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quinta-feira, 21 de julho de 2016

O que importa é a maneira pela qual viveis

Cena do filme: O Teorema Zero
Pergunta: Outro dia haveis falado do propósito da vida. Por isto pensamos que quereis significar o propósito da existência individual. Podeis desenvolver a ideia de que a pura vida não pode ter propósito?

Krishnamurti: Naturalmente, a vida, pura ação, pura vida em si mesma considerada, a totalidade, a soma de toda a vida, não tem propósito. Ela é. Esta vida não pertence a temperamento algum especial ou a uma espécie qualquer do mesmo; ela é impossível. Assim, a vida não pode ser compreendida, por intermédio de temperamento algum, por meio de qualquer caminho; ela é o Ser de todas as coisas. Porém, entre Ser e o entendimento dele pelo indivíduo, acha-se essa existência individual, esta cicatriz de sofrimento da qual tenho falado. No desgaste desta individualidade, este ego de reação, reside o propósito da existência individual, da vida com “v” minúsculo. Na Vida, por outro lado — Vida com “V” maiúsculo — na Vida Pura, que não tem propósito, não há divisão; não existe distinção entre manifestação e vida. No indivíduo, que é autoconsciente, existe um propósito — este é, o de realizar , completamente, sem nenhuma atributos, qualidades, relações especiais, esta totalidade que é auto-existente, cuja causa está em si mesma. Porém, nesta Vida auto-existente, causa-de-si-mesma, não existe propósito. O indivíduo que conhece separação, é apanhado pelo esforço (sendo o esforço imperfeição) e para ele, como seguimento separado dessa Vida, existe o propósito. Assim, o indivíduo precisa verificar a verdade deste Eu, que é Puro Ser, que está em todas as coisas, e assim, realizando-o, preenche a consciência separada do indivíduo. Separação é limitação, tristeza, infelicidade, esforço. E, nesta e por meio desta infelicidade, escolhe esforço e contínuo ajuste, a existência individual que tem a todo o instante ajustar-se à si mesma com esta Verdade. Assim, precisa ele ter concebido, colhido um vislumbre dessa Pura Vida, este Puro Ser que é a sumula de todos os esforços e daí isento de qualquer esforço. É ele a sumula do bem — de um bem no qual não existe esforço. Realizado isto, e compreendido isto, desfará ele, por meio da ação espontânea, a parede da separação. Quando houver total realização, ou união com essa Vida, então não mais haverá anseio pela existência separada, — ele é todas as coisas, ele é criação, é perfeição — imaculado, por ter a cicatriz da individualidade desaparecido.

Sei que a maioria dentre vós hão de pensar imediatamente que isto significa o aniquilamento total, porque, direis, como pode isto ser alcançado sem a destruição da existência individual? A partir do momento em que olheis para tal, sob este ponto de vista, vossa existência individual tornar-se-á à coisa mais importante; ao passo que, do ponto de vista da Vida a individualidade é imperfeição, é um mero fragmento da totalidade, e pelo fato de sentir-se a si mesma apenas uma parte é que está a todo o instante buscando fundir-se a si mesma, realizar-se a si mesma na totalidade. A ideia de que a verdade é o desdobramento do indivíduo, precisa ser colocada de lado. Não podeis desenvolver algo que é por sua própria natureza, imperfeito — e é isto que a individualidade é. Podeis, porém, desmanchá-la por meio de contínuas reparações — pelas reparações da conduta em ação. Por isso, é que tem importância vital aquilo que agora sois, e a razão pela qual necessitais colocar de lado todas as teorias filosóficas e metafísicas.  O que importa é a maneira pela qual viveis, o vosso modo de vos comportardes, vossa conduta, vossa ação, vossa seleção — não para saber se o Eu existe ou se aquilo que existe não é o Eu — se é o “Eu” que progride ou o “não eu”. Quem virá a importar-se futuramente com essas teorias? O que realmente tem importância é o estardes com tristeza. Quando um homem é colhido pela tristeza, quer ficar livre dela, quer estabelecer dentro de si a tranquilidade e a paz; necessita de uma mente plácida e aguda, e isto somente pode ser desenvolvido por meio da seleção. A seleção é a contínua descoberta da Verdade. É preciso que exista esse agudo apercebimento para contínua reparação — sem jamais ceder nem por um segundo sequer. Isto, para mim, não é teoria, pois que eu próprio executei. Eu coloco perante vós para que o vivais ou o abandoneis. O homem sábio, o homem que se acha prisioneiro da tristeza (e o homem sábio acha-se em tristeza por estar a todo o instante lutando na sua busca) examina, analisa, procura mediante a crítica, o princípio fundamental; e por meio dessa crítica, por meio do exame impessoal, torna-se ele apercebido da realidade total.        

Krishnamurti em Reunião de Verão, Eerde, 19 de julho de 1930

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill