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domingo, 3 de julho de 2016

O Verdadeiro Inimigo da Liberdade

Visão das Aspirações Espirituais da Índia
A liberdade externa e a interna, não podem ser separadas. Maior que qualquer país é a vida; e é somente quando um país se houver apercebido das mais profundas leis da vida e acomodado a elas, que é, ou pode ser, realmente livre. Sob este ponto de vista, absolutamente não existe país livre hoje em dia. Por toda a parte, aí há meramente gradações da liberdade. Porém em todos os casos onde a liberdade política existe, aí também será encontrada como co-existindo com ela uma certa liberdade da espécie das gentis e irreais restrições que subjugam o criativo e espontâneo fluxo da vida. O verdadeiro inimigo da liberdade é a tradição morta; o viver de segunda mão; a escravidão da vida de hoje às fórmulas gastas de uma idade pretérita. E dificilmente se encontrará um país no mundo sobre o qual a mão morta da tradição pese tão severamente, como a Índia. É este o verdadeiro problema indiano. Solvei-o, e tudo mais que conserva a Índia na retaguarda, hoje em dia, se dissipará como os nevoeiros da manhã. A Lei da Vida não pode ser burlada. A vida ou nação que não houver libertado a sua vida interna, não pode esperar pela liberdade no sentido real da palavra. E mesmo que alcance aquilo pareça ser a liberdade exterior, o fruto dela uma vez provado, verificar-se-á, apesar de toda a sua externa formosura, ser cinzas e pó interiormente.

É esta uma dura lição, talvez mal aceita. Porém a verdadeira esperança para a Índia, reside no fato de que, sendo forçada pelas circunstâncias a aprender esta lição afim de alcançar o que deseja, emergirá da prova purificada o mais plenamente possível, por meio da severidade da luta através da qual precisa de passar. A alma da Índia é uma grande alma acorrentada. Libertai-a, e surgirá um gigante entre as nações; pois não resta dúvida que uma Índia regenerada faria e fará muito pela regeneração do mundo inteiro. Possuímos uma esplêndida herança espiritual; ela, porém, tornou-se cediça e sem proveito por falta da coisa única que pode manter qualquer tradição fresca e proveitosa, que é o Espírito de real afeto e consideração pelos outros. As mais potentes das sobrevivências trazidas de nosso passado imemorial são agora — o que? Crueldades e egoísmos cristalizados, o matrimônio infantil, as restrições desalmadas que impomos às viúvas, o nosso tratamento em geral para com as mulheres, o sistema integral da intocabilidade; que são estes senão assuntos nos quais o peso morto do costume esmagou em nós os sentimentos vulgares da decência que deveriam suavizar e harmonizar a vida dos seres humanos? E que é a própria casta senão um sistema de egoísmo organizado — o desejo que tem todo o homem de sentir-se diferente dos outros e ser consciente de possuir algo que os outros não possuem? Estas e muitas outras coisas semelhantes, são a nossa herança de hoje em dia; e é sob o peso desta herança que estamos gemendo. Porém — e eis a coisa de importância — elas não constituem a totalidade dessa nossa herança, porém somente a sua parte morta. Sepultada sob essa está a verdadeira herança da Índia, a parte viva, a herança do passado. E esta não é outra senão esse gênio de Libertação, se assim posso chama-lo, que se encontra na raiz da natureza indiana. Despojai de todas as excrescências, a Alma da Índia, e encontrareis, ainda forte e vivo, um profundo desapego e um profundo sentimento da Realidade dentro dela.

É esta a mais profunda alma da Índia que deve hoje ser revivida; e esta é que, se pudesse ser revivificada e lhe fosse dada liberdade de auto-expressão, efetuaria esse milagre de regeneração de que falei atrás. Pois, a um tal Espírito nada é impossível; e, uma vez liberto ele arrastaria tudo mais diante de si. Não somente traria a liberdade política, como um de seus menores e mais naturais resultados, porém, em um grande ato Auto-expressão, tornaria a Índia o que ela, sinto-o, está destinada a ser — isto é, p centro espiritual e o dínamo do Mundo.

Que é necessário para este despertar? Em primeiro lugar, verdadeira sinceridade e verdadeira capacidade de encararmos as nossas faltas com franqueza, de frente; em segundo lugar a paixão do descontentamento que deve surgir de uma visão assim esclarecida. E após isto, deve manifestar-se o esforço resoluto, a todo o custo, de pormos a nossa casa em ordem e, quando for necessário, afirmar as necessidades presentes, colocando-as acima das velhas restrições. O tempo de arrastar uma cadeia que se torna cada vez mais longa, já passou. Devemos despertar para a vergonha de possuirmos lados de nossa vida diária que não podemos exibir ao olhar friamente apreciador do indivíduo do exterior. Precisamos reconhecer quão fútil é buscar disfarça-los com palavras, quando o olhar do Espírito-Mundial está calmamente, a todo instante, contemplando-os e julgando-nos à sua luz. Para encurtar razões, chegamos a vislumbrar a necessidade de trazer nossa Índia, novamente à harmonia com a realidade. É somente quando houvermos começado a colocar isto em prática e estivermos dispostos a continuar na mesma senda que pode chegar a sua verdadeira libertação.


Em tudo isto muito há que aprender de outras nações. Não sejamos demasiado orgulhosos para aprendermos. Em refinamento e limpeza da vida física, em invenções que poupam trabalho, em liberdade social, em organização construtiva, em cooperação honrosa, e num sentimento impessoal do dever, há muitas lições que o Ocidente nos pode ensinar; e, na proporção em que os nossos esforços para a Auto-imperfeição forem sendo legítimos, estaremos prontos e contentes a aprender e, quando houvermos aprendido, poderemos também ensinar.Pois que, há lições que uma Índia espiritualmente redesperta poderia fazer partilhar, as quais se acham, presentemente, fora do horizonte do pensamento Ocidental. Mais do que qualquer outra nação poderíamos mostrar à humanidade a dependência do psíquico relativamente a uma invisível e maior Ordem Espiritual. Mais, também, que outra nação qualquer, poderíamos mostrar que a Felicidade reside, não nos bens possuídos, porém na harmonia entre a vida exterior e a vida interna do Espírito. Porém, para podermos ensinar, temos primeiro, que tornar valioso o nosso direito a faze-lo; e isto somente poderemos consegui-lo por meio de uma referência em grosso a todos os detalhes da nossa vida nacional, não conforme a um qualquer conjunto de injunções imemoriais, porém com referência ao senso comum e ao sentimento de justiça de hoje em dia. É este o primeiro passo na direção da verdadeira Libertação, o qual, sinto-o, é necessário na Índia.  

Jiddu Krishnamurti, 1929
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill