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quinta-feira, 14 de julho de 2016

O preenchimento da vida está no Puro Ser

Existe em nosso ser um espírito irrequieto e vagueador, e é bem frequentemente necessário perguntar a nós mesmos o que é que estamos perseguindo, o que é que estamos buscando que justifique toda esta aparentemente desnecessária luta, tristeza e esforço.

Ao passo que vou falando gostaria que aplicásseis a vós mesmos aquilo que digo, não ao vosso próximo, pois que mais interessa aplica-lo a nós próprios. O exame de si próprio possui uma qualidade propulsora, enquanto que a bisbilhotice referente aos outros nada traz de útil.

Ora, quando perguntardes a vós próprios o que é que estais buscando, o que realmente desejais entender é como a vida labora em seu todo, o que a verdade é em seu todo. Quereis encontrar o universal dentro de toda a massa de particularidades. Quereis compreender a vida em todos os seus vários matizes de expressão e o modo pelo qual vós, como indivíduo, podereis exprimir esta vida e como podereis assimilar a felicidade que é o fruto dela. E haveis de notar que todo o indivíduo, seja avançado ou não, deseja entender a vida a seu modo particular, estreitá-la para adaptar-se a si mesmo. O filósofo intelectualiza a vida e há de ter muitos sistemas e explicações para as coisas, e buscará a vida seguindo esta linha particular. O poeta buscará o entendimento da vida no equilíbrio e na beleza das palavras, e assim por diante. Todos, resumindo, pretendem interpretar a vida de acordo com seus próprios desejos ou segundo o sistema particular ou particular religião a que pertencem.

Ora, se quiserdes compreender a verdade em sua totalidade, a ela não podereis vir ao longo de qualquer dessas linhas particulares, pois que a vida é todo-inclusiva; está para além de todas as filosofias, para além do enfeite das palavras, para além da feiura e da beleza, para além da pobreza e da riqueza; e no entanto, por estar para além dessas coisas, está em todas elas. Assim, se quiserdes realizar, com intenção séria, tendes que alcançar esta plenitude, esta totalidade, e precisais vos libertar a vós mesmos com todas as especiais fantasias do desejo. A vida, como princípio interior, é a plenitude do pensamento e do amor; e o caminho para esta plenitude é ir do pessoal para o impessoal. Portanto, tem de haver sempre conflito entre a emoção e a mente até que se equilibrem na auto-existente felicidade da vida liberta. Todos os desejos particulares — sejam eles os do poeta ou o do filósofo, ou os do despurado buscador do prazer — são, no fundo, o desejo por esta felicidade durável, auto-existente. É isto que a vossa própria vida — separada como o é, colhida pelas reações, propelida pelo medo — realmente está buscando. Para a vida é esta a sua potencialidade última, a qual ela está ansiando sempre por trazer à atuação. Toda a satisfação irreal de carência interna, que denominamos desejo, é usualmente acompanhada pelo desejo de passar além de toda essa irrealidade para alguma outra pessoa. Explicarei isto melhor. Quereis proporcionar entendimento e amor por um modo particular, que é o vosso modo; e vos sentis feridos quando não vos seguem. Porém uma tal dádiva é a dúvida da ilusão, não a da realidade. Há também crueldade nisso, pois que tal surge do desejo de dominar, de guiar, de controlar; e esta espécie de dádiva é que extraímos nossa moral de férrea rigidez. Tanto o dar como o necessitar provém da mesma coisa. O dar não é senão o enfraquecimento do indivíduo e o necessitar não é senão o confiar em algo externo. Portanto, nenhuma destas coisas tem algo a ver com a verdade. O ponto a considerar é que na raiz de ambos, tanto do dar como do necessitar existe algo que de vós se vai para o exterior; e é a isto que é preciso resistir. Se, porém, o não fizerdes, que ficará? Quando mais nada derdes ou necessitardes, que é que sereis? Sereis o SER, que é a única coisa positiva no homem.

O SER é incorrupto e de nada depende fora dele próprio; daí, não projetar sombra. Não conhece separação e é imortal. E, assim, quando vós, com indivíduos, entrais nesse PURO SER, vós vos tornais o deleite da expressão da vida, pelo fato de haverdes passado por todas as coisas. Um tal SER é o preenchimento da vida. Isto é o que todos estão buscando — serem eles próprios; não depender de coisas externas para se necessitar ou dar. Quando fordes um tal SER, sereis como o sol sob cuja luz todas as coisas crescem e na qual nada existe que seja bem ou mal, mau ou indiferente.

Assim, não busqueis entender este SER através de um canal particular qualquer que seja. Ele está muito acima de todas essas mesquinhas criações da ilusão. Buscai-o repelindo todo o medo, pois que quando isto for feito a vida vos mostrará o que ela se destina a ser para vós.     
      

Krishnamurti em Acampamento de Ojai, 31 de maio de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill