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quinta-feira, 14 de julho de 2016

O caminho para a verdade é o da eliminação

Disseram-me, ontem, muitas pessoas, que eu tinha produzido um belo discurso e senti imediatamente um aperto no coração, pois que essas palavras “um discurso muito bom” parecem-me significar que o que eu havia dito os ajudará a reconciliar as coisas novas com as velhas. Onde existir conciliação com as passadas conquistas, não existe progresso. Falo muito seriamente sobre todos estes pontos — mais seriamente, talvez, do que vós o desejais. E, assim, a partir do momento em que uso certos termos familiares como “conhecimento”, “consciência”, “alma”, todos os meus velhos amigos se refestelam e respiram confortavelmente, pois que, voltam ao seu velho reino de ignorância. E depois vêm a mim e dizem: que maravilhoso discurso fizesteis ontem!

Por favor, apercebei-vos de que a vida é uma luta contínua, não um fruto maduro para ser colhido em felizes e fáceis momentos. Não vos podeis refestelar na contemplação da vida como sendo uma instituição confortável. Precisais de estar sempre a fazer contínuos esforços na direção de mudar, para uma nova orientação de pensamento, pois que a mente e o coração, sendo coisas vivas, não encontram lugar de repouso. Assim, horrorizo-me quando alguém vem a mim e me diz: “que lindo discurso!”, pois que isso me sugere que, realmente, eles não compreenderam o significado daquilo que estive a dizer. Quisera antes que estivessem descontentes com o que eu houvesse dito. Se simplesmente vos aperceberdes do significado daquilo que digo, jamais ficareis contentes no sentido de repousardes confortavelmente em vossas ideias preconcebidas. Quereis reconciliar. Naturalmente. É bom o sentar-se e contemplar a vida com a mente fácil. Vós, porém, não viveis desta maneira. Viveis e cresceis por meio da luta infinita, da incessante variedade, do contínuo solevar a dúvida. A vida é descontentamento; porém, através de tal descontentamento vem a alegria, pois que a alegria não tem lugar de repouso. É uma coisa que sempre está se multiplicando, crescendo.

* * *

Toda a vida implica crescimento e decadência e, pelo fato de existir a decadência, deve também existir a renovação da vida. Mas uma tal renovação jamais pode provir de formas decadentes. Pode somente provir do plantio de uma nova semente e isto é a obra individual. Cada indivíduo traz consigo esta potencialidade de criar uma nova vida. Por isso é que tanta atenção eu presto à individualidade e tenho por tão importante que no indivíduo haja a coragem de se libertar das gaiolas das instituições. Somente assim pode ele servir a vida. Tome por exemplo a nossa civilização de hoje em dia. Olhe em redor e verificareis que ela não ajuda o homem. Antes esmaga a sua existência pelo fato de mecanizá-la. A civilização de hoje em dia não lhe está proporcionando um ambiente no qual ele possa crescer e ser livre. Para remediar as coisas, portanto, não tem utilidade alguma o meramente reconstruir a gaiola que a civilização em redor dele construiu. Deve afirmar sua individualidade e pular fora dela. Por esta maneira somente pode ele semear a semente do futuro e tornar possível um novo sentimento e uma nova orientação de pensamento. Por isso é que o esforço pessoal têm tão funda importância. O indivíduo, mediante a sua individualidade, é o salvador da sociedade. A coisa grande, portanto, é ser uma individualidade, ser absolutamente ele próprio. O que importa é o que se é — não as instituições ou as crenças com as quais nos achamos identificados.
A partir do momento que reconheçais a verdade, verificareis que extremo dever é o de romper com ilusões e criar um novo mundo — o vosso mundo próprio. Portanto, não vos deixeis ficar contentes; não tenteis reconciliar. O caminho para a verdade é o da eliminação, da negação, da dúvida. Para encontrardes a verdade tendes que vos tornar sensíveis a novos ajustes.    


Krishnamurti em Acampamento de Ojai, 28 de maio de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill