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segunda-feira, 25 de julho de 2016

O casamento é a fuga conjunta da solidão


Pergunta: Como o impulso sexual parece ser inerente em toda a natureza, tanto como o são a fome e a desse, como é que a sua satisfação normal é encarada como sendo não — espiritual, enquanto que a normal satisfação da fome e sede são consideradas naturais? Qual a vossa opinião sobre o casamento no sentido de homem e mulher se juntarem com este propósito, independentemente da necessidade da perpetuação da espécie? Será expressão física do amor sexual uma limitação do amor e da vida? Se assim é, como dela nos libertamos?

Krishnamurti: Toda vez que nela exista apego à sensação, há tristeza, quer ela se evidencie na sua satisfação do sexo, quer na fome. Toda a vez que existir falta de domínio por meio de entendimento adequado, há tristeza. Não se trata de ser espiritual ou de não o ser. É uma questão não de supressão mas de domínio — sendo a supressão um afastamento sem propósito em relação ao desejo, a qual não vos conduzirá a coisa alguma; porém, com o entendimento do propósito da existência individual vem o controle no qual existe desapego de toda sensação. O homem que é escravo da sensação acha-se preso à escravidão da tristeza.

Perguntaram-me outro dia por que não me casava. Dir-vos-ei a razão. Não sou contra o casamento. O casamento, aquilo que a sociedade chama de casamento — tem lugar porque os homens e as mulheres se acham solitários. Ora, se sobrepujardes toda a solidão, não necessitareis casar-vos. Vós sereis todas as coisas. Não mais estareis sós. Não mais necessitareis de apoio, de animação, de lição do constante ajustamento ao ponto de vista de outrem. O propósito do casamento é o de fazer um esforço em conjunto, por parte do homem e da mulher, para que ambos cresçam, para se ajustarem, para se compreenderem, para desenvolverem várias qualidades. Se, porém, estiverdes enamorados da vida em si mesma, na qual existe tanto a expressão do homem como a da mulher, então estareis vos ajustando a todo instante a essa totalidade e tereis transcendido a necessidade de experiências de constante ajustamento de ponto de vista. Então não necessitareis casar-vos. Porém, não vos enganais a vós próprios.

"É a expressão física do amor sexual uma limitação do amor e da vida? Se assim for, como dele nos libertaremos?" Se fordes escravos da sensação — se estiverdes apegados, e dependentes para vossa felicidade da sensação, da satisfação — então ela será uma limitação do amor e da vida.     


Krishnamurti em Acampamento da estrela de Ommen, 2 de agosto de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill