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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tendes buscado o conforto, não a verdade

Pelas perguntas que me têm sido feitas por todo o mundo, verificar-se-á quão poucas pessoas realmente desejam compreender e atingir a verdadeira liberdade da vida. Fazem citações de antigas escrituras e de autoridades eruditas e colocam-me em confronto com elas, imaginando por esse modo haverem posto em solução seus próprios problemas. Porém, aqueles que quiserem compreender a vida, precisam de procurar a verdade fora desses muros tradicionais, longe dos ditames dos antigos, por eruditos, por sábios que possam ser.   

Meu ensino não é místico nem oculto, pois sustento que tanto o misticismo como o ocultismo são limitações do homem postas à verdade. A vida é mais importante do que quaisquer crenças ou dogmas e, para se permitir à vida a sua plena fruição, tendes que libertá-la das crenças, da autoridade e da tradição. Aqueles, porém, que estão ligados por essas coisas, encontrarão dificuldade no entender a verdade.

Minhas respostas a todas as perguntas que me foram feitas não se acham baseadas na autoridade de livros eruditos, em opiniões já firmadas. Encontrei a libertação e entrei nesse reino onde existe a eterna felicidade e por isso quisera ajudar a outros a compreenderem as coisas sob este ponto de vista.
Assim como eu estou liberto de tradições e crenças, quisera libertar a outras pessoas dessas mesmas crenças, dogmas, credos e religiões que condicionam a vida. É somente sob esse ponto de vista que eu falo e não pelo desejo de infiltrar uma nova doutrina ou de impor uma nova autoridade. Por ter fugido a toda a limitação, é meu desejo libertar a todos os homens.

Não sou oráculo para solver todos os problemas. Quero fazer que as pessoas pensem por si mesmas. Desejo que duvidem das próprias coisas que têm por mais caras e preciosas, de modo a, após haverem feito convite à duvida, somente aquilo que seja de valor eterno permaneça.

Pergunta: Que provas podem ser apresentadas a uma alma de haver passado por certas experiências ou estágios?

Krishnamurti: Não pode haver prova a não ser a própria experiência. Se uma vez vos houverdes queimado, não mais necessitareis de provas para saber que o fogo queima. Tereis a capacidade de reter o conhecimento que a queimadura vos trouxe. Se uma experiência vos advier e não houverdes colhido todas as suas lições, tendes que novamente passar por ela. Ninguém vos pode dar prova de que haveis passado por ela senão vós mesmos.

Pergunta: Dizeis que não devemos buscar conforto. Qual é, pois, vossa ideia a respeito da compaixão?

Krishnamurti: Tendes buscado o conforto por tantos anos, por tantas gerações, por tantos séculos, e haveis encontrado assim o afeto perdurável? Se não haveis encontrado esse entendimento que é perdurável, deixai de lado o conforto e não mais vos abrigueis à sua sombra. Para possuirdes real compaixão deveis assemelhar-vos a um médico, um grande cirurgião que conhece o perigo de uma moléstia e deseja cortá-la pelo seu entendimento. Quão felizes serieis se eu vos proporcionasse mais abrigos, mais conforto! Vós me fazeis esta pergunta porque em vossa mente e coração imaginais que eu estou falando à compaixão. Amigo, a verdade não é compaixão e nem ódio — é todas as coisas.


A verdade é cruel para a treva; onde quer que exista entendimento ela proporciona compaixão, desabrocha como uma flor desabotoa abrindo sua glória para a luz. Vós quereríeis antes um médico que momentaneamente vos curasse as vossas dores, do que um cirurgião que destruísse a causa de vossa doença. Preferiríeis de muito um propinador de confortos para o vosso pequeno entendimento, antes do que alguém que destruísse todos os vossos confortos e vos mostrasse o caminho para essa eterna compaixão que é a verdade. Pelo fato de haverdes tomado abrigo nos confortos da decadência, os confortos que podem ser destruídos em tempos de tristeza, ides para outros abrigos, para outras moradas onde reside a treva e o engano; e rejeitais a quem vos quisera levar para o ar livre e para as frescas brisas, que vos hão de proporcionar a verdade perdurável, que é o entendimento da vida. 

Krishnamurti, 1930        
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill