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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Problemas da Vida


Por onde quer que eu haja estado, em todo o mundo tem-me sido perguntado se o meu propósito é fundar uma outra religião, promover cerimônias, escolher discípulos. A todas essas perguntas respondo que não desejo estabelecer uma nova religião, novas crenças, novos dogmas, novas cerimônias, porque, para mim, todas essas coisas são insubsistentes, não-essenciais para o preenchimento da vida.

Eu não tenho discípulos, nem seguidores, pois que estes, para mim, seriam uma limitação à Verdade.
Meu único propósito na vida é auxiliar as outras pessoas a atingirem a libertação e felicidade que por mim mesmo encontrei, e que é a meta única para toda a humanidade.

Meu ensino não é nem místico, nem oculto, pois sustento eu que tanto o misticismo como o ocultismo, são limitações que os homens opõem à verdade. A vida é mais importante que quaisquer dogmas ou crenças, e afim de permitirdes à vida sua plena fruição, tendes que libertá-la de crenças, de autoridades e tradições. Aqueles, porém que estiverem ligados por essas coisas, encontrarão dificuldade no compreender a verdade.

Pelas perguntas que me têm sido feitas por todo o mundo, verificar-se-á quão poucas pessoas realmente desejam compreender e atingir a verdadeira liberdade da vida. Fazem citações de escrituras antigas e de autoridades eruditas, colocam-me em confronto com elas, e imaginam por esse modo haverem estabelecido seus próprios problemas. Porém, aqueles que quiserem compreender a vida, precisam procurar a verdade fora desses muros tradicionais, longe dos ditames dos antigos, por eruditos que sejam, por sábios que se mostrem.

A tradição pode ser útil para os jovens que necessitam de proteção, porém o sofrimento e a experiência deveria dar lugar ao desejo de despedaçar todos os muros restritivos e de ser livre. Os seres humanos, por toda a parte buscam ser guiados, procuram a autoridade para que se lhes digam o que é bom e o que é mau, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é essencial e o que não é essencial.  
Se dependerdes da autoridade para o vosso conforto e apoio, em vez de crescerdes em vossa própria força, a treva descerá e ocultará a verdade. Se dependerdes da autoridade, perdereis vossa própria força de pensamento criativo.

Eu quisera tornar liberta a energia criativa que existe em cada um, afim de que a si próprio pudesse encontrar e desenvolver sua uniquidade individual, afim de que pudesse abrir-se semelhante à rosa matinal, que dá seu aroma ao ar e delicia a todo transeunte com sua frescura e fragrância.

Jamais podereis encontrar a felicidade e a libertação se meramente seguirdes a outrem, se meramente escutardes e obedecerdes. A autoridade de livros, de indivíduos jamais poderá expandir a mete ou o coração. Ao contrário, sufocá-los-á. A maioria das pessoas acham-se mais interessadas pela vida em sua superfície do que na sua origem. Voltam-se para a autoridade porque temem fazer face à vida com seus problemas, suas tristezas e dores. É meu propósito mostrar que autoridade alguma, , por mais sábia que seja, pode prestar auxílio. Viver sob o regime da autoridade é como viver à sombra de uma árvore. Pode ser isto belo, fresco e agradável, porém, à medida que o sol se move, move-se a sombra e, assim, tendes que mudar constantemente de lugar e não ter paz nem tranquilidade.     

Quando sobrevém uma grande enchente ela varre centenas de casas, lindos pomares e campos verdejantes. Assim, se quiserdes fazer frente à verdade, tudo deve ser varrido e nesse processo, tem que haver destruição, caos, ansiedade e grande incerteza. Se quiserdes entender a verdade, precisais verificar que ela não pode ser “amortecida”, como se faz em uma usina com a eletricidade de alta voltagem, que é transformada para ser utilizada. Não podeis limitar a verdade por esse modo, não a podeis fazer descer. Tendes que ir até à verdade, antes do que trazê-la fazendo-a descer ao nível de vossa limitação.

A limitação da verdade é o cativeiro da vida. Sustento eu que quando limitais a vida o resultado é estagnação e infelicidade. A liberdade da vida vem através do entendimento e não por meio do conforto. Pelo fato de, através das idades ter existido o desejo de rebaixar a verdade ao nível do entendimento do homem, inúmeras gaiolas foram criadas, e o homem vai de gaiola em gaiola — às vezes para uma gaiola mais ampla, talvez, porém sempre uma gaiola.

Todas as fés, todas as religiões tendem a proporcionar à mente conforto em vez de entendimento, consecução ao coração. Não busqueis o conforto se quiserdes encher o coração tirando-o de sua fadiga, pois que o conforto jamais produzirá o preenchimento da vida, somente poderá criar uma barreira entre vós e a verdade que buscais.

A verdade variará de acordo com a percepção individual, e a verdadeira cultura é a expressão desta percepção criativa. Uma vez que tenhais captado um vislumbre dessa eterna verdade, ela atuará como guia. Assim como um navio é regulado e dirigido por uma bussola, assim, por entre a confusão de pensamento e sentimento a vós próprios guiareis pela verdade que houverdes enxergado. Tornar-vos-eis uma luz para vós próprios e assim, não projetareis sombra sobre o caminho ou sobre o semblante de outrem.  

Na verdade não existe falência nem engano, nem bem nem mal. Tudo é matéria de experiência para preenchimento da vida e a perfeição será atingida quando houverdes transcendido a necessidade de experiência.  

Minhas respostas a todas as perguntas que me foram dirigidas não são baseadas sobre autoridade de livros eruditos ou de opiniões firmadas. Eu encontrei a libertação e penetrei nesse reino onde existe a eterna felicidade e por isso quisera ajudar outros a compreenderem sob este ponto de vista.  

Assim como estou livre de tradições e crenças, quisera libertar a outras pessoas dessas crenças, dogmas, credos e religiões que condicionam a vida. Somente deste ponto de vista é que eu falo e não pelo desejo de infiltrar uma nova doutrina ou impor uma nova autoridade. Assim como escapei de toda a limitação, meu desejo é libertar todos os homens.


Não sou oráculo para resolver todos os problemas. Quero fazer com que pessoas pensem por si mesmas. Quero que elas debatam as coisas mesmas que tem como mais caras e preciosas de modo a que, após haverem convidado a dúvida, somente aquilo que for de valor eterno permaneça. 

Krishnamurti, 1928
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill