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sábado, 23 de julho de 2016

Transcendendo nossas gaiolas de tristezas

Pergunta: Perdi todo o interesse pela propaganda de quaisquer ideias, até mesmo as vossas. A propaganda não me parece ter valor de qualquer espécie. Sinto-me completamente desorientado quanto à maneira pela qual poderei realmente auxiliar o progresso da humanidade. Que fazer?

Krishnamurti: Este parece-me ser o caso da maioria das pessoas que aqui se encontram. Para encontrardes a razão de ser deste estado mental necessitais de interrogar-vos a vós próprios sobre o que é que vos esforçais por propagar — se são meras ideias ou algo que estais vivendo. Se meramente propagardes ideias, estas não terão valor algum e ninguém com elas se preocupará; é por isso que perdeis todo interesse por tais ideias. Se, porém, estiverdes propagando realidades as realidades vivas que houverdes encontrado por vós mesmos e pelas quais vos bateis, lutando a todo o momento do dia então não mais será assunto de propaganda: hão de vir a vós as pessoas interessadas e não necessitareis ir até elas. Se não estou ajuizando mal nesta questão, tendes, aparentemente, estado a propagar ideias de outrem e não realidades que tenhais vivido. Daí a perda total de interesse. Coisa essa muito boa!  — pois que, então por vós mesmos verificareis que essas ideias que haveis propagado não tiveram influência sobre a vossa vida; e assim ficareis ansiosos por buscar, por descobrir as ideias que vos hão de proporcionar a inata, a intrínseca capacidade de viver. Então não mais se tratará de propaganda. Sei que é coisa muito fácil converter os outros, trazer os outros para a vossa gaiola particular. Porém o homem que realmente vive, que luta, que anseia, não deseja engaiolar a outrem — ao contrário, a todos quer libertar de todas as gaiolas, destruí-las todas. Assim, portanto, o mero interesse pelas ideias teológicas, pelas discussões filosóficas e metafísicas, não tem valor.  Essas coisas são excelentes como ginástica mental. Porém, ideias que vos proporcionem o perfume da vida e o interesse de viver, de compreender, de crescer, de lutar, com toda a experiência, que dela colheis para vosso uso e riqueza, — isto não exige propaganda, para isto não necessitais de ter em vista a autoridade de outrem. Para tanto, o que é necessário é vivenciar vós próprios o exemplo; a maneira de viverdes abrirá o caminho do entendimento para outrem. Assim, o vosso interesse depende daquilo a que derdes realce na vida, e do fato daquilo que estais vivendo ter ou não valor essencial em si mesmo. Se o não possuir, estareis ainda nas garras da tristeza. Se o possuir, então estareis transcendendo essa limitação, essa gaiola, esse presidio de tristeza.   


Krishnamurti em Acampamento da estrela de Ommen, 31 de julho de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill