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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Serenidade é perfeita unidade entre mente e coração

Na Primavera, toda a árvore, todo o arbusto, tudo na natureza sofre uma mudança vital, uma renovação de vida. Uma tal renovação de vida, no homem, vem à existência por meio de um forte sentimento. Se olhardes para dentro de vós mesmos, verificareis que sabeis muito mais do que aquilo que sois capazes de sentir. No entanto é esta capacidade de sentir que tem importância, não o conhecimento. A razão é que o conhecimento não provoca a ação. O que provoca a ação é o sentimento. Por outro lado, sentimento sem conhecimento não dará em resultado ação clara ou propositada. Sob este ponto de vista podemos pensar no conhecimento como sendo o lime ou ponto entre o sentimento e a ação, evitando o sentimento de se tornar mera sentimentalidade, e dando unidade ou propósito à ação. Resumindo, sentimento sem conhecimento é sentimentalidade; conhecimento, sem sentimento, é falta de poder. Sentimento forte, combinado com claro entendimento, é indispensável à verdade em ação.

O perfeito equilíbrio do conhecimento e do sentimento encontra-se na intuição. É necessário recordar isto, porque o intelecto, abandonado a si mesmo, somente desperdiçará suas energias na sistematização e por este modo tornar-se-á divorciado da vida. A vida não pode ser sistematizada — é coisa muito rica e flexível. Por isso é que é importante o como pensais, sentis e viveis — e não aquilo em que acreditais; pois toda a crença implica um sistema. E, no entanto, se me é dado falar-vos com toda a singeleza, o que mais importa na opinião de todos vós é a crença. Vós vos preocupais, principalmente, com os sistemas aos quais pertenceis — e muito menos com a maneira de vosso sentir e pensar, com a vossa capacidade de sensibilidade, com a vossa habilidade instintiva de escolher e discernir. Todos os sistemas são invenções da mente, e não podeis chegar à mais alta realidade por meio de um sistema particular, qualquer que ele seja, porque, em relação à vida, os sistemas são externos, ao passo que aquilo de que necessitais para a vida é da união entre o que é externo e o que é interno. A razão de haver desarmonia dentro de vós — do vosso eu real — e a expressão de vós próprios, é que o intelecto e o sentimento, não se acham em unidade e, por esse modo, ao sentimento falta direção e ao intelecto introspecção. A verdadeira função do intelecto, portanto, é formar um liame vivo entre o sentimento interior e a ação exterior. Por isto é que tanto eu sou contra os sistemas; pois a partir do momento que a mente começa a sistematizar, cessa de ser uma ponte entre o sentimento e a ação e opera independentemente. O perigo de todos os sistemas é o de que sois capazes de leva-los acima da plenitude e da riqueza da própria vida. Um outro perigo é o de que a própria rigidez de qualquer sistema torna fácil o adaptar as coisas a ele, em vez de se julgar cada coisa pelo seu próprio mérito, tal como nos é apresentada no imediato fluir da vida. Um sistema é um substituto para o apercebimento, a atenção, a vigilância; e é justamente por tal apercebimento e discernimento serem penosos e perturbadores que as pessoas preferem os sistemas. Pois que o agir sem sistemas é ter que julgar independentemente e lutar por si mesmo.

Aquilo que às vezes chamamos intuição, é, pois, a união entre o verdadeiro sentimento e o verdadeiro pensamento e, assim, é o liame real entre os mundos subjetivo e objetivo. Sem um tal liame o verdadeiro sentimento jamais se pode externar a si mesmo e, semelhantemente, sem verdadeiro sentimento, o intelecto jamais poderá atingir aquilo que é a verdadeira função, isto é, trazer à harmonia os mundos interno e externo. Tentar endireitar o mundo por meio de um sistema, é aplicar um remédio que, por si mesmo, é externo, ao passo que a harmonia somente pode ser estabelecida no que é externo se primeiro existir uma harmonia interna ou subjetiva. Voltando ao ponto de partida, significa isto que é somente quando o verdadeiro sentimento interior flui para o mundo exterior por meio do verdadeiro sentimento, que a harmonia pode ser estabelecida no mundo exterior.

O que há a lembrar, portanto, é que, só por meio do conhecimento, nada podereis alcançar — e sim apenas por meio do conhecimento inspirado pelo verdadeiro sentimento. Assim, pois, precisais vos libertar do orgulho intelectual e vos tornar simples, diretos e livres. Podeis possuir qualquer quantidade de conhecimento, mesmo avalanches dele, mas, se não tiverdes a capacidade de sentir, de ser sensitivos, de vos enamorardes da vida, de que vos serve esse conhecimento? Sereis colhidos pelos seus sistemas e deles vos tornareis escravos. Vós não o utilizais como instrumento. O conhecimento único que é de algum valor é o conhecimento que é fruto do sentimento, isto é, da experiência pessoal. Qualquer coisa que venha do intelecto por meio de qualquer outra fonte é inútil para a Vida. Para o verdadeiro entendimento, tendes que varrer todos os sistemas. Tendes que vos movimentar com a continuidade do fluxo da vida e não vos deixardes colher pelas águas retardadas. O intelecto, para dar frutos, necessita torna-se essa coisa viva que denominamos intuição. Deve ser o principio diretor do impulso de vossa vida, ajudando-a a mover-se no sentido de verdadeiramente avançar e não algo que lhe coloque embaraços no trajeto. O que ele vos deve proporcionar, não é um sistema, porém um instinto de direção. Deveis ser capazes de acompanhar o refinamento da verdade em todas as suas circunvoluções, julgando infalivelmente, momento a momento e, onde falhar o conhecimento, permitir o verdadeiro sentimento atuar como vosso guia.    
    

Krishnamurti em Acampamento de Ojai, 26 de maio de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill