento passivo não há escolha, não há esforço para dormir e, quando a mente se acha nesse estado, não há temor algum. A mente, porém, nunca se achará nesse estado de percebimento, enquanto houver esforço para dominar.

Tende a bondade de escutar com toda a atenção, e percebereis a verdade disso. A mente, que é pensamento, gera temor, não é exato? Nós, em geral, vemo-nos sós e não sabemos o que significa essa solidão; nunca a examinamos, jamais a compreendemos, porque estamos sempre a fugir dela por meio de alguma distração. Só compreenderemos a solidão quando a enfrentarmos, e só a enfrentaremos quando não a temermos. Quando fugimos da solidão, damos entrada ao temor; nossa fuga é temor. Nessas condições, a mente está criando temor continuamente — temor do que irá acontecer amanhã, do que acontecerá quando morrermos. O pensamento, resultado do passado, está sempre a projetar-se no futuro e gerando temor.

A mente em tempo algum se libertará do temor enquanto estiver fazendo esforço para dele fugir. Pode, apenas, estar percebida do seu medo e manter-se completamente passiva, sem nenhuma escolha. Vê-la-eis tornar-se extraordinariamente tranquila, e como nessa tranquilidade pode resolver-se o problema do temor. Nessa tranquilidade mental, a autoridade se desvaneceu de todo. Que necessidade tendes de autoridade, quando estais vendo, momento por momento, o que é verdadeiro? A verdade não depende de avaliação ou julgamento e, quando percebe isso de maneira completa, a mente é então, ao mesmo tempo, experimentador e coisa experimentada; e, em consequência, está apta a transcender a si mesma.

Tudo isso exige muita paciência e atenção, um percebimento isento do desejo de vir a ser, de evitar ou obter. É por estarmos eternamente desejando realizar algum fim, ser bem-sucedidos, ou evitar algo, que criamos o temor. O temor multiplica problemas, o temor embarga a mente, prendendo-a ao passado, e por isso a mente é, ela própria, o centro do temor. Somente ao compreender o pleno significado do não desejar ser algo, de ser, não como uma folha em branco, mas completamente vazia, de todo silenciosa — só então lhe é possível, à mente, resolver cada problema no momento em que surge.

Krishnamurti em, Percepção Criadora, 
28 de junho de 1953
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill